Gracie sorriu falsamente para a fêmea a sua frente.
Margareth Relish a olhava com um sorriso radiante em seu rosto, como se conhecê-la fosse um enorme prazer. Contudo, Gracie podia ver claramente o brilho assassino em seus olhos brilhantes.
Ela via como a loba olhava possessiva para Henry, e isso a incomodou mais do que ela gostaria de admitir.
"Ele não é meu" ela se forçou a se lembrar.
Henry engoliu em seco ao seu lado, e sem alternativas, concordou.
— Está bem, querida.
Margareth sorriu ainda mais, e disse:
— Gracie, porque não deixamos os machos tratarem de seus assuntos e vamos caminhar pelo pátio?
Gracie apertou os lábios.
Não fazia nem quinze minutos que conhecia Margareth, mas já sabia que não seriam boas amigas. Ela via a máscara sorridente que a outra usava, e de maneira alguma queria ficar passeando com ela.
Mas seria muito indelicado recusar, portanto, ela respondeu:
— Claro.
As duas fêmeas saíram da sala de braços dados, sobre o olhar intenso de Henry, quando a porta se fechou, Relish disse:
— Ela não irá fugir meu senhor, pode parar de encarar a porta assim.
Henry desviou o olhar para Relish, e respondeu:
— Vamos tratar de negócios.
Enquanto isso, Gracie se perguntou porque a loba estava segurando seu braço de forma tão grudenta.
Os passos das duas ecoava pelos corredores, e em certo momento, Gracie percebeu que não era ela a guiar o passeio, e sim a loba ao seu lado.
" Ela apenas quer me mostrar que conhece a fortaleza" pensou Gracie.
Margareth mantinha uma conversa amigável e superficial, que consistia em falar sobre os vinhos e a comida que seria servida em seu aniversário.
Gracie já estava farta.
A loba continuava a guiar o passeio, até que chegaram a um pequeno jardim com alguns frutos e uma árvore grande e antiga.
Gracie ficou muito atraída pela árvore, e soltou o braço de Margareth para olhar mais de perto.
— É muito bela, não? — disse a fêmea atrás dela.
A árvore era realmente muito bela, suas folhas eram verdes e havia algumas flores azuis que cintilava com a luz do sol.
Era uma verdadeira visão, pensou.
Mas quando chegou ainda mais perto, notou outra coisa.
Havia duas iniciais gravadas na árvore, "D" e "T".
Ela observou enquanto passava os dedos por cima.
— Essa árvore foi plantada por Henry e seu irmão mais novo, Derek. Foi em comemoração a primeira transformação do falecido Derek Taylor. — A voz de Margareth soou atrás dela.
Gracie a olhou, e não conseguiu esconder sua surpresa.
Ela não conhecia bem Derek, mas sabia de sua história e morte na batalga pelo vale há quinze anos.
Ela imaginou que foi por ele que Henry não tentou impedir seu casamento, se é que ele desejou impedir.
— Você não sabia disso?
A pergunta astuta de Margareth não passou despercebida por Gracie.
— Sabia.— respondeu.
Nesse momento, Margareth sorriu friamente.
Ela havia mentido sobre toda a história, Henry que plantou a arvore para sua mãe, e Derek gravou seu nome para provocar Henry, que havia ordenado que ninguém tocasse na árvore de sua mãe.
" Ele não deve estar apaixonado por ela, então porque se casar com uma fêmea que nem nome tem?"
Mais tarde, Gracie e Henry observaram a carruagem passar pelos portões da fortaleza.
Assim que saiu de vista, Henry subiu os degraus da entrada em direção ao interior do castelo.
Henry disparou atrás dela, e a segurou pelo braço no salão de entrada.
Gracie não reagiu nada bem ao ser puxada para trás daquela maneira.
Ela se virou revoltada e esbravejou:
— Me solte seu bruto!
Mas Henry não a soltou, ao invés disso a arrastou pelas escadas até uma pequena parcialmente iluminada por algumas velas.
Chegando lá, ele trancou a porta e a soltou.
— O que pensa que está fazendo! — ela exclamou.
Henry respirou fundo, e se voltou para ela.
Em uma voz profunda, ele disse:
— Vamos conversar.
Gracie bufou e cruzou os braços.
— Você poderia ter dito, ao invés de me arrastar como um louco até aqui.
— Você não parecia muito disposta a conversar, na verdade parecia que estava fugindo de mim e do que fez. — retorquiu ele.
Ela abriu a boca indignada.
— Eu fiz? Quem foi que disse que estamos noivos?
Henry caminhou até a pequena mesa em um canto e se serviu de uma bebida forte.
Então o macho se virou para loba que o encarava do centro da sala.
— Eu disse isso para protegê-la, já que prontamente revelou a um dos maiores clãs do Vale que está aqui.
— Eles poderiam pensar que eu era apenas uma meretriz.
— Eu não queria que pensassem isso!
Ela o olhou, imaginando como ele poderia parecer tão gentil as vezes, quando ele acrescentou.
— Uma meretriz com sua aparência iria atrair muita atenção. Além do mais, todos sabem que eu não fico com meretrizes.
" É claro" pensou ela.
— Mas você aceitou ir a um aniversário onde estará muitas pessoas importantes, mesmo sabendo que deve estar escondida. Por mais que muitos anos tenham se passado, você acha que o clã Callum não tem espiões por toda a Ilha, inclusive aqui no Vale? Todos atrás de você.
"Como ele pode ser tão dramático e duro em uma situação em que ele mesmo me colocou?"
— Eu entendi. O que faremos?
Henry apertou os lábios e coçou o queixo como se estivesse pensando.
Em seguida, continuou tomando sua bebida, ele calmamente caminhou até uma poltrona e se sentou de costas para ela.
Gracie ficou esperando a resposta dele.
Quando o silêncio dele persistiu, ela caminhou até ele e parou a sua frente.
— Você não ouviu a minha pergunta? — questionou ela, com as mãos na cintura.
Ele terminou sua bebida e levantou o olhar verde vibrante para ela:
— Não é óbvio, Gracie?
— Não Henry, não é óbvio.
— Terá que ser minha fêmea agora.
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A redenção do Alfa. Ilha do corvo.
Mistério / SuspenseGracie Windsor viveu um casamento infeliz por muitos anos. Ela foi abandonada pelo seu grande amor, Henry Taylor. Ela o esperou até o último minuto, mas Henry não apareceu, e a loba foi obrigada a se tornar a companheira de Damian Callum. Quando ele...