Capítulo 10

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Théo Caccini

Faz cerca de 6 horas que avisei Eva do evento que temos que participar hoje a noite.

O evento é do tráfico, tem muita gente querendo parceria. É o evento do ano. Eva tem que estar perfeita, por isso, mandei um pequeno presente a ela. É um vestido preto justo que realçará as curvas de seu corpo. Como eu quero vê-la usando aquilo. Tenho certeza que com ela ao meu lado, tudo ficará mais fácil. Ela articula perfeitamente com as pessoas, principalmente os homens. Além disso, ela tem uma confiança admirável. Ela foi feita para ser a dona, foi feita para comandar.

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Eva Leblanc

Estou pronta. O vestido preto colado que tem um decote nos seios e uma enorme fenda deixando à mostra minhas coxas, é perfeito. Théo é esperto, mas se ele acha que o meu corpo conquistará alianças, ele está errado.

Dou um suspiro longo assim que termino de retocar o batom.

-Você vai se sair bem Eva. - falo me encarando no espelho - Você sempre se sai bem.

O som da buzina do lado de fora do meu apartamento me chama a atenção. Rapidamente, pego minha bolsa e vou em direção ao carro.

-Oi - digo assim que entro no carro

-Você está atrasada - Théo retrucou, claramente olhando para meus seios expostos, sem timidez.

-Por que não para de olhar para os meus peitos e foca na estrada hein?

Théo não me respondeu, apenas virou pra frente e ficou em silêncio. Eu fico o observando. Suas mãos ágeis movendo o volante a cada curva que passamos, seu smoking preto perfeito em seu corpo, o relógio de prata brilhando em seu punho esquerdo.

Engoli a seco quando seu maxilar travou, aparentando estar desconfortável com minhas encaradas. Ele olha de relance para mim e eu desvio o olhar, constrangida.

Théo pigarreia e eu olho para ele novamente. Ele abre a boca, porém, a fecha novamente.

Ainda sem dizer nada, Théo move sua mão lentamente em direção a minha perna, suas mãos deslizam por meus calcanhares até chegar na parte interna de minhas coxas, acariciando o local. Sem maldade, apenas um carinho. Um prazer que eu nunca havia recebido antes, pelo menos não vindo dele.

Eu não retiro a mão dele do lugar, apenas o deixo e viro minha cabeça na direção da janela, observando as árvores passarem com velocidade por meus olhos. Espero que ele não perceba meu entusiasmo, minha expressão de felicidade e conforto.

Um pequeno sorriso surge em meus lábios quando ele aperta minha perna, o que futuramente deixaria uma leve marca vermelha.

Eu o amo tanto, eu o desejo tanto, por que ele não me beija e me possui por inteira? Isso é quase como um castigo, uma punição.

Em momentos como esse, eu imagino que ele poderia me amar, sentir algum afeto por mim. Que talvez, em algum lugar lá dentro de seu peito, ele sinta alguma emoção ao encontrar meus olhos.

Mas então eu me lembro de que ele é cruel, sem coração.

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Finalmente chegamos ao evento, o lugar era enorme, um prédio imenso.

-Quantas pessoas tem aí dentro? - perguntei, curiosa

-Cerca de 600 - Ele responde enquanto tira a mão de mim.

-Deus, tem tanto bandido assim no mundo? - brinquei

Duas faces |  +18Onde histórias criam vida. Descubra agora