Capítulo 03

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Engoli em choque, quase derramando a bebida em minhas mãos. 

— Isso é insano!

— Sim, exatamente! — Ela disse, balançando a cabeça. — Devido aos efeitos da maldição, a maioria de nossos pares não poderia sobreviver uma vez exposta à magia de Myva. Por causa disso, uniões se tornaram muito raras e preciosas. Portanto, nenhum dragão aceitaria a reivindicação de qualquer outro demônio a um território, a menos que eles fossem capazes de garantir o acasalamento. Não faz sentido alguém ter território se não pode gerar filhos para herdá-lo.

Isso não parecia diferente do modo como a nobreza fazia as coisas. Se você não pode produzir um herdeiro para assumir sua posição como duque ou rei, ele irá para o próximo na linhagem. 

— Tudo bem, agora estou com você. Mas aqui está a coisa; Não vim aqui para me casar com uma mulher que acabei de conhecer. Eu só quero que as armas do meu pai parem de chamar nossos clientes de cabeças de porco.

Risadas profundas encheram a sala. A raposa demônio encheu sua taça e tentou se recompor novamente. 

— Você tem que admitir, essa maldição é engraçada.

Dei de ombros e girei minha taça. A verdade era que o olhar no rosto daqueles clientes era hilário pra caralho, mas ela não precisava saber disso.

— Não se preocupe. Você não precisa se casar comigo. Eu só preciso que você faça o papel no festival. Flerte, beije, sente no meu colo, qualquer coisa para convencer aquele lagarto cabeçudo.

Apesar de mim mesma, a imagem de sentar no colo da demônia raposa, beijando o caminho até seu pescoço antes de pressionar minha boca contra seus lábios carnudos invadiu minha mente. O calor se acumulou entre minhas pernas, e eu as fechei rapidamente, tentando afastar a perigosa tentação. 

— Tem certeza que não quer o vinho? — Eu perguntei, apontando para a cesta de piquenique. — Posso trazer mais torta para você.

A demônia sorriu, mas balançou a cabeça. 

— Receio que se você quiser que minha maldição seja removida, você terá que fazer melhor do que vinho terrível.

— Você nem tentou. Como você sabe que o seu é melhor?

— Prove, humana. — Ela disse, apontando para a minha taça intocada.

Olhei o líquido rosa claro com desconfiança, nunca tendo visto um vinho daquela cor. Assim que o levei ao rosto, o cheiro doce de cerejas flutuou suavemente contra meu nariz. Antes que eu pudesse me dar tempo para questionar a decisão indubitavelmente estúpida de aceitar uma bebida de uma estranha na floresta, tomei um gole e pisquei. Em seguida, tomei outro gole muito maior. 

— Porra. — Eu disse, suspirando.

Minha companheira me lançou um sorriso diabólico.

— Certo?

Foda-se minha vida. É tão bom que eu venderia minha alma por uma garrafa.

— Tudo bem, você me pegou aí. Isso é incrível.

— Haverá um suprimento infinito dele no banquete, junto com mais iguarias do que você saberá o que fazer. Além disso, a maldição sobre seu pai será removida, obviamente.

Quando ela colocou dessa forma, não parecia tão ruim assim. 

— Mas quão convincente eu tenho que ser? Vamos ter que fazer sexo?

Minhas bochechas queimaram quando peguei a demônia me olhando de cima a baixo descaradamente. 

— Sim, isso daria o argumento mais convincente. — Sua voz baixou, a luz quente em seu olhar se transformando em desejo derretido. Ela agarrou minha cadeira e puxou-a para mais perto dela em um movimento rápido. Arrepios percorreram minha pele quando senti o roçar de seus lábios contra minha orelha. — Isso não seria tão ruim, seria? Uma semana inteira bebendo vinho, jantando e meu rosto enterrado entre suas pernas.

The Demon Fox - Jensoo G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora