delicate. ||Tom Holland||

Capitulo 01

      Um elenco do grandes.
      Freya e eu estávamos na nossa segunda semana de descanso antes de encarar o próximo papel. Ou devo dizer, Freya iria encarar seu próximo papel. A questão é que participo das mesmas ansiedades, frio na barriga, animo e nervosismo.

      Voltaríamos para Atlanta na quarta e ainda não sabíamos se iríamos ocupar o hotel ou se a Freya encontraria alguém do cast para nos hospedar. Eu estava bem em voltar para o hotel, mas o que ela decidir para mim está bom.

      Eu diria que estava disposta a fazer diferente dessa vez "oh, vou para todas as festas, beber até esquecer meu nome e fazer menage com desconhecidos. Nunca mais ficar sozinha no trailer" mas seria uma mentira. Isso porque me parece que quanto maior é a pessoa na indústria de cinema, mais vazia ela é. E bom, sinto alergia de gente assim. Então, de volta a vida nos trailers e tá tudo bem.

      Sempre senti medo de que a carreira da Freya pudesse se alavancar de uma hora para a outra e de repente ela se tornaria como algum deles. Mas acho que perdi a noção do que seria alavancar pois... Bem... Ela vão coadjuvar com o Thomas Fucking Holland nesse daqui. Então, acho que o que tinha de acontecer já teve. E não vou perder nossa amizade.

      Freya e Selene sempre juntas como Chris e Gregg. Ela é minha amizade mais próxima e também a mais longa. Meus pais me queriam uma médica, eu adorava fotografia, cheguei a cursar e passar por algumas experiências, mas quando a Freya ingressou no mundo cinematográfico, minha vida deu uma ponta cabeça e aqui estou eu como sua hairstylist pessoal. Ta dah! Que sirva de lição para que nenhum mago de cabelos brancos e longos venha te dizer o que é a vida porque ele provavelmente não sabe. Essa coisa aqui é louca.

      Desapontando a família e correndo atrás de si mesma? Bom... Aqui estou eu ouvindo a Freya reclamar sobre o script do filme. Mas não se engane, minha vida é muito minha. Não pense que sou como uma parasita. Eu me encontrei, na bagunça organizada do set. Me sinto viva. E feliz. Mesmo que as vezes pareça sobre as lentes da personagem melhor amiga da principal. Eu sou feliz.

– Eu não vou conseguir me controlar na frente da porra desse homem – Freya me mostrou uma foto do Tom Holland sem camisa e um tanto quanto sensual.

– Você quer perder o emprego? – dei um soquinho na sua perna já caindo na risada.

      Freya é o significado de "so se vive uma vez". Ela constrói laços, mesmo que nao seja os que eu consideraria mais profundos e duradouros. Mas ela se entrega as pessoas sem medo. As vezes gostaria de ter um pouco dessa ousadia. Ela é linda. Rosto perfeito, a boca rosada, cabelos longos e cor de mel, o corpo esbelto e simplesmente de tirar o ar de qualquer um que ela deseje. Qualquer um.

     Eu sonho com o dia em que ela me dirá "estou apaixonada" e que seja de verdade. Por alguém também de verdade. Sabe? Sou um tanto cupido. Sinto medo de que sua maneira de lidar com as pessoas seja um pouco o reflexo de sua profissão e vida caótica.

    Ano passado lidamos com duas suspeitas de gravidez de sua parte. A vida é uma loucura e a porcaria de um soco no estômago. Sim, eu sou a responsável da dupla.

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     O hotel foi o decidido. Agendamos o mesmo quarto da última vez e depois de organizarmos nossas coisas, Freya me chamou para um jantar em um dos restaurantes locais. Aceitei de bom grado, onde tem comida eu vou.

– Tudo começa sábado – falei sentando em uma das mesas mais reservadas do local, Freya sentou-se na cadeira à minha frente – ainda nervosa?

– Sim, porque é gente grande. Ainda nao acredito que consegui esse papel. Se eu puser tudo a perder, será assim que vão lembrar de mim – ela disse colocando as duas mãos no rosto.

– Freya, é a pessoa mais talentosa que eu conheço, vai dar certo – falei agitada.

    Conversamos por um tempo. O clima no restaurante era tão bom, tão agradável. Tinha anoitecido a pouco tempo e haviam poucas pessoas. Apenas o tilintar das xícaras e pratos os baixos murmúrios das pessoas, dos casais e grupos. A porta que abria e fechaa em uma frequência baixa.

– Não vai acreditar se eu te disser quem chegou aqui – Freya disse arregalando os seus olhos para quem quer que fosse atrás de mim. Me ergui um pouco e quando estava a ponto de virar e ver quem era, ela disse – Joe.

– puta merda – Agora foi minha vez de abrir bem os olhos e me empurrar debaixo da mesa, batendo a cabeça e derrubando algumas coisas em cima.

– Selene, sai daí agora – Freya começou a me chutar. Eu tentei me defender com minhas mãos, mas sem muito êxito – deixa de ser idiota.

Idiota? É, verdade, eu estava sendo.

    O lance com o Joe foi o seguinte: Ele havia sido a última pessoa com a qual tinha me envolvido. Não por muito tempo ou lá grande coisa. Sabíamos que nos gostávamos, mas estávamos agindo como alunos do ensino médio. Quem descobrisse primeiro e tivesse coragem, bom...
    No fim das contas, ficamos algumas vezes, até eu contar para a Freya e ela dizer que também gostava dele. Acionamos o sinal vermelho que todas as melhores amigas deviam ter e então, Joe e eu nos afastamos um pouco. Até eu perceber que realmente não gostava tanto assim dele e acabou sendo melhor assim. Freya namorou o Joseph depois disso e agora vive dizendo que eu devia entrar em contato com o Joe de novo e que ela não ligaria. Mas simplesmente não sinto mais nada por ele.

   Ele é gentil, bonito, educado, inteligente, mas simplesmente não imagino estar em um relacionamento com ele mais. A afeição mudou, os sentimentos e todo o resto.

   Cogitei que a Freya tivesse me enganado e aqui estou eu debaixo da mesa, mas então ouvi a voz dele.

– Tão bom te ver, Joe – Freya disse – não vai acreditar em quem está debaixo da mesa.

– debaixo da mesa? – o coitado parecia confuso.

– Selene? – Freya chamou.

Eu odeio meu nome, odeio minha amiga, odeio essa mesa, odeio o Joe e odeio a minha vida.

– Oi – sai debaixo – ah, oi Joe. Você por aqui?

  Ele continuava elegante, loiro. Tinha deixado uma barba crescer agora. Estava ainda mais atraente.

– Oi Selene! – ele estendeu a mão para mim, qual acolhi – fico muito feliz em te ver.

Senti minhas bochechas corarem.

– Por quê estava debaixo da mesa? – ele perguntou.

– Deixamos cair uma coisa, ela pegou – Freya respondeu – está por Atlanta agora?

– moro aqui há seis meses – ele sorriu discreto – e você, onde a arte as chamam? – olhou para mim. Fiz que sim com a cabeça.

– se estiverem precisando de hospedaria, contem comigo – ele disse fitando a Freya agora – estão em um hotel?

– isso – Respondemos

– qualquer coisa entramos em contato – Freya disse.

Conversamos por um pouco mais e então, ele se foi. Devolvi os chutes da Freya com força.

– Ele ainda gosta de você – ela disse após reclamar de dor – tá na cara.

– que se dane, Freya - revirei os olhos – eu não mais... Ele é gentil, merece alguém que o ama.

– É gentil é? – ela cantarolou – estou pensando em aceitar a proposta dele, o que acha?

– que assim que eu ver o Tom Holland, vou dizer todas as coisas sujas que você estava falando sobre ele – disse.

– Não sabe nem mentir – ela disse.