O (Quase) Filho Divino

O faro de drama

(N/A: Olá. Eu tenho planos para essa história, então a serialização acaba sendo necessário para conseguir o que eu quero. Todos os outros projetos estão em suspensão até terminar esse ou me decepcionar e abandoná-lo à sorte caso não tenha o retorno que espero. Vou tentar tornar as postagens semanais, preferencialmente nos domingos ou limitado ao final de semana.

Data: 27/08/2023)

O amor estava no ar, e não era nem brincadeira. Afrodite realmente podia sentir o cheiro de promiscuidade exalando do Reino Unido até as nuvens no Céu, tentando-a a participar do bacanal divertido. Houve uma cabeleira loira que certamente a tentou em pensar em alguns bebês – sim, loiros com olhos cinzentos... hum...

Foi na ressaca do dia 1º de novembro que ela tinha percebido o festejo. Ela sentiu inveja por como os mortais tinham fôlego para continuar a bebedeira por todo o dia seguinte, como se não tivesse fim – seja no álcool, seja no sexo desenfreado que ela apenas podia admirar acontecendo em lugares escondidos por aí. Ah, como o perigo de serem pegos é refrescante... ela assentiu gentilmente para as crianças brincando, orgulhosa de algo que apenas ela entendia com toda sua cultura.

Ela era a Deusa do Amor, o que poderiam esperar dela? O amor fluiu pelas ilhas como vento e isso a fez gemer de dor de cabeça, fazendo beicinho por não poder descer a Terra. Eros estava voando alucinadamente entre Bristol e Londres, entre Londres e South Shields, a Dublin, a Thurso e todo resto das ilhas. Ela apenas podia se consolar em saber que seu bebê iria lhe contar todo o drama que presenciou.

— À Harry Potter!

— À Harry Potter!

Essa foi uma coisa que deixou a Afrodite curiosa. Desde que percebeu a explosão festiva, tudo girou em torno desse pequeno nome. Havia mais do que algumas centenas de comemorações e odes proclamadas em menos de alguns minutos entre si para essa pessoa, louvando-a loucamente em meio a bebida que quase a lembrava das festas que Dionísio promovia nos velhos tempos. Ah, que festas – haviam sátiros a se perder de vista, e tantas ninfas a seu dispor... sorria só de lembrar.

Como será que esse Harry Potter é? Evidentemente é um herói, mas como seria? Um belo Jacinto ou um troglodita Héracles? Um belo rapaz de rosto de bebê e corpo esguio ou um bruto musculoso com cicatrizes quentes e cabelo reto em corte militar? Tantas possibilidades, tantas possibilidades. Todas ótimas no que diz respeito ao gosto de Afrodite.

Se fosse qualquer outra deusa, já teria esquecido as razões dos mortais para comemorar algo; mas ela não é qualquer deusa, mas sim a Deusa do Amor. Nada poderia lhe interessar mais do que a razão por que algumas meninas estavam ficando interesseiras e estava promovendo orgias mais interessantes desde o fim da disputa de medição de pau dos filhos de Zeus, Hades e Poseidon nos anos 40.

Jogando-se de volta na cama (sozinha, tendo chutado Ares logo que o Sol saiu da garagem) dormiu instantaneamente, seu autocontrole perfeitamente conquistado para conseguir o tom perfeito do sono da beleza que nenhum outro divino poderia atingir. O Amor invadiu o Templo de Afrodite e expandiu por todo o mundo, dando a deusa a visão onipresente e superior a qualquer outro divino do Olimpo.

Uma coisa pouco comentada (ou pouco conhecida no geral, se for pensado direito) sobre os domínios divinos é a sua superposição dimensional. Muitos deuses podem argumentar que é o domínio em si que garante a sustentação ou o poder de um deus, é o que Atenas ou Zeus podem dizer como deuses da Sabedoria, mas está errado: o verdadeiro poder do domínio está em seu próprio usuário. Isso que faz os deuses, mesmo tendo domínios conjuntos, serem uns mais fortes que os outros – e o que garantiu aos antigos titãs supremacia em seus próprios arquétipos de poder. Afrodite, como a Senhora do Amor, tinha um refinamento instintivo sobre a própria compreensão de amor, que ela nomeou distraidamente como "faro de drama". Seu Palácio Mental habitava o centro do coração, mais profundo no Domínio do Amor que qualquer outra divindade grega poderia estar em seus próprios domínios. Sua visão era absoluta sobre tudo e todos, deuses ou humanos.