delicate. ||Tom Holland||

Capitulo 10

   Pelo resto do dia a Freya continuou a agir ranzinza para o meu lado. Optei por não tentar descobrir o porquê ou criar nenhuma teoria da conspiração contra mim mesma.

  Na manhã de hoje ela amanheceu bem novamente. Animadissima para a festa. Era o tipo de festa privada só para os membros envolvidos com o filme e os amigos/familiares que eles quiserem levar. Por essa razão eu também estava animada para ir.

  Parte de mim está ansiosa para ver o Tom novamente e a outra está me crucificando por isso. Vamos expôr os fatos:
  Estou fascinada pelo Tom. O tipo de interesse que nao sinto por ninguém há  muito tempo. A Freya também parece interessada nele. Mas ontem, antes de dormir, ela estava marcando de sair com um outro rapaz que nem sequer era o Ryan. E eu me sinto mal por ela ser assim. Possessiva.

  No final das contas, entrei no táxi com ela me convencendo de que os estudos dizem que "estar apaixonado" é uma substância liberada no cérebro e que só dura três meses. Outra, ninguém sabia que eu gostava de observá-lo e estou longe de chamar a atenção dele assim. Então, eu estava na minha zona de conforto de personagem observador. Eu não estava envolvida.

    Meu celular vibrou três vezes quando entramos no carro. Não o tirei de dentro da minha bolsa para destravar a tela. Meu sangue congelou.

Chat On:
Tom: Boa noite, Selene.
Tom: Espero que esteja tudo bem entre a Freya e você, ontem ela não parecia de bom humor...
Tom: Você vai a festa?

     Tá, e se eu estivesse envolvida?
     O quão amiga da onça eu estou sendo?

                           Selene: Boa noite Tom
Selene: Ela te falou algo ontem?
Selene: vamos sim. Estamos juntas a caminho.

Tom: te vejo la, então?

  Meu estômago revirou.

Selene: eu acho que sim :)

Chat Off

  Ele não respondeu mais nada.

  Pouco tempo após chegarmos a Freya voltou a agir estranho e sair atrás de bebidas. Haviam barman por toda parte.

  Andei com ela cumprimentando as pessoas com quem ela falava e as quais eu não conhecia nem a metade. É o tipo de evento onde o elenco que se envolve mais. Reconheci outras celebridades não envolvidas no filme também. Provavelmente convidadas por alguém.

  Passei a deixar a Fraya mais livre, ficando um pouco para trás na esperança de encontrar a Rachel ou alguém conhecido. Por sorte, foi justamente ela que eu achei.

– Menina – a parei – como você está? Vou fazer essa pergunta ignorando o fato de ter um sorriso estampado de orelha a orelha no seu rosto.

Ela ficou vermelha e sorriu ainda mais.

– Ai... Bem – ela disse – e cadê a Freya e todo mundo? Os meninos estão procurando por vocês.

– Não os vi desde que cheguei. Tem uns quinze minutos – falei.

Ela me pegou pelo braço e saiu andando, se desviando das mesas e das pessoas até chegar no Harry e no Tom de pé.

– Boa noite – disse primeiro – Como estão? – sorri.

– Boa noite, Selene – ambos responderam – está bonita – Harry disse.

– Sim, é verdade – Rachel falou me olhando – esse vestido te fez muito bem.

  Sorri em agradecimento.
  De longe, vi a Freya. Olhei para o Tom involuntariamente, só para encontrá-lo olhando para mim também e desviar.

– Vou trazer a Freya – disse – acho que ela está procurando por vocês também.

  Fiz sinal que esperassem ali e então fui, me sentindo uma panaca.

– Freya, achei os meninos e a Rachel – bati nas suas costas nuas do vestido – Estão esperando por você.

– Tá, já vou – ela falou meio mole. Era possível que já estivesse bêbada!?

– me dá isso aqui – tirei uma taça de vodka da sua mão e deixei em uma das mesas vazias.

Ela me olhou com raiva e então, mostrou a língua como uma criança.

Quando voltamos ao grupo, eles a cumprimentaram e entramos em assuntos diversos. Daniel, Samantha, Elise e Paul se juntaram a nós.

Os assuntos eram os mais aleatórios. Eu contei duas taças que a Freya tinha emborcado na garganta, ficando mais e mais ranzinza. Eu fui pega mais umas quatro vezes olhando para o Tom. As vezes ele desviava, outras eu.

– faz tempo que estou na seca – Elise disse. Eles falavam sobre relacionamentos, já que o Harry e a Rachel ainda eram novidade fresca.

– Putz, não sabe o que é seca – Freya disse meio emboloado – conta para ela, Selene – ela riu. Estranhei me incluírem no assunto – faz tanto tempo que não pega ninguém que acho que voltou a ser bv, se é que é possível – ela disse apontando para mim com o polegar – olha so – virou para mim um tanto lenta, como se tivesse com uma descoberta enorme na cabeça – eu acho que é você que afasta os caras. Não tem condições.

Todos riram, inclusive eu. Mas seria estranho dizer que notei algo muito pessoal no modo como ela falava? Rachel fora a única que ficou um tanto seria, diria que sem graça.

– é seu jeito, Selene – Freya continuou – seu jeito besta. E então, riu com uma risada de bêbada.

  Um dos diretores chegou e eles passaram a conversar sobre o filme. De mansinho, saí para uma das mesas que estava vazia e comecei a usar o meu celular. Rachel disse que viria depois, ela estava no meio do grupo, mas parecia resolver algo com o Harry. Falei que esperaria.

Não sei quanto tempo passei aqui, talvez umas duas músicas. Olhava para o grupo de vez em quando, eles riam e falavam alto. Que demora deles.

– Com licença – Um barman se aproximou com um sorriso – A senhorita ganhou um drink de um daqueles rapazes.

Ah, a antiga tática de cortejar uma garota. Eu achei engraçado. Virei para onde o rapaz indicara, era uma mesa com três rapazes. Os três olhavam para mim, eu nao sabia qual tinha sido. Segurei a vontade de rir, acenei com a mão para eles e quando voltei a olhar, o barman já estava depositando a bebida na mesa.

Ele se despediu e saiu. O líquido era vermelho. Peguei para cheirar, mas foi tirado das minhas mãos por alguém com uma camisa de manga comprida.

– Foi o moreno de branco – Tom disse, se referindo ao rapaz que me deu a bebida que agora estava entre suas mãos largas. Tom olhava na direcao dos rapazes sem expressão e então, virou a bebida na boca olhando para eles – ouvi quando ele pediu para você – ele disse depois de colocar a taça com o resto da bebida na mesa.

– Tom... – reclamei sem graça.

– Se quiser eu te peço uma. Antes um conhecido, não acha? – ele sorriu manhoso e então, se sentou na minha frente.

– com certeza vão dar falta de você – apontei para o grupo.