O sol brilhava forte naquela quarta-feira. O clima de Los Angeles era agradável aos olhos de todos, dificilmente haviam tardes frias ou quentes demais. Morar em Elysian Heights sempre foi uma benção de acordo com Mavis. Um lugarzinho calmo e isolado, mas não tão afastado do centro. Era o lugar perfeito.
Toda sua família morava por lá — Não que fosse muita gente —, assim como seus amigos e os habituais clientes da Sweet as Bailey. Há alguns anos, quando seu pai abandonou a família, sua mãe teve de se virar. Elas moravam em uma casa grande e contraditoriamente modesta, com seus três andares, sendo o de baixo uma garagem inutilizada. Ali, nasceu uma das cafeterias mais famosas do bairro, "a cafeteria das Bailey", como os moradores chamavam.
Todo o edifício foi pensado para ser aconchegante, e a cafeteria não era diferente. Uma parede branca quase nula devido as grandes janelas, que mostravam o belo interior iluminado por uma luz amarelada. As plantas ao redor da fachada combinavam com a placa acima da porta: "Sweet as Bailey: jazz and coffee shop". Um toldo listrado cinza e branco também contribuía com a atmosfera, assim como as mesinhas de madeira redondas no exterior.
Sadie não pensou duas vezes quando encontrou o lugar. Morar no centro de Los Angeles era essencial quando se é uma atriz, mas era o que quase a fazia desistir da carreira. As ruas lotas, as pessoas gritando no farol, os paparazzis perseguidores. Era um bairro sem dúvidas odioso.
Como uma pausa da correria, havia Elysian Heights. A ruiva sabia que era um ponto de paz em meio a tempestade do cetro, e sentiu a necessidade de encontrar um lugar aconchegante por lá. Em suas pesquisas, ou melhor, na primeira pesquisa, encontrou a "cafeteria das Bailey", com uma avaliação excepcional no Google. Era perfeito.
Logo, naquela quarta-feira ensolarada, Sadie decidiu fazer uma visita ao estabelecimento. A mensagem que mandou para Cameron naquela manhã foi recebida com um sorriso pelo garoto.
"Quer ir em um café comigo?"
O ruivo sentiu-se imensamente feliz. Fazia algumas semanas que ele e Sadie não conversavam, não haviam brigado nem nada, mas o trabalho da namorada parecia os afastar cada vez mais.
Ele não tardou aceitar o convite, se dispondo para pegar a ruiva e levá-la até a cafeteria. Assim que se viram, a ruiva sorriu. Seu trabalho era realmente exaustivo, havia finalmente terminado as gravações de Dear Zoe, E depois de quase um mês sem ver Cameron, ela se sentia animada em vê-lo.
O caminho era belo, passando dentre as árvores enquanto se afastaram da vozeria do centro. Os dois cantavam uma música chiclete, e a cada pausa que o carro dava, Cameron parecia contar cada sarda do lindo rosto de Sadie.
O caminho era encantador, mas sua garota era mais. Mil vezes mais.
Sadie gostava da atenção, do olhar apaixonado que ele a entregava sem qualquer preço. Gostava de como seus olhos azuis misturavam-se como o mar.
Suas vidas não poderiam estar melhores. A vida de ninguém poderia estar melhor. Estou falando demais, preciso me concentrar na história...
Um tempo depois, o carro preto de Cam estacionou frente a cafeteria bonita. A ruiva se viu encantada com o lugar, era lindo, e o jazz que tocava não atrapalhava a conversa baixa dos clientes. Tudo tão pacífico, era o que ela precisava.
O interior era tão formoso quanto o exterior. A música tocava um pouco mais alta, mas ainda em um volume ambiente, e as mesinhas eram decoradas com tulipas centrais, brancas como o piso de mármore. Já as paredes eram em um belíssimo tom de creme, e contavam com as mais diversas plantas e quadrinhos.
As mãos do casal se entrelaça enquanto eles caminham até o balcão, encontrando uma garota de olhos azuis escuros, que sorri para os dois.
Sadie se permite reparar nela. Seus cabelos eram eram loiros, quase brancos. Seus olhos eram grandes e seu rosto era maravilhosamente definido. O nome "Mavis" evidenciado em um crachá sobre seu avental.
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MAVIS'S LOOPING - Sadie Sink
FanfictionAcordar, trabalhar, dormir. Acordar, trabalhar, dormir. Essa é a nossa vida, sempre será. Não há novidades, não precisamos de novidades. Conversamos com as mesmas pessoas, passamos pelos mesmos caminhos, todos os dias. Não há riscos, que riscos? Ma...