delicate. ||Tom Holland||

Capitulo 08

  Tivemos que nos mover alguns quilômetros para a próxima gravação, então a produção deixou que o elenco se familiarizasse com o local e com a nova cidade e nos deixou livres pela manhã até o meio dia.

– O que quer fazer? – Freya me perguntou.

   Desde o incidente no hotel vejo que ela vem se esforçando bastante. Mas as coisas estão esquisitas. Eu ainda a vejo conversando com o Ryan ou os dois se pegando no trailer. Mesmo ela nao calando a boca sobre o Tom.

   Entendo que os dois não possuem nada, então a Freya não deve fidelidade a ninguém. Quando passei a questionar porque estava me sentindo incomodada, achei diversos outros fatores.

    Percebi que nesse caso, estava defendendo o Tom por demais e que de alguma forma, passei a sentir alguma espécie de conexão com ele. Notava o quanto me sentia bem ao seu lado, ou o quanto gostava quando sentia sua atenção em mim. Ou de ouvir ele falar. Ou rir. E como meus pensamentos estavam bem viciados no seu rosto e nome.

– Selene –  Freya estalou os dedos.

– ah – sacudi a cabeça como uma imbecil – eu não sei, nós poderiamos

– buh! Achei vocês – Rachel pulou entre nós, agarrando nossos ombros e nos puxando para si - os meninos estão vindo aí, parece que a aqui tem um restaurante com uma vista bonita, topam?

– Ótimo – falei, olhando para a Freya como uma maneira de dizer que essa era a minha resposta – estou mesmo com fome.

    Rachel nos soltou e me puxou para um cantinho, fazendo sinal de espera com a mão para a Freya e me levou para trás de uma coluna da frente de uma das casas da rua onde estávamos.

– falou com o Harry hoje? Ele esta tão diferente – ela me perguntou.

    Eu sabia o que era. Ao que parece,    
    Harry estava planejando uma maneira de pedir ela em namoro. Eu seria uma pessoa morta se contasse para a Rachel, então passei a pensar em uma desculpa, mas fui salva. Harry apareceu próximo a nós duas.

– Chegamos, vamos? – ele tentou fazer mandar com o olhar e eu tentei retribuir. Então, pegou a Rachel pelo braço e foi saindo devagar antes de nós.

"Nós", no caso, seriam eu a Freya e o Tom que estava parado ao seu lado com as duas mãos nos bolsos da calça. Me aproximei deles com um sorriro.

– Selene! – ele me cumprimentou com a mão direita, voltando a guardá-la no bolso depois.

  Sua pele foi como levar um leve choque. Desviei o olhar, me sentindo péssima por realmente estar tendo essas reações. O cabelo dele estava arrumado e convidativo, eu morria de vontade de passar as mãos entre os fios e bagunçá-lo e seu rosto estava o encanto de sempre.

  – vamos, eles já estão lá na frente – Freya nos chamou, começando a andar também.

    O restaurante que o Harry havia escolhido era há alguns metros de distância dali. Quando entramos, fiquei surpresa com o capricho do ruivo em ser ali o lugar escolhido para pedir a Rachel em namoro. Era um restaurante fino, você conseguia sentir que o ar era diferente e enxergar que tudo ao seu redor também.

  A maneira vazia e cheia de si como algumas pessoas se portavam, como se vestiam. A maneira dos funcionários. Era um ambiente lindo e que apesar de um tanto bossal, era convidativo e confortável de estar.

  Passei a ficar nervosa pelo Harry. Ele trocou olhares comigo algumas vezes e acredito que também esteja bem nervoso.

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  – Veja, Tom – Freya checou seu delicado relógio de pulso – são quarenta minutos sem falar do trabalho – ela sorriu. Tom olhou para o relógio da moça e lhe retribuiu o sorriso.

– você acabou de falar – ele fez um biquinho, eu gosto quando faz essa expressão – mas não há nada mais prazeroso que saber que foram todos esses minutos – ele disse aliviado, levantando as duas maos.

  Eu estava mais calada dessa vez. Acho que todos perceberam. Não era a intenção. Eu so queria observá-los. Observar o Tom, se eu for sincera. E pensar em maneiras de tirar ele do meu foco.

  Ele era gracioso. Eu gostava de sua linguagem corporal. Ele era confiante, mas bastava um elogio sincero e sua postura se desfazia um pouco. Ele também desfazia muitas posturas... Gosta de manter contato visual com os mais fracos (vulgo: eu).
 
   A Freya saiu para atender um telefone e ficamos praticamente nós dois. Harry e Rachel estavam numa atmosfera onde parecia só existir eles dois. Comecei a bater de levinho com meu indicador na mesa, sem ter o que fazer. Enquanto sentia o olhar do Tom em mim.

  Ele então bateu no meu braço, chamando minha atenção para o guardanapo que ele estava meio que escondendo debaixo da mesa. Estava escrito, pela caneta que reparei ter sido colocada agora em cima da mesa por ele.

  "Como você está, senhorita?"

Eu o olhei de relance e sorri por sua iniciativa divertida.

– bem, senhor Holland – respondi sussurrando, o qual ele também riu.

Então, fez sinal que esperasse e escreveu no papel novo.

"Voto de silêncio?"

Ele se referia ao meu recolhimento hoje.

– voto de observação – fingi analisar ele ameaçadoramente.

  Tom parou por uns instantes e então, torceu os lábios, se aproximou de mim sorrindo e sussurrou "Ia perguntar se devia ter medo, mas acho que não"
  Senti minhas bochechas queimarem com a aproximação. Nós dois rimos.

– Voltei – Freya se sentou de volta na cadeira onde estava do meu lado esquerdo – qual o assunto?

– A possibilidade da sua amiga ser ou não uma espiã, psicopata ou na melhor das hipóteses, uma agente secreta.

– A Selene!? – Freya riu – Não faria mal a uma mosca – ela debochou rindo.

  Antes do assunto se alongar, Harry fez, o sinal que disse que daria e então, pediu a Rachel em namoro, atraindo a atenção de metade do restaurante. Foi tão lindinho. A Rachel se emocionou bastante e o Harry parecia ter o orgulho de um guerreiro voltando para casa após vencer uma batalha.