Duas faces | +18

Capítulo 14 +

CAP. CURTO COM BÔNUS +

Eva Leblanc

A luz da janela bate contra meu rosto e eu solto um gemido, tentando tapar minha visão, mas sem sucesso já que minha pequena mão não se move.

Tento me levantar, mas, parece que tem algo em cima de mim, me impedindo.

É ele.

-Não, não!!! - me debatioe tento tirá-lo de cima de mim, mas é como se eu estivesse tentando empurrar uma muralha.

-Fique quietinha, amor. - A voz rouca e nojenta se solta perto de meu ouvido.

-Shhhh - O monstro diz descendo as mãos ásperas por minhas coxas até estar perto de minha intimidade.

-Não! - grito de novo, desta vez, me encolhendo na cama larga do apartamento de Théo.

Foi um sonho

Passo minhas mãos por meu rosto, tentando levar as lágrimas embora e me livrar da sensação de sujeira que aquela lembrança me traz.

Meu corpo está grudento, a pele pegajosa e molhada.

-Sai da minha mente, sai, sai! - Me desespero enquanto puxava os fios do meu cabelo com força -Não, não ,não, não,  não,  não, não, não...

Joguei meu corpo pra frente e pra trás enquanto sentia mais e mais lágrimas descendo por meu rosto, a sensação de impotência e fraqueza adentrando minha mente.

Fique quietinha, não quer acordar a mamãe, certo? - A voz repugnante entra na minha cabeça novamente.

-CHEGA! - grito fazendo as vozes na minha cabeça pararem.

-Eva? - A voz de Théo atrás de mim me chama a atenção - O que houve?

-Nada, foi a merda de um pesadelo. - Digo enquanto passo por ele tentando mandar aquele pensamento embora. - Eu tenho que ir pra facção. - minto novamente

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Luca Bellucci

Amigos. Essa palavra é a representação de algo que nunca tive, na verdade, do alguém.

Nunca tive ninguém como amigo ou amiga pra mim, para ajudar a sustentar o peso da minha vida de merda.

Isso foi até eu encontrar Eva LeBlanc, a garota de olhos penetrantes e risada fácil.

A mulher amiga que eu nunca achei que teria, a segunda pessoa que me fazia não querer desistir da vida depois de meu irmão.

Estou aqui com você, Luca, eu sempre vou estar com você - Abro um sorriso ao me lembrar da memória gostosa e reconfortante da minha melhor amiga, ou devo chamar de inimiga agora?

Me revirei na cama de hospital, olhando para baixo e vendo boa parte do meu braço enfachado, assim como minha perna. Se eu soubesse que o merda que estava prestes a foder minha melhor amiga era a porra do meu chefe eu não teria aberto a boca.

Gemi de dor e ajeito meu travesseiro com a mão livre e que não estava machucada.

Eu fui burro! Um iludido de merda. Como eu fui estúpido por me apaixonar por minha única amiga? Fui um idiota que pensou errado, que interpretou a maneira carinhosa que ela me tratava de uma maneira diferente.

Ela me ama, mas não desse jeito, não do jeito que eu queria.

-Irmão! - o pequeno de 7 anos entra correndo no quarto do hospital e me abraça, me causando dor.