Dia 5 - Estranho...

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O que é viver? Talvez, para algumas pessoas, a vida esteja relacionada a sentimentos, outras, a situações. Para alguns, a vida é algo lindo, para outros, algo robótico, sem sentido.

Talvez, para aqueles que vivem sua vida tranquilos, seja uma benção. Mas e os que estão na sarjeta? E os que vivem em desespero, abandono, lágrimas, lástima?

Nah, a vida melhora em algum momento, para todos.

Todos, menos pessoas como a Mavis.

O sol brilhava lindamente naquela sexta-feira, mas dessa vez, brilhava forte, aparentemente mais forte do que todas as outras manhãs das quais Mavis acordava.

— Mavis Bailey, ou você levanta agora, ou eu juro que vou contar pra mamãe que tá atrasada pro expediente! — O grito estridente de Carrie acaba despertando a garota de cabelos platinados.

— O quê? Hm, oi. — Mavis balbucia frases sem sentido até focar no rosto irritado da irmã. — Que horas são, hein?

— Quase oito idiota! Eu fiz o café da manhã e disse pra mamãe que você está aprendendo uma receita nova de café. Ou você levanta e fica pronta em meia hora, ou vai se atrasar, e eu não vou mentir pra nossa mãe de novo! Vai, agora!

Mavis continua confusa quando a loira sai de seu quarto. Oito horas? Mavis sempre, sempre, acordava às seis.

Algo estava estranho.

Não importa. Vestiu-se rapidamente com a primeira roupa que viu, o que resultou em uma terrível combinação de calça xadrez vermelha e blusa estampada colorida. Mal penteou o cabelo antes de sair correndo de seu quarto e descer até a cafeteria.

— Olha Miles, chegamos mais cedo que a Bailey, essa é novidade! — Mabel diz animada, vestindo seu avental. O garoto apenas ignora a fala da amiga, se aproximando da platinada.

— Você nunca atrasa. O que aconteceu?

— Menor ideia Riggs, meu despertador natural aparentemente decidiu não tocar hoje. Acordei com os gritos da Carrie.

— E não morreu?! — O medo que Miles tinha de Carrie quando estava brava era hilário, ainda mais considerando que a loira mal passava do ombro do rapaz.

— Não, idiota, mas seriamente pensei que ela jogaria um tênis em mim se eu não levantasse.

— Não duvido não.

Os primeiros clientes começam a chegar, estes são os pescadores que sempre passavam por aqui antes do trabalho. Como de costume, eles pedem algumas garrafas de cerveja enquanto contam piadas sobre carros e loiras.

Conforme o tempo se passava, uma pequena dor acaba se instalando na cabeça de Mavis, crescendo e crescendo a cada cliente que lhe fazia um pedido. Estava frente a frente com Mabel, que lhe passava um pedido da mesa nove.

— Dois cappuccinos com creme de chocolate e canela, cupcakes pequenos de framboesa e doce de leite e...

De repente, uma pontada.

"Looping" Diz Mabel, com uma voz aveludada. Estranho, a voz dela costuma ser fina e afobada...

— O que disse? — Mavis questiona claramente desorientada.

— E um brownie com sorvete de creme e morango de acompanhamento — Um tom preocupado se sobressai na fala da morena. Espera, ela não havia dito isso, ao menos não foi o que Mavis ouviu. Estranho... — Você tá bem MayMay? Tá tão estranha desde cedo.

— Não, eu estou bem, não se preocupe. Vou passar o pedido pro Miles. — Recebe apenas um confirmar da amiga.

•••

MAVIS'S LOOPING - Sadie SinkOnde histórias criam vida. Descubra agora