Eva Leblanc
-O que vai pedir? - Théo perguntou me fazendo abaixar o cardápio enorme da minha frente.
O lugar em que ele me trouxe era completamente diferente dos lugares que eu estava acostumada a frequentar. O painel de vidro espelhado que ia do chão até o teto era extremamente lindo, a riqueza do lugar era inexplicável, os lustres no teto pareciam estar flutuando e as mesas feitas de um material que eu não fazia ideia de qual era.
-Impressionada com o lugar? - Ele perguntou, os olhos transbordando luxúria enquanto ele me analisava.
Sem obter uma resposta, ele fez outra pergunta.
-O que vai querer pedir?
-Não faço ideia. - Respondi - Por que não pede por nós dois?
-Certo - Ele assentiu, fazendo um gesto ao garçom que veio em nossa direção.
-Sim, senhor? - O garçom perguntou
Não prestei atenção no diálogo entre Théo e o garçom, fiquei apenas prestando atenção no local, me sentindo extremamente pequena em relação aquele lugar enorme.
Foi quando senti uma pontada no peito, lembrando de Luca.
Como eu fui filha da puta por não ir vê-lo, por deixá-lo de lado. EU me preocupei com sexo, em dizer "eu te amo" e em me divertir. Eu sou uma merda de pessoa, de amiga.
As vezes penso que sou uma adolescente, com problemas na amizade e com o namorado, mas na verdade sou uma adulta fodida sem dinheiro, que têm a mãe morrendo, faz parte de um contrato com um traficante e que nem sequer amigos tem.
-Eva? - virei meu rosto para o homem de olhos verdes - Está tudo bem?
-Sim, vou ao banheiro.
Me levantei da mesa levando minha bolsa junto comigo, quando esbarrei em uma pessoa.
-Perdão. - Me desculpei enquanto olhava a mulher ruiva e elegante com seu conjunto de calças pantalona e cropped da cor branca, quase se misturando ao seu tom de pele claro.
-Ah, tá tudo bem! - A mulher me respondeu abrindo um sorriso enorme de dentes brancos.
-Acho que te conheço... - Ela apontou o dedo indicador pra mim, quase enfiando as unhas - que mais pareciam garras - no meu rosto.
-Me conhece? Acho que não... - Tentei me afastar, mas a mulher que não me era estranha continuou a falar.
-Ah sim! Como pude me esquecer? Você é a morena que estava no evento do meu marido na semana passada! A que deu uma joelhada nas bolas do babaquinha! - A mulher riu da situação, quase soltando lágrimas pelo riso descontrolado.
-Eu não me lembro de nada... - Falei em um tom brincalhão, levantando as mãos como se estivesse me rendendo.
-Você é divertida! - A mulher mexeu em sua bolsa e sacou seu celular de dentro dela. - Aqui, me passe seu número, assim podemos sair juntas e você pode me ensinar alguns daqueles golpes! - me estendendo o celular, o peguei, um pouco receosa, mas anotei meu número e o devolvi para a ruiva.
-Até mais, morena! - Ela disse passando por mim fazendo barulho com seus saltos.
-Até mais, ruiva. - A respondi do mesmo jeito em um tom amigável.
Que situação mais estranha...
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Théo
Eva estava bêbada demais. Estava falando o que não devia e trocando os pés ao andar na calçada em frente ao restaurante.
Ela tinha mesmo que acabar com meus planos de fodê-la em todas as posições não é? Como eu quero experimentar...
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Duas faces | +18
RomanceEva Leblanc, a mulher de personalidade forte que chamou a atenção do famoso Théo Caccini, dono de uma empresa bem sucedida, mas um demônio no mundo do tráfico. Odio arde entre os dois, primeiro a raiva de um não poder ter o outro, o impedimento vin...