Eva Leblanc
Acordei de manhã. Já era tarde. Olhei para o relógio cinza na parede, que batia às duas da tarde. Théo não estava ao meu lado, o que fez meu coração apertar como um nó.
-Bom dia - Disse Théo a minha direita, me dando um baita susto.
Ele usava terno e gravata pretos, praticamente um smoking. Estava perfeito.
-Bom dia - murmurei me levantando da cama e indo em direção ao banheiro.
* * * * * * * * * * * * * * *
Depois de um banho demorado, sentei na cama já arrumada enquanto penteava meu cabelo. Coloquei meu vestido preto e o salto brilhoso da noite anterior. Apenas pus um casaco que achei no guarda roupa de Théo por cima. Aquela roupa com certeza não é o tipo certo para o frio que estava fazendo lá fora.
Saí do quarto e peguei meus pertences que estavam jogados no braço do sofá.
-Estou saindo. - Disse em voz alta sem saber onde estava Théo
-Mas já? - Perguntou ele, que estava atrás da bancada da cozinha segurando uma caneca de café.
-Sim, preciso cuidar da minha mãe.
-Entendi. - Respondeu-me com um quê de preocupação em seu tom de voz.
-Só quero te avisar que amanhã terá um evento importante. Nós teremos que participar. - ele alertou
-Tudo bem. Me passa o horário por mensagem.
-Eva - Théo me chamou - Estava pensando em entrarmos juntos no evento, assim não teríamos que esconder nossa relação.
Fiquei em silêncio por alguns segundos, achando divertido o que ele havia falado.
-Que relação Théo? O acordo em que você usa o meu corpo quando bem quiser? Ah sim, nossa relação. Entendi.
-Você aceitou o acordo, Eva.
-Eu não tinha outra opção. Ou eu aceitava ou minha mãe morria, você não me deu uma terceira opção.
-Mas, pode ficar tranquilo Théo. Eu vou estar lá. - esbravejei já irritada.
-Eu vou te buscar, iremos juntos. -Retrucou
-Eu sei porra. - Saí batendo os pés e fechando a porta com força, causando um estrondo enorme.
Entrei no elevador puta.
- Não tem como ele ser menos babaca?
* * * * * * * * * * * * * * *
Cheguei em casa gritando o nome de minha mãe. Preocupada com ela.
-Mãe!!! - berrei
-Oi filha. - Disse minha mãe, sorrindo, sentada no sofá.
Olhei para ela, triste em vê-la sem seus longos cabelos loiros. Ela não tem mais pelos.
-Oi mãe. - A respondi, abraçando-a e afastando sua touca rosa para deixar um beijo no lugar.
-O que acha de vermos um filme? - propus
-Acho perfeito.
Assenti com a cabeça e fui em direção a cozinha. Peguei um saco de pipoca e o enfiei no microondas.
-Mãe, vou trocar de roupa ok?
Ela não me respondeu, apenas sorriu.
A cada dia que passava minha mãe ficava mais fraca. O maldito câncer foi descoberto tarde demais. Foi descoberto no estágio quatro.
* * * * * * * * * * * * * * *
Troquei o vestido colado e desconfortável por um moletom verde e calças de pijama. Voltei para a sala, não encontrando minha mãe, que estava em pé pegando a pipoca quente que saia do microondas.
-Mãe, não se esforce tanto. Você precisa descansar. - Disse enquanto a levava de volta pro sofá.
-Desculpe, querida. Eu só queria ajudar.
Observei-a, seus olhos azuis com olheiras fundas, dando a ela um olhar cansado, fraco.
A coloquei no sofá e cobri-a com um edredom quente. Peguei nossa pipoca e sentei ao seu lado, aconchegando-a em meu peito.
Ficamos assistindo o filme romântico até tarde. Minha mãe amava romances, tanto livros quanto filmes.
Nesse mês, comprei cerca de 15 livros para ela, e ela leu todos. Minha mãe não queria viajar o mundo ou gastar horrores com carros e casas caras. Ela só queria ler e aproveitar seus últimos meses comigo.
Ela está sofrendo, e, o único motivo pelo qual ela ainda aguenta estar aqui, sou eu.
♡ ♡ ♡
Aqui é a autora!
Esse capítulo é curtinho mas o capítulo 10 está sendo postado junto com ele.
Não esqueçam de votar, me seguir e adicionar um comentário com sua opinião! Desculpe por qualquer erro de português!
-Athena ♡

VOCÊ ESTÁ LENDO
Duas faces | +18
عاطفيةEva Leblanc, a mulher de personalidade forte que chamou a atenção do famoso Théo Caccini, dono de uma empresa bem sucedida, mas um demônio no mundo do tráfico. Odio arde entre os dois, primeiro a raiva de um não poder ter o outro, o impedimento vin...