05 - A Casa Nova

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Todas as cabeças se viraram para eles. Os gêmeos estavam mais pálidos do que nunca, os olhos arregalados e a boca aberta em surpresa.

A gente? — Cygnus balbuciou, franzindo a testa.

Não conseguiam acreditar que realmente foram escolhidos, talvez eles tivessem ouvido errado ou alucinado.

Aaron acenou com a cabeça e sorriu para eles.

— Isso mesmo, apenas se quiserem, é claro — Ele se apressou em dizer — Podemos ir para nossa casa ainda hoje.

O coração dos gêmeos pularam. Ninguém nunca tinha colocado as palavras ‘nossa casa’ e os gêmeos na mesma frase. Isso estava sendo como um sonho para eles.

— É claro que nós queremos! — Exclamou Cygnis, se levantando animadamente da poltrona, puxando Cygnus consigo, fazendo o livro que ele lia cair aos seus pés.

— Então— Madame McLennan começou a dizer, mas foi interrompida por um grito estridente.

— NÃO! — Todos se viraram surpresos e assustados para Ellen, a decepção em seu rosto estava clara — Só pode ter avido um engano, eles devem ter mentido ou até enfeitiçado você... É, isso! Enfeitiçado. Ninguém nunca adotaria as aberrações de duas cores, eu sou m-

Ela continuaria falando, tentando se convencer de que não poderia perder para os gêmeos, mas foi interrompida pelo Aaron.

— Não houve engano algum, Srta. Ellen! — Sua voz grave assustou Ellen, que abaixou a cabeça na mesma hora, se encolhendo — E os gêmeos estão longe de serem aberrações. Seus olhos de duas cores só os tornam mais adoráveis, são encantadores.

Os gêmeos se entreolharam como se perguntassem se ouviram o mesmo. Ninguém nunca tinha elogiado os olhos deles antes, muito menos os defendido.

Ellen bufou e se jogou de volta no sofá, Madame McLennan acompanhou os movimentos, seus olhos faiscando em raiva.

Ela limpou a garganta.

— Me desculpe por isso, Sr. Campbell, crianças, sabe como são, incontroláveis — Ela esperou Aaron acenar com a cabeça para continuar — Muito bem! Acho que temos alguns assuntos para resolver antes de sua partida, Sr. Campbell. Anseris, vão arrumar suas coisas.

Eles acenaram animados e correram até seus quartos para arrumar seus poucos pertencentes. Não muito tempo depois eles estavam sentados nas escadas a frente do orfanato, conversando.

— Acho que alguém está me devendo duas barras de chocolate e um saco de pirulitos, não é? — Cygnis disse com um sorrisinho presunçoso.

Cygnus ergueu uma sobrancelha e balançou a cabeça.

— Não, não estou não. Você apostou que sairiamos daqui antes dos dezoito anos, e não que seríamos adotados!

  — E você apostou que seríamos expulsos ou fugiriamos. E como ainda temos onze anos e eu não dei especificações — ela deu de ombros — Sabemos quem chegou mais perto. E também, quem apostou que seríamos adotados não está mais entre nós. Em todo o caso, eu ganhei.

Cygnus suspirou se dando por vencido, sabia que ela nunca o deixaria em paz se não desse os chocolates. Ele revirou os olhos e agarrou sua mochila.

— Credo. Você fala como se ele tivesse morrido.

Ela olhou para baixo, balançando a cabeça e dando de ombros.

— Ele morreu para mim quando nos deixou nesse maldito orfanato sem uma única notícia.

Cygnus parou de remexer sua mochila e a encarou. Ela evitou seu olhar o máximo possível até ele colocar duas barras de chocolate debaixo de seu nariz.

Anseris - Os Gêmeos Esquecidos『1』Onde histórias criam vida. Descubra agora