Amizade verdadeira

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Sigla dos personagens:

El - Emanuelly Lombardi 

Al - Agostino Lombardi

Jm - Park Jimin

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No total fazia duas semanas que Emanuelly estava internada no hospital, não era tão ruim quando tinha imaginado. Lá dentro ela tinha a visita horaria das enfermeiras que sempre perguntavam como estava e se precisasse de alguma coisa, sabia que era por conta de seu trabalho fazer essas perguntas, mas algumas delas eram realmente solidárias e tiveram até algumas boas conversas. Quando recebeu alta do hospital Emanuelly fez questão de dar um extra bem generoso para essas enfermeiras em específico, mas acima de tudo estava radiante por poder voltar para sua casa e família. Não que seu marido e filho não tivessem ido visitá-la enquanto estava internada, mas eles tinham trabalho a fazer e não poderia toda hora fugir dele para vê-la. Às vezes Emanuelly sentia vontade de fazer parte de uma família normal, mas no final não mudaria nada da sua história ao lado de seu marido e o furto do amor deles que era seu filho.

De volta a sua casa a primeira coisa que Emanuelly fez questão de fazer foi tomar um longo e merecido banho com essências de rosas, foi como se tivesse tomado um banho depois de cinquenta anos sem uma gota d'água, bem dramática como a própria Emanuelly. Depois de seu banho relaxante foi anunciado por uma empregada que seu marido estava solicitando sua presença em seu escritório. Isso era mais normal do que o esperado, quando Agostino queria discutir algo com sigo ele o chamava em seu escritório ou ia direto em seu quarto. Emanuelly já sabia o porquê de seu marido querer conversar com sigo, na verdade estava esperando essa conversa desde que ele soube sobre sua amizade com Jimin, mas não mencionou nada antes por ele estar hospitalizada e precisar descansar. Sendo verdadeira com sigo mesmo ela estava fugindo dessa conversa a um tempo, mas agora não podia fugir mais.

Descendo para a sala de estar Emanuelly vê seu marido sentado no sofá grandioso da sala, vendo seu marido de longe a mais velha percebe a sorte que teve ao se casar com um homem como aquele, mesmo que no começo tenha sido forçada a tal coisa. Agostino era um homem que exalava elegância por seus poros da pele, nesse exato momento sentado no sofá lendo um livro qualquer ele parece uma estátua escupida pelas mãos milagrosas de Michelangelo, isso tudo ainda sendo velho como ele. Realmente Deus tinha seus favoritos na terra.

El – Me chamou? - fala se sentando no lado contrário do sofá onde Agostino estava sentado.

Al – Precisamos conversar sobre um assunto sério. - fala o homem assumindo uma pose mais séria, largando seu livro ao seu lado. Ao olhar para o rosto de sua amada Agostino sabia que ela seria contra o que ele falaria, mas ele faria de tudo para manter sua amada esposa a salvo, nem mesmo que tivesse que trancá-la dentro de casa como uma das princesas de contos de fadas – Quero que você fique em casa e não saia, por um tempo indeterminado. Isso significa que você não pode ir visitar seu amiguinho confeiteiro. - a cara da mulher fica cada vez mais amarga a cada palavra dita pelo homem – Você acabou de se recuperar de uma doença e tenho certeza de que ainda vai levar um bom tempo para estar cem porcento novamente, e não posso correr o risco de perder você para uma doença ou para um desgraçado a procura de vingança. - termina seu discurso levantando-se do sofá e alinhando suas roupas – Isso não é uma opção, eu espero que pela primeira vez na sua vida você posso me escutar sem ir contra mim ou fazer um ato estupido. - sem deixar a mulher rebater suas palavras sai da sala indo para fora da casa.

Emanuelly sabia que Agostino não queria que ela ficasse perambulando pelas ruas, mesmo com a proteção de seus guarda costas, poderia ser que bem dentro de si Agostino também tivesse ciúmes de ter um amigo homem, de qualquer forma ele nunca admitira de qualquer forma. Mas Emanuelly não iria aceitar aquilo, pela primeira vez em anos encontrou alguém que conseguia conversar por horas, sem ser seu marido, finalmente entendia aquelas pessoas que falavam que ter um amigo era como ter uma alma gêmea que poderia compartilhar tudo e nada ao mesmo tempo. Agora que tinha encontrado isso não deixaria escorrer por entre suas mãos por um capricho de seu marido superprotetor.

Durante anos Emanuelly fez questão de fazer amizade e estimular a lealdade dos empregados dentro e fora daquela mansão, agora ela iria recorrer a essa lealdade. Esperando que seu marido se afastasse mais um pouca da mansão Emanuelly correu atrás de sua empregada principal e mandou preparar um casaco, enquanto isso foi até os guardas costas que extavam bem-posicionados na porta apenas para impedir a saída da mulher. Agostino apenas esqueceu o dom manipulativo que sua amada esposa tinha e com poucas e decisivas palavras eles abriram a entrada da mulher, com seu casaco em mãos e ninguém impedindo sua saída ela partiu para ver seu amigo. Era até um pouco estranho uma mulher com tanta idade como ela ser amiga de um garoto que tinha se tornado adulto em tão pouco tempo, mas mesmo assim ela sentia que aquilo era o certo no final das contas e não iria desistir daquilo que conquistou. Se não todo o ensinamento que deu junto de seu marido para seu filho seria jogado no chão como lixo apodrecido.

Chegando perto da confeitaria, vendo a entrada dela de longe, Emanuelly sentiu seu peito se aquecendo por lembrar de todas as boas lembranças que ganhou e compartilhou com Jimin, para ela Jimin era como uma criança que precisava de apoio e estava mais do que disposta em estar ao seu lado e guiá-lo para não se perder nas trilhas desequilibradas desse mundo estranho. Sendo sincera com sigo mesmo via Jimin como mais do que um confidente, o via como um filho. E agora estava louca para o abraçar o mais apertado possível e comer seus deliciosos doces.

Sem esperar seu motorista parar o carro e estacioná-lo de forma correta a mulher mais velha já havia saído e corrido para a entrada da loja, mas não queria parecer desesperada então ficou um minuto parada recuperando o folego, era um saco as vezes ser velha e não ter a mesma resistência de quando era mais nova, além de aproveitar para arrumar alguns fios de cabelo que estavam fora do lugar. Quando viu que tudo estava no devido lugar entrou na loja com um grande sorriso no rosto, tão grande que sentia que poderia rasgar sua face.

Entrando na confeitaria Emanuelly percebeu que Jimin estava distraído arrumando alguns doces na vitrine da loja, então queria aproveitar esse momento para surpreender Jimin com sua volta. Com ele ainda distraído a mulher se apoiou no balcão e por alguns minutos ficou analisando Jimin e como ele era tão cuidadoso com seus amados doces, cansada de esperar para poder conversar com o garoto coreano Emanuelly começa a agir.

El – Com licença, eu gostaria de uma porção de Fritte al mascarpone, por favor. - fala com uma voz doce.

Jm – Só um minuto por favor. - termina de arrumar seus adorados doces e se vira para o cliente, mas tem uma grande surpresa a ver sua velha amiga depois de um longo tempo. Soltando tudo que estava em suas mãos Jimin dá a volta no balcão e praticamente pula nos braços de Emanuelly, sendo preso por um abraço sem apertado – Eu senti sua falta! - depois de um tempo naquele caloroso abraço Jimin se separa o suficiente para olhar nos olhos de Emanuelly – Pensei que ainda estava no hospital, mas você não deveria estar em repouso? Você passou por muitas emoções apenas nas últimas semanas.

El - Não poderia deixar de ver seu neto de consideração, eu sinto tanto a sua falta e dos seus doces que não puder ficar sentada em casa de tanta animação. - fala Emanuelly olhando com ternura para o garoto a sua frente – Além domais eu não te vi mais no hospital e assim que sai fiz questão de vir aqui o mais rápido possível.

Jm – Me desculpa por não te visitar no hospital, eu pensei que era melhor você ficar entre sua família naquele momento tão vulnerável. Me desculpe por deixá-la sozinha, mas eu realmente senti sua falta. - explica Jimin - Não ter você aqui foi como se tudo tivesse ficado cinza novamente, mas agora que você está aqui eu estou muito feliz.

Escutando aquelas palavras Emanuelly só teve ainda mais certeza que havia escolhido a pessoa certa para ter uma amizade sincera, apenas esperava que sua família conseguisse ver o que ela via no futuro.  

My real family is the MafiaOnde histórias criam vida. Descubra agora