Sex Demon - SasuNaru

Epílogo

A cela gélida já não incomodava mais o demônio de fios escuros e olhos vazios. Ele aceitara que aquelas paredes seriam seu novo lar, e deitar-se sobre o chão imundo seria mais comum do que imaginava. Passava seus dias monótonos ali dentro, sem ver ninguém e sem conversar. No entanto, seus pensamentos sempre voltavam ao passado, a um certo loiro de olhos vibrantes e azuis, um jovem com brilho intenso que enlouquecia seu coração, corpo sedutor e gemidos que o faziam delirar. Surpreendentemente, Sasuke nunca esquecia nenhum detalhe daquele belo rosto e dos beijos intensos que trocavam.

Ele também recordava das correntes geladas que circundavam seu pescoço e pulsos no dia de seu julgamento, ajoelhado no grande salão enquanto recebia o olhar julgador de seu pai. Nunca se importou, pois a dor das feridas em suas costas era maior, feridas que foram costuradas no lugar de suas asas.

No início, ele ficava inquieto e sua abstinência gritava; era um demônio sexual que se alimentava de sexo, e não ter seu vício ali era uma tortura enorme. Suas bolas pareciam mais pesadas e seu pênis latejava só de lembrar do loiro, sua mente se enchia de pensamentos pervertidos, lembranças dele nu sobre a cama com as belas pernas abertas e suado, com marcas de chupões espalhados pela pele naturalmente bronzeada. Contudo, ele aprendeu a controlar seus desejos selvagens, mesmo que Sakura insistisse para que ele a usasse. Ele nunca aceitou porque sua mente só pensava em outra pessoa, alguém que ele jamais veria.

- Está divagando nos próprios pensamentos de novo? - Sasuke abriu os olhos e virou a cabeça lentamente, vendo Itachi do outro lado da cela. O moreno apenas suspirou e voltou a fechar os olhos, encostando a cabeça na parede. - Como está?

- O que você está fazendo aqui, Itachi? - Sasuke perguntou, sua voz era pesada e rouca. - Não deveria estar juntando almas por aí?

- Você está mais amargo e sombrio a cada dia que passa - o ceifeiro murmurou e suspirou triste. Era horrível ver seu irmão preso daquela forma.

- O que esperava? Que eu passasse meus dias aqui cantando e fodendo demônios imundos? - Sasuke falava da própria raça com tanto desprezo e nojo, isso incluía ele. Sentia ódio e repulsa de si mesmo. - E depois?

- Você não está assim porque está preso aqui. Está frio e amargo porque ele não está aqui com você - Sasuke virou o rosto para o outro lado, impedindo que seu irmão visse seus olhos marejados e a dor estampada em seu rosto. O moreno mordeu o lábio com força para impedir que soluços saíssem e que as lágrimas caíssem. - Está sofrendo porque sabe que não vai mais vê-lo.

- Veio até aqui para esfregar na minha cara o que eu já sei? - O mais novo perguntou com a voz rouca, e infelizmente, ele sentiu uma lágrima solitária descer por sua bochecha.

- Não... - O mais velho suspirou pesado e abaixou a cabeça. - Os pais do Naruto encontraram o corpo dele, morto... Os anjos fizeram parecer que foi algum tipo de acidente... Eles vão fazer o enterro amanhã.

Sasuke apenas se manteve em silêncio e fechou os olhos com força. As lágrimas desciam por seu rosto sem sua permissão, seus lábios já estavam sangrando, mas ele não parava de mordê-los nem por um segundo. O moreno não queria que seu irmão visse sua fragilidade. Ele estava acabado, sofrendo como nunca sofrera em toda sua existência. Estar longe daquele loirinho de belos olhos azuis e lábios macios estava deixando-o louco. O desejo de ter aquele corpo quentinho em seus braços mais uma vez gritava em seu peito. A saudade do jeito acanhado e envergonhado do loiro quando os dois estavam na cama, completamente nus, ou quando Sasuke fazia algum comentário de duplo sentido. Seu coração parecia tão pesado em seu peito, e a vontade que ele tinha de arrancá-lo era enorme, para ver se aquela dor desapareceria. No entanto, ter aquela dor no peito lembrava-o dos momentos bons com ele.