A redenção do Alfa. Ilha do corvo.

Capítulo 8 Eu a deixei nervosa?

— Ser sua fêmea? Você não pode estar realmente falando sério. — disse Gracie.

Ela sentia sua garganta seca, enquanto seu coração a traía de forma vergonhosa.

"Pare seu tolo de bater tão rápido assim, ele pode ouvir você" Ela começou a se repreender internamente.

O olhar verde brilhante do macho agora estava totalmente fixo nela, seus olhos semicerrados pareciam observá-la de sua poltrona.

Embora ela mesma tivesse se colocado de modo dominante e questionador a sua frente, mesmo aquele macho apenas sentado, aparentemente tranquilo com sua bebida em mãos, parecia dominar todo o ambiente.

Como ele fazia, ela não entendia bem.

"Ele sempre foi assim? Sempre emanou essa energia dominadora, espaçosa?" Gracie se perguntou silenciosamente. Talvez fosse por ele ter se tornado Alfa de sua alcateia.

Mas não era apenas isso, Henry sempre teve algo único ao seu redor.

— Eu a deixei nervosa, querida? — a voz dele era profunda.

— Não tem como isso ser sério. — ela repetiu, e se manteve firme a sua frente.

Como seu coração ainda continuava bater rápido demais, ela cruzou os braços, em um gesto de se sentir mais confortada e calma.

Henry deu mais um gole em sua bebida, então seu olhar magnético retornou para o rosto dela.

Foi como se atingida por um raio.

— Eu perguntei se a deixei nervosa. Não vai responder?

Ela bufou e se virou para sair de seu campo de visão, quando o macho agiu rápido demais, e a puxou para o seu colo.

Gracie congelou completamente, ao ser abraçada por ele daquela maneira.

Seus olhares se encontraram, enquanto seu rosto estava a centímetros do dele.

Ela quase sufocou com o aroma masculino e penetrante de Henry, algo como ela nunca viu.

Ela se sentiu totalmente embriagada por ele.

— Me solte. — pediu ela, fracamente.

O macho não desviou o olhar dela, e lentamente ela sentiu os dedos dele acariciando suas costas, e lentamente subindo para sua nuca.

Seus pelos se arrepiaram, e seu coração bateu violentamente contra seu peito.

Gracie fechou os olhos quando viu o macho inclinando seu rosto em sua direção.

Ela esperou pelo toque de seus lábios, ansiando por seu beijo...

"Pelos deuses, o que estou fazendo? Esse macho me abandonou para ser usada em um casamento" nem mesmo esse pensamento a fez recuar do que o seu coração ansiava tão desesperadamente.

Mas não foram o toque dos lábios dele que a despertaram de seu transe, e sim sua voz clara.

— Vamos apenas fingir, até que seja seguro para você partir.

Ela abriu os olhos imediatamente.

Henry a olhava fixamente, e ela percebeu que ele não mais a segurava contra o seu corpo, e ela não tinha ideia quando o toque dele havia terminado.

Ele podia muito bem tê-la soltado há vários minutos, ela nem sabia dizer quanto tempo esperou de olhos fechados.

A loba sentiu seu rosto queimar, e se levantou rapidamente.

Gracie engoliu em seco, e respondeu:

— Acha que vão acreditar em nós?

Ele não hesitou na hora de responder:

— Se continuar me olhando assim, você convencerá qualquer um.

Como ela era tola...

— Por que você está fazendo isso?

— Eu já disse, John me pediu.

— Eu entendi isso, mas porque você?

O rosto de Henry por um momento ficou sombrio, então ele baixou o olhar e ficou em silencio por alguns segundos. Passado esse tempo, ele levantou seu olhar verde profundo para ela.

— Quem mais teria coragem de roubar uma loba prestes a se casar com um membro do clã Callum? Quem seria louco o suficiente para isso?

— Você, pelo que vejo.

— John compartilha dessa mesma opinião.

— Eu entendi os motivos de John, mas e os seus?

Ela olhou no fundo de seus olhos, esperando, ansiando desesperadamente por sua resposta.

— Receio que eu devia isso a você. Como uma promessa nunca proferida em voz alta, mas ainda assim, uma promessa.

Ela sentiu seus joelhos vacilarem, mas conseguiu se manter de pé.

— Você acredita que me deve algo, Henry? O que você poderia me dever?

Henry se levantou, e ela teve que levantar o queixo para continuar a encará-lo.

— Eu atrapalhei seus planos há quinze anos, acha que não devo nada?

— Não precisa sentir remorso por minha causa, nós dois sabemos que eu era muito jovem, e logo seria pega por eles ou por outros. Não havia realmente escapatória para mim, havia?

Henry engoliu em seco.

Ele estava olhando do fundo daqueles olhos dourados, e não conseguia ver nenhuma luz neles, como um abismo, um lago profundo e perigoso.

Gracie era tão menor que ele, tão mais frágil, e ainda assim, ele se sentia derrotado por ela.

Derrotado por sua conformidade.

"Por que ela não grita comigo? Não me culpa?"

Se ela batesse nele seria ainda melhor.

Será que um pouco de dor poderia diminuir o peso em seu coração? Poderia de alguma forma amenizar a culpa que sentia?

— Henry... — ela disse e ele voltou a se concentrar no presente. — Você não pensou em ir atrás de mim?

A pergunta dela o despedaçou.

O destruiu.

"Eu pensei, todas as manhãs e todas as noites" Ele queria dizer a ela, mas não disse.