Dia 6 - Os homens de preto.

82 14 71
                                    

Eu andava apressadamente até a sala de reuniões, ficando irritada com o som do salto ressoando no piso de mármore chique. Tão chique quanto aquele ambiente.

As paredes continham enormes janelas, que davam visão para um jardim bem cuidado. Vários tapetes nos mais diversos tons de azul-marinho, que contratava com o piso branco lustrado, mas combinava com os acolchoados azuis-claros.

Eu continuo meu caminho até o balcão de recepção, percebo que, inconscientemente, sigo uma mulher ruiva, e não há nada que eu consiga fazer para me distanciar dela.

A tal ruiva conversa com uma recepcionista negra belíssima, que a apresenta como Lorraine McCurdy, e o nome combina realmente com os traços fortes e o cabelo flamejante da mulher a qual seguia.

A recepcionista se levanta, direcionando Lorraine até uma sala de reuniões. Lá estão sentados quatro homens e duas mulheres, todos com roupas executivas e uma feição extremamente séria.

- Bom dia, senhorita McCurdy, sente-se, por favor. - O senhor que aparentava seus 40 anos direciona, ele parecia ser o mais importante daquela sala. A ruiva segue sua ordem, sentando-se em uma das cadeiras livres enquanto eu fico em pé a suas costas.

- Vamos começar essa reunião, senhor Mild, você poderia começar com os relatórios?

Um homem gordo com cabelos loiros presos em um coque se levanta, seguindo até um computador e projetando um gráfico na tela branca frente a mesa.

- Bom dia, senhores e senhoras. Então senhor Raylle, - Se direciona ao chefe - Sinto lhe informar, esta semana duas pessoas conseguiram burlar o sistema.

Todos parecem ficar mais tensos, alguns apoiam seus cotovelos na mesa, outros alinham suas colunas, e Lorraine arregala os olhos.

- Duas? Não é possível. Fizemos um trabalho eficaz com o último, ele quase entrou em estado vege...

- Não foi um trabalho tão eficaz se mais duas pessoas conseguiram sair. - O chefe, senhor Raylle, corta a mulher de coque que falava. Ela, constrangida e aparentemente intimidada, se fecha e encolhe-se na cadeira estufada. - Continue, senhor Mild. Quem são essas duas pessoas?

Duas fotos são mostradas, uma mulher ruiva com olhos azuis e outra loira de cabelos curtos e olhos grandes.

Elas me parecem familiares.

- Sadie Sink, uma atriz que vive em Los Angeles, e Mavis Bailey, trabalha na cafeteria da família.

Todos ficam quietos, pensativos, até que Raylle toma voz.

- Chamem o senhor Sonnet, AGORA!! - Grita para um dos guardas parados à porta, que logo voltam com um homem engravatado, também familiar. - Charles, preciso que pegue essas duas.

- O que elas...

- ELAS SAÍRAM DA PORRA DO LOOPING, TRAGA ELAS VIVAS, RÁPIDO!!

O ambiente imediatamente muda, a sala de reuniões deixa de existir e agora eu estou em uma sala estranhamente tecnológica.

Eram como cabines, mesas separadas, quase como as de um escritório, mas muitas, muitas mesmo. Sobre cada mesa havia um computador e a frente de cada computador uma pessoa de terno preto. Ao fundo era visível um elevador, o que me fazia pensar que existiam mais andares enormes e iguais àquele.

Caminho até uma das mesas, e o que eu vejo na tela do computador me confunde. Uma foto, da mesma garota loira mostrada na reunião. Era como uma foto de documento, e a pessoa dona daquela mesa observava a tela enquanto tomava um café.

Ao lado da foto havia alguns horários, pareciam alarmes de um celular:

6:00 - Acordar.

8:30 - Abrir a cafeteria.

MAVIS'S LOOPING - Sadie SinkOnde histórias criam vida. Descubra agora