— Eu não sou seu algoz. — Ele disse calmamente, e ela só conseguiu prestar atenção em seus lábios, rosados e levemente mais cheios no lábio inferior.
— Eu não me lembro de concordar em ficar resignada aqui no vale vermelho.
— Você não sabe o que é melhor para você.
— E você sabe?
Ele suspirou pesadamente e respondeu:
— Sei.
Ela riu alto.
— Não nos vemos há mais de dez anos, e você diz que sabe o que é melhor para mim? Não seja patético Henry.
— Nunca. Mais. Me. Chame. Disso. — ele disse cada palavra pausadamente, e baixo.
Ela viu nos olhos verdes água dele a fúria dos alfas quando se sentem ofendidos.
Bem... Acho que não era sábio irritá-lo.
— Penso que você se precipitou. Não sou uma donzela que precisa de resgate, nem tenho qualquer desejo de ficar meses aqui enclausurada.
— Você não vivia enclausurada?— perguntou Henry.
Como ele ousava...
— É exatamente por essa razão que sei reconhecer uma prisão quando a vejo.
— Aqui não é uma prisão. É livre para caminhar por toda a fortaleza, mas prefere ficar encarcerada em seu quarto. Presumo que se acostumou a viver trancada, devo providenciar grilhões também?
Ela estreitou os olhos para ele, e seus lábios se curvaram em uma careta de raiva.
Ele a estava provocando.
— A solidão combina com você, sempre achei que tinha algo de sombrio dentro de você. — Murmurou ela, enquanto separava algumas carnes em seu prato.
— Já eu, sempre achei que você iluminava tudo ao redor.
Gracie parou de pegar comida, e voltou sua atenção para o macho.
— Não faça isso. — disse.
Henry puxou um prato vazio e o encheu com carnes, peixes, pães e começou a comer de modo voraz. Ignorando o que Gracie havia dito.
— Você me ouviu? — insistiu ela.
O macho parou de comer e levantou o olhar para ela.
Henry puxou uma jarra de vinho e duas taças, ele as encheu até a boca e calmamente a estendeu para ela.
— Beba. Esse vinho é excelente.
— Você ouviu o que eu disse?
— Sim, você não deseja falar do passado.
— Não há o que falar. Você me abandonou para casar-se com Damian e foi salvar o seu território, sua decisão foi tomada de modo racional. Você recuperou o manto de Alfa pertencente a alcateia Taylor. — Ela foi ríspida ao resumir o passado.
— Pensei que não falaríamos do passado. — Rebateu ele.
Ela pegou sua taça e bebeu um longo gole.
— Tem razão. Não trará nada de bom.
Ela começou a comer, ignorando o fato de que o macho a observava atentamente, como se apreciasse que ela estivesse se alimentando.
Logo, Gracie terminou seu prato e voltou-se para o vinho.
Ele estava certo, o vinho era excelente.
Suave e doce. Do jeito que ela gostava, e possuía um aroma delicioso que equiparava com o sabor. Ela bebeu três taças sem perceber.
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A redenção do Alfa. Ilha do corvo.
Mystery / ThrillerGracie Windsor viveu um casamento infeliz por muitos anos. Ela foi abandonada pelo seu grande amor, Henry Taylor. Ela o esperou até o último minuto, mas Henry não apareceu, e a loba foi obrigada a se tornar a companheira de Damian Callum. Quando ele...