14 - O Cão de Três Cabeças

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Já era tarde da noite e Cygnis tinha acabado de acordar de outro pesadelo. Este não fora tão ruim quanto o outro, mas acordou suada e ofegante. No sonho havia muitas vozes, luzes vermelhas e verdes em todo o lugar, mas algo que não conseguia tirar da cabeça, era o homem que chorava e gritava, ele parecia muito mal e estava sofrendo bastante. Cygnis tentou ajuda-lo, mas acordou no momento em que ele olhou para ela.

Colocou seu robe vermelho com detalhes dourados, que seu pai a presenteou dias atrás, zombando da cara dela e de Cygnus, que ganhou um verde com detalhes prateados, e saiu da Comunal discretamente.

Tinha passado na cozinha para pegar algo para comer porque não foi ao jantar e subiu as escadas de mármore, sem querer voltar tão cedo para as masmorras. Entrou em diversas passagens secretas e subiu várias escadas, vagando pelo castelo, tentando não pensar no homem do pesadelo.

Devia estar no sexto ou sétimo andar quando escutou vozes atrás dela, olhou e deu de cara com os olhos amarelos saltados da Madame Nor-r-ra que começou a miar chamando por Filch. Um pouco mais longe, ainda conseguia ouvir dois professores conversando.

Começou a correr, não gostaria e nem queria ficar em detenção naquele momento apenas por estar fora da cama. Virou alguns corredores, olhava para trás de vez em quando, ouvindo os passinhos e os miados da gata, que depois de atravessar dois corredores correndo feito louca, conseguiu despista-la, mas não parou de correr até trombar em duas pessoas.

— Gêmeos Weasley?

— Cygnis?

Disseram ao mesmo tempo. Ela estava caída no chão, pela força do impacto. Um deles se curvou e a levantou num pulo.

— Desculpe por isso — Disse e ela sorriu para ele, dizendo “sem problemas”.

— O que faz aqui a essa hora? — O outro perguntou, e ela abriu um sorriso zombeteiro.

— Eu poderia perguntar a mesma coisa, mas não temos tempo — respondeu, e pegou as mãos deles — Venham, por aqui.

E os levou para a direção que ela corria, mas eles a pararam.

— Não, por aí não, o Filch — Disse quem ela achava ser o Fred.

— Vamos por aqui! — Disse, quem talvez fosse o Jorge, e a puxaram para o lado do qual ela veio.

— Não, por aí também não! Tem professores, sem contar a Madame Nor-r-ra.

Ela os puxou de volta. E todos viraram as cabeças para trás quando ouviram passos arrastados e uma respiração pesada.

— E agora? — Os gêmeos perguntaram juntos.

Cygnis olhou para os lados e de repente uma porta, que ela tinha certeza que não estava ali um minuto atrás, apareceu. Não tendo mais escolhas e com os passos se aproximando dos dois lados, ela os puxou e abriu a porta.

Ela dava para uma escada larga e longa, que descia em ângulos estranhos, Cygnis nunca vira uma escada tão esquisita como aquela em toda sua vida. Assim que todos entraram, a porta bateu e desapareceu atrás deles.

— Onde estamos? — Perguntou um dos gêmeos.

— Não faço ideia, nunca tinha visto essa porta na vida.

— Também não.

Cygnis desceu alguns degraus e os gêmeos foram atrás.

— E você já tinha visto aquela porta antes, Bela Dama? — Ele perguntou, descendo depressa algumas escadas até parar ao lado dela e jogar um braço sobre seus ombros.

Cygnis sorriu. Então aquele era o Fred.

— Nunca. E pelo visto você ainda não parou de me chamar assim, não é, Fred.

Anseris - Os Gêmeos Esquecidos『1』Onde histórias criam vida. Descubra agora