Capítulo 12

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Fazia mais de cem anos que Sasuke não olhava diretamente nos olhos frios e vazios de sua mãe; Fazia anos que não trocava palavras simples com ela, ao encarar aquela pele pálida semelhante à sua, a frieza parecida com a sua. Nunca fora um filho amoroso, e isso era culpa dela, mas fazer o quê? Demônios, são demônios, criados e moldados para terem o coração, a mente e a alma podres e sem vida.

Sasuke ainda se lembrava de quando ainda era mais novo e precisava ser moldado para ser o demônio sexual mais perfeito que já existiu, justamente por ser filho do rei do inferno. Lembra-se da maldita sala escura e fria, com a porta vermelha chamativa, onde era obrigado a ficar todos os dias. Um lugar cheio de demônios de todos os tipos e tamanhos, explorando e tocando em seu corpo, ensinando-lhe as formas mais dolorosas e prazerosas do sexo. Foram anos naquele maldito lugar, e sua mãe nunca ousou levantar um dedo para protegê-lo dos abusos, até que ele estivesse pronto.

— Não pensei que me visitaria —  A mulher falou, olhando para seu filho através das grades que lhe prendiam, seu sonho era estar fora daquele buraco.

— Não pense que estou aqui para visitar você, não faço questão de te olhar —  O moreno murmurou e viu um sorriso surgir nos lábios vermelhos de sua progenitora.

— Acredito que esteja aqui pelo mesmo motivo que seu irmão —  Sasuke torceu o rosto em confusão, e o sorriso de sua mãe só aumentou —  Também está amando, não é, meu filho?

— Isso é impossível!

— Impossível? O amor impossível é o mais prazeroso, o mais tentador, é aquele que mais desejamos… —  Ela falou de forma tão sonhadora que Sasuke achou, por um momento, que sua mãe não era mais a monstra de anos atrás —  O amor é algo belíssimo que poucos conseguem ter de verdade, as pessoas correm de forma tão desesperadas por um único pingo de amor, que não percebem que a forma mais fácil de encontrá-lo é esperar e não lutar.

— Isso é patético e ridículo —  Sasuke falou entre dentes, rosnando em raiva. —  Não quero sentir amor! Não quero ter um sentimento tão inútil dentro de mim que irá me deixar fraco!

— Amor não é um sentimento inútil, Sasuke, muito menos te deixará fraco; você perceberá isso na hora certa.

— Espero que essa hora nunca chegue —  O moreno se virou para ir embora, mas teve seu pulso segurado pelas mãos frias e fracas de sua mãe.

— Não cometa o mesmo erro que eu, Sasuke, não machuque aquele que também te ama —  O moreno olhou por cima dos ombros, vendo as lágrimas douradas escorrendo pelas bochechas da mulher e os olhos sem vida ganharem um tom de amarelo.

O Uchiha puxou o próprio pulso e foi embora, deixando a mulher para trás, sozinha mais uma vez em meio à escuridão e gritos de terror.

— Eu posso resolver seu problema —  Sasuke parou no meio do caminho quando ouviu uma voz sedutora e quase em um sussurro falar. —  Sei como tirar esse sentimento de você.

— Está tão desesperada para sair daí, Lilith? —  O moreno perguntou rindo e olhando para a mulher que tinha uma cobra vermelha enrrolada em volta do próprio pescoço.

— No desespero e na loucura é que surgem as melhores ideias! —  Ela falou se aproximando das grades e apertando a mão envolta do ferro, que começou a queimar suas mãos, mas ela não parecia se importar, não parecia sentir dor alguma —  A loucura é minha amiga, Sas.

— Agora entendo por que meu pai te prendeu aí —  O moreno murmurou, e antes que fosse embora, a voz dela sussurrou.

— Posso destruir o amor que está nascendo dentro de você —  Ela cantarolou rindo, e viu o moreno travar no lugar mais uma vez —  Eu sou o demônio mais antigo desse lugar, sei algumas coisinhas que nem mesmo o rei sabe.

— O que quer em troca? Não faria isso de graça.

— Eu quero o livro da morte! —  Ela falou entusiasmada —  Eu quero o livro da morte, apenas isso, e só você pode trazê-lo para mim!

— Por que? —  Sasuke se aproximou e parou de frente para ela —  O que quer com o livro? O que procura nele?

— Nada de mais, preciso ver um nomezinho, só isso —  Ela falou tentando se fazer de inocente, mas Sasuke sabia que não era apenas aquilo —  Vamos, é só um livro, não há o que temer.

— Tudo o que vem de você é motivo para temer.

— Vai querer ou não?! —  A mulher entendeu a mão queimada dentre as grades até o lado de fora para que o demônio pudesse apertar. Sasuke, sem hesitar, segurou a mão de Lilith, que apertou com força, e a cobra vermelha deslizou de seu braço até o do moreno, enrolado-se entre eles; quando parou, ela mordeu o pulso do Uchiha, que chiou de dor.

— Porra!

— Nosso pequeno pacto está feito —  Ela murmurou, soltando a mão do Uchiha e vendo a cobra tirar as presas da pele de Sasuke, deixando duas marcas avermelhadas —  Traga o que eu quero.

— Primeiro, tire isso de dentro de mim.

— Como quiser.

— —

História original da autora maravilhosa bille-b repostada com autorização dela.

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