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Observo o local cheio de pessoas dançando. Alguns conversavam amigavelmente, enquanto outros se beijavam loucamente. Logo, sinto a Mia me puxando para a área vip e falando algo que eu não consigo entender, por causa da música alta.

Quando chegamos na área vip, noto o pessoal da banda em uma mesa, brindando algo. Mia se aproxima, ainda me puxando pela mão.

— Hey pessoal! — a ruiva fala animada, indo abraçar cada um.

Eu me contento em dar um sorriso para todos e falar oi. Todos ali retribuem meu sorriso, menos a de olhos azuis, que apenas me olha de cima a baixo.

— Vocês chegaram na hora certa, eles vão tocar em 5 minutos. — Drew fala.

— Ah que ótimo, fiquei com medo de perder. — Mia fala animada.

Nós conversamos um pouco, até a banda ir para o palco. Eu, a Mia e a Drew cantarolavamos as músicas, nós balançando conforme o som. Durante algumas músicas, os olhos azuis da Billie encontravam os meus e depois de algum tempo, desviavam para outro lugar. Assim que eles acabam de cantar, voltam para a nossa mesa, recebendo aplausos de todos, inclusive nossos.

— Caralho, vocês mandam muito bem. — Mia falava, ainda aplaudindo.

— Eu definitivamente tenho que concordar. — eu digo.

— Obrigada, garotas. — Zoe fala envergonhada.
— Hey, quando vocês vão voltar para Chicago? — Jesse pergunta, enquanto bebe uma cerveja.

— Depois do natal, eu acho. — a ruiva responde.

— Ah não, mas já? — Drew fala triste.

A véspera de natal está bem próxima, e logo depois, eu e a Mia vamos voltar, já que vamos nos apresentar em um evento de ano novo.

— Então, vamos aproveitar muito essa noite. — Matty diz animado.

Alguns minutos se passam e todos estão espalhados pelo local. Jesse estava dançando com a Mia, e eu me arrisco a dizer que eles estão flertando. Drew e Matty estavam fora do meu campo de visão, mas eu havia acabado de conversar com eles e tinha ido no bar, pedir uma bebida. E Zoe e Billie estavam conversando e rindo.

Eu não sinto ciúmes da Zoe, mas eu penso que poderia ser eu naquele lugar. Se tudo não tivesse acabado daquela forma, se eu não tivesse me apaixonado, hoje nós duas poderíamos estar juntas, rindo, conversando e compartilhando momentos especiais. Mas, infelizmente, não tem como voltar no tempo.

— Me faz uma Margarita, Roberto. — escuto uma voz do meu lado, falando com o barman. Até que ela me olha sorrindo. — Gostei do sapato.

Ela era morena, seus cabelos eram cacheados e ela tinha belos lábios vermelhos, além de ter um piercing da boca. Era uma garota bonita, muito bonita.

— Obrigada. — respondo, sorrindo de volta. — gostei do piercing.

— Senhoritas. — o Barman entrega as nossas bebidas.

— Gracias, Roberto. — A garota agradece e se vira para mim, bebendo devagar o drink e me encarando. — Você mora aqui?

— Não, só minha família. E você? — pergunto, também bebendo vagarosamente.

— Também não. Namora? — ela pergunta, sorrindo. E eu conheço muito bem esse sorriso.

[...]

Eu pressionava a garota contra meu colo, enquanto mordia levemente sua boca, finalizando o beijo. Estavamos dentro do banheiro, com ela sentada no meu colo. Após o beijo acabar, ela sai do meu colo e vai em direção a porta, saindo logo em seguida.

Arrumo minha roupas com a mão e limpo a marca de batom que a mesma deixou. Ouço a porta abrindo.

— O que? Quer segundo round? — eu falo rindo, deduzindo ser a morena.

Quando me viro, me assusto quando vejo a Billie, com a cara fechada e me encarando.

— Ah, é você. — falo, tentando parecer calma. Quando na verdade, meu coração está acelerando bruscamente. — tudo bem?

Ela ignora e vai lavar as mãos.

— Ok, eu vou... — eu começo a falar e ela me interrompe.

— Eu não sabia que você ia ser tão assim quando crescesse. — Billie diz, meio embolado, aparentemente alcolizada.

— Hãn? — pergunto, sem entender o que a mesma queria dizer.

— Assim tão... fácil — ela fala e se vira para mim, me olhando de cima a baixo. — Você tem uma amiga que vive beijando e fodendo, e fica transando com meninas estranhas no banheiro.

Preciso de alguns segundos para processar suas palavras e logo que entendo o que estava acontecendo, sinto meu sangue ferver, e meu rosto esquentar de raiva. Quem ela pensa que é para me chamar de fácil?

— Você ta maluca? — eu digo, aumentando meu tom. — O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta a muito tempo, garota.

Falo apontando o dedo no peito dela, sentindo a raiva me dominar. Vejo a cara da menor se contorcer de raiva.

— Não encosta esse dedo em mim de novo. — ela rosna, olhando nos meus olhos.

— Eu faço o que eu quiser. — falo, encarando-a de volta. — quer saber? Vai se foder.

Eu me saio do banheiro, deixando a Billie para trás. Ela foi uma babaca e sem motivo algum.

—  Hey, o que houve? — Mia pergunta preocupada, se aproximando.

— Nada. Eu vou para casa, depois falo contigo. — eu falo, e dou um beijo na bochecha da mesma.

••The Past Returns•• // Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora