Cap. 3

320 28 2
                                    

POV Hyunjin

Eu estava de olho no evento, quando percebo uma movimentação estranha. Olho e vejo que o senhor Yang está puxando o filho para um canto.

Me aproximo sem que eles percebam e uso minha audição de lúpus para ver sobre o que era, pois vi que estavam exaltados. E ouço as palavras mais duras da minha vida.

Hs: Eu só queria um filho como eu. Você tem que fazer o que eu disser, somos pessoas públicas. - olha para o filho friamente  - Não pedi por um filho ômega encrenqueiro como você, que só me trás problemas. Você é uma decepção para mim.

Ao ouvir aquelas palavras, Jeongin sai correndo, eu o sigo para evitar que ele faça algo de errado. Chegamos ao lado de fora do prédio. Fico olhando o ômega de longe, espero por alguns minutos e logo vou me aproximando do menor.

Jg: O que foi agora? Vai me falar merda também? - limpa as lágrimas, enquanto fica de costas para mim.

Hj: Não. Só vim ver se estava bem.

Ele me olha surpreso, e vejo seu rosto vermelhos devido as lágrimas recentes.

Jg: Porque se importa com isso? Você é apenas meu guarda-costas.

Hj: Meu trabalho é cuidar de você. - o silêncio se instala por um longo tempo, mas logo as palavras saem dos meus lábios - Eu ouvi o que seu pai falou.

Jg: Como? Não tinha ninguém por perto.

Vejo a confusão em seu rosto e logo me explico.

Hj: Eu estava distante, mas ouvi porque sou um lúpus. Eu vi a movimentação e segui vocês dois. Só ouvi o fim da conversa, o que seu pai falou antes de você sair correndo.

Ele me olha por um tempo, eu não consigo decifrar seus pensamentos, seu rosto não demonstrava nada. Ele anda pelo jardim até chegar em uma árvore, e vou logo atrás. Nos sentamos no gramado e ficamos em silêncio por um tempo, até ele o cortar com sua voz. Quando olho paro o ômega, vejo o mesmo segurando as lágrimas.

Jg: Sabe.. Eu não pedi pra nascer.. Não pedi pra nascer um ômega e muito menos um lúpus, não pedi pra ser nessa família... Meus pais vivem ocupados, eu fui criado por Dorine, porque eles estavam sempre viajando a trabalho. Eu sou rico de dinheiro, vivo no luxo. Mas o que eu mais queria deles, eu não tenho. - me lança um olhar triste, com um sorriso mínimo no canto dos lábio -

Hj: E o que seria?

Jg: O amor deles, o carinho, a atenção. Meus pais são incríveis para o resto do mundo, mas para mim não... Eu só tenho a Dorine comigo.. - abraça os joelhos, e apoia a cabeça nos mesmo - Ela é a única famíla que tenho.

Hj: Você não gosta dos seus pais? Eles dão tudo pra você.

Jg: Tudo material, para compensar a falta que fazem. Me acham um encrenqueiro, mas não é bem assim as coisas.

Hj: E como é? - me aproximo dele, ficando lado a lado -

Jg: Eu só faço o que faço pra chamar a atenção deles, desde pequeno. Antes era pra ver se eles me notavam, mas não.. Eles só brigavam comigo e nada mais. Agora é como se fosse parte de mim, eu me tornei isso por causa deles. Agora eu sou uma pessoa ruim - o ômega não consegue mais segurar o choro e se derrama em lágrimas -

Nada falo, apenas o puxo para um abraço. Sua cabeça repousa em meu peito. O choro era intenso, com direito a soluços.

Eu não passei por isso. Meus pais sempre foram carinhosos comigo. Mesmo trabalhando muito, ainda tiravam um tempo comigo, conversavamos bastante, brincavamos. Meus dias eram mais coloridos com eles.

Não é fácil ser um ômega, ainda mais um lúpus. Assim como os alfas lúpus tem as habilidades e sentidos mais aguçados, os ômegas lúpus também. Seus sentidos principalmente, eles são melhores que os ômegas comuns em tudo, mas a sensibilidade é seu ponto fraco, pois é muito maior que os demais ômegas.

Ele estava muito sentimental, provavelmente guarda isso tudo dentro dele a muito tempo.

Hj: Você... Não tem algum amigo com quem possa desabafar?

Jg: Qual é? Já tá cheio de mim?

Hj: Não. Só quis dizer que talvez você se sentisse melhor se conversasse com alguém próximo a vôce. Eu cheguei hoje. Acho que não sou a melhor pessoa pra isso.

Jg: Talvez... Mas foi quem estava por mim, mesmo sem eu querer.

Hj: Sempre. Se precisar é só chamar. - ficamos abraçados por pouco tempo, até eu abrir a boca - Acho melhor entrarmos, logo mais o evento acaba.

Jg: Não queria, mas tudo bem. Só preciso ir no banheiro primeiro, pra dar um jeito nesse rosto.

Começamos a andar em direção ao prédio. Nos separamos na porta do salão e nos vimos novamente 15 minutos depois, quando estavamos indo embora.

Chegamos na mansão e cada um foi para seu devido quarto. Eu dividiria o meu com Wonho, era bom porque não me sentiria sozinho, mas infelizmente, ele ronca muito. Fazer o que né?! Essa é minha nova vida.

MY BORYGUARD - HYUNIN ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora