1º de novembro de 1981

468 52 6
                                    

(N/A: E se eu disser que terminei o capítulo de madrugada e esqueci de postar?)

O Reino Unido estava incendiado, Hera poderia dizer enquanto via toda luz irradiando do mapa em sua cabeça enquanto tirava um cochilo com um bloco de gelo sobre a cabeça. Mesmo que jurasse parar todos os anos, também todos os anos continuava a beber demais nas festas de Halloween. Zeus não estava melhor, nem sequer tendo saído do quarto até agora. Nem Ares escapou de uma ressaca de hidromel que conseguiu roubar de Thor em algum momento do ano novo.

Não havia quase nenhum tipo de escuridão no território britânico. De Londres à Cornualha, da Cornualha à Thurso, havia um rastro de luz cortando a ilha, tanto a grande quanto a Irlanda. Os laços vermelhos eram promovidos a dourados em vários instantes por todo o lugar, e isso meio que deixou Hera feliz e desconfiada ao mesmo tempo. O que os mortais estavam aprontando agora?

— Acabou! Acabou! – Um homem gritou alto num bar repugnantemente sujo, erguendo uma caneca cheia de cerveja altamente gordurosa e sendo seguido por todo o resto do bar.

— Aos Potter! – Outro homem gritou, erguendo sua caneta.

— Aos Potter! Aos Potter!

O que havia com eles? O que eram "Potter"?

— O Lorde das Trevas foi embora – Uma criança cochichou para a outra em seu quarto, escondidas sob as cobertas enquanto a casa explodia em festa no andar debaixo. – Ele foi embora, Anna, os Potter acabaram com ele!

Lorde das Trevas? Derrota? Potter? O que diabos os humanos aprontaram de novo?

"Potter" e "Potter" circulava ao vento em todo lugar, inquieto, sem qualquer censura de horário ou companhia. Garrafas foram entornadas e copos foram erguidos por esse nome, e Hera se encheu de curiosidade para saber o que significava tudo aquilo.

As vozes do domínio eram poucas, quando se compara toda a extensão dos seus ouvidos, mas não era algo a ser desconsiderado, mesmo para a Rainha dos Deuses. Eram sussurros e gritos por todo lado, sobrepostos e ininterruptos, em qualquer meio – conversa, carta ou mensagem eletrônica. Mesmo a história não podia ser dito como mais que fragmentos repetidos mnemonicamente, nunca completos e nunca aprofundados.

"O menino vai ser famoso, Alvo. Todos vão saber seu nome. Livros vão ser escritos sobre ele."

"Eu sei, Minerva, e apenas posso esperar que o menino esteja preparado quando chegar o momento."

Não eram palavras novas, mas tinham uma sombra esverdeada da anotação do destino, como se fosse uma inscrição direta de história. Não houve nenhuma outra assim em todas as ilhas, nem antes nem depois daquela pequena conversa. Hera se debruçou sobre elas, olhando para a posição em que foi dita, e olhou apenas um gramado verde-cetim e estátuas rosadas de flamingos.

Intrigada, a deusa rebaixou sua consciência e se fez pensamento naquele gramado, que exalava uma aura fresca de profecia. As flores de outono estavam abertas em tons bonitos de cores quentes no frio de novembro. A rua em frente ao jardim era bem asfaltada, as calçadas em perfeito estado e belos jardins formando muros receptivos em cada casa ao longo da rua. As casas que se erguiam eram todas iguais, com telhados azul-esverdeado escuro quase cinza e paredes de cores variadas. A casa do gramado especial era exatamente como as casas ao redor, mas com as paredes de cores que imitam pedras. A varanda era modesta, mas confortável. Alguns vasos com pequenas palmeiras estavam dispostos ao longo da pequena cerca que encerrava o barramento do telhado.

Era uma casa de família, ela poderia dizer. Fios dourados brotavam da casa e se estendia longamente, conectando os familiares entre si. O rastro esverdeado seguia para a casa como areia de praia levada por vento, então Hera contemplou o domínio do lar para entrar no lugar sem ofender a quietude de Héstia.

O (Quase) Filho DivinoOnde histórias criam vida. Descubra agora