O (Quase) Filho Divino

Natal de 1986 (Parte II)

N/A: boa tarde a todos.

Esse capítulo é maior do que eu planejava, mas ele ainda tem menos conteúdo do que eu esperava. Era para ter dois atos, um do ponto de vista do Harry e outro no ponto de vista dos deuses. Acabei tirando a parte dos deuses - equivalente ao ato II inteiro. Vou guardá-la para um eventual momento em que faça uma publicação "sem cortes" da história.

Tenham uma boa leitura e um feliz natal.

Programado: 23/12/2023

Postado: 25/12/2023

Edição: 08/06/2024

O pandemônio foi posto no salão quando Harry revelou a moeda que havia recebido de Hera. Harry se encolheu levemente com a explosão tão alta que veio dessa vez.

— Silêncio – Hera ordenou, pondo a mão nas costas de Harry enquanto encarava friamente os outros deuses.

O silêncio diminuiu um pouco, mas Zeus emitia um barulho estranho que lembrava o tensionamento de uma corda.

— Você trama pelas minhas costas junto a Afrodite e de repente está tentando se livrar dos seus problemas usando sua forma romana? – O barbudo retumbou, olhando ardentemente para Hera. – E você acha que eu vou aceitar isso?

— Acho. – Hera admitiu. Zeus piscou, olhando-a incredulamente. – Eu não tramei nada pelas suas costas. Harry não é meu filho de sangue e não é um semideus, ele não tem nada para ir contra o Olimpo.

— A moeda o reivindica como de Juno – Atena pontuou. – Nesse caso, seria preciso uma discussão com os romanos sobre a pertença do garoto.

Hera deu um sorriso para Atena, como quem sabe de algo que os outros não sabem.

— Juno concordou comigo quando nos encontramos para falar sobre o que faríamos. Como Harry é mortal, ele não está preso nem a Grécia nem a Roma e Juno pode reivindicá-lo livremente.

— Não importa, ele ainda é um mortal – Zeus negou, intenso. – Ele não deve estar em nenhum acampamento, não foram feitos para ele!

— Na verdade – O carteiro interrompeu, resolvendo se intrometer. – Se ele é um druida, tecnicamente ele não é totalmente mortal. Ele poderia entrar nos acampamentos como um vidente ou espírito da natureza.

— E ele nasceu da essência de Hera – Afrodite adicionou, ignorando a fúria no olhar de Hera e Zeus. – Ele é praticamente um espírito amoroso. Tenho certeza de que a querida Héstia pode confirmar isso para a gente.

A maior dos gigantes pareceu levemente curiosa, mirando o olhar em Harry. Harry deu um sorriso para ela, sentindo um leve formigamento sob a pele.

— Eu não o quero lá! – Zeus bateu o punho no braço do trono. Hera ergueu uma sobrancelha.

— Isso não tem nada a ver com você, senhor.

— Ela tem razão sobre isso, Zeus – disse Atena, que estava encarando Harry analiticamente. — Hera pode exigir direitos de criação já que foi ela que concebeu o garoto para Lílian Potter. E como Juno concordou com a transferência de posse, isso pode ser um caso de Iudicia . – Ela ergueu os olhos para Hera. – Embora falte um Iudex Privatus . – Falou severamente.

— O que tivemos – Hera respondeu rapidamente, evitando que Zeus pudesse falar algo. O barbudo se abaixou no trono, irritado. – Orco serviu de mediador na nossa discussão. Harry está perfeitamente sob a defesa de Juno.

Se alguma coisa, Zeus pareceu ficar ainda mais irritado ao ouvir isso.

— Orco não é um lugar? – perguntou Harry, que estava com a colher pendurada na boca e uma expressão pensativa.