Três

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Ao abrir a porta, Kevin foi o primeiro a entrar na sala, e indo em direção ao banheiro ele viu Samara, em pé, olhando para ele. Ela estava com sono e bocejou enquanto olhava para Kevin com o filhote na mão. Kevin olhou encantado para ela, e suas pernas travaram, ele parou e ficou encarando aquela garota, que vestia um pijama branco com corações vermelhos, o vento passou balançando a parte de cima de seu pijama, mostrando um pouco de sua barriga. Seu cabelo estava amarrado em um coque, com a franja longa para frente, a fazendo parecer um gueixa, ela esfregou os olhos, e notou que Kevin estava segurando um filhote todo molhado e melado de danone. Kevin ainda estava bobo, seu coração batia rápido e em sua mente só tinha ela. Ela ficou encantada com o filhote e foi na direção de Kevin, para pegá-lo.
Marcos entrou e fechou a porta, colocou as coisas em cima da bancada da cozinha enquanto a garota pegava o filhote da mão de Kevin.

— Sam, precisamos dar um banho nele, leva ele pro banheiro, na moral. -disse Marcos terminando de guardar as coisas.- Já que ele teve o piripaque do chaves.
— Vou pegar ele aqui tá? - disse ela pegando o cachorro da mão dele e ele apenas confirmando ainda bobo. - Vamos lá garotão, você já tem um nome coisa fofa? - levou o cachorro pegando ele pela barriga com as pontas do dedo, pois ele estava grudento.
— Assim, eu pensei em pitchulinha. - disse Marcos caminhando ao lado da amiga para ir ao banheiro banhar o cachorro.
Kevin saiu do transe ao ouvir o nome do cachorro — Pelo amor de Deus não, que nome feio, véi. -foi acompanhar os outros.
— Feio é tu, meu nome que eu dei é lindo. Né não sam?
— Não!
— Carai, direta e reta, achei que fossemos amigos. -disse tocando no peito.
— E somos, mas este nome é horrível, pitchulinha, por quê?
— Porque demos um banho de refrigerante nele, uai.
— Por isso que ele está peguento? -falou ligando o chuveiro e colocando metade do cachorrinho embaixo da água. - Mas por quê?
— Porque ele estava super aquecido, e poderia morrer de hipertermia. -ela olhou estranho para ele.- Ele estava dentro de um saco em um beco que passamos.
— E foi a única maneira que encontramos para ele não morrer, tanto que eu fiquei assoprando ele, para ver se esfriava, ele tava todo mole. Ai, o Marcos virou o refrigerante nele, e depois deu danone, que foi o que funcionou.
A garota segurava o cachorro apenas olhando fixamente para a água que escorria pelo ralo, suas mãos tremiam levemente. — Espero que quem fez isso, tenha uma morte lenta e dolorosa por asfixia. Como podem fazer mal a um ser inocente igual a este.
— Ei calma, tá tudo bem agora, ele tá com a gente né. A gente vai cuidar muito bem dele. -Kevin colocou uma mão no ombro dela, e ela ficou mais calma. Na outra mão ele estava com um detergente neutro.
— Detergente neutro? -perguntou Marcos.- E tá certo isso?
— Bom eu vi na internet, E pelos comentários, várias pessoas faziam. Então acho que mal não faz.
— Tá certo então. Vou fazer o café da manhã. não demorem.
— Sim mãe.

Marcos foi para a cozinha, e do banheiro, dava para ouvir toda a bagunça que ele fazia por lá. Kevin foi pegar uma toalha velha para poder enxugar o filhote que tremia de frio. Samara ficou brincando com ele até Kevin voltar com uma toalha preta com detalhes branco em suas pontas.

— Pronto meu neném, agora você está bem e limpinho. -o cachorrinho latiu e ficou abanando o rabo.
— Que lindo, você cuidando dele. -disse Kevin.
— É que eu amo animais. Na fazenda de minha avó, eu ficava brincando  e cuidando de todos, dos pequenos aos grandões. -Ela sorriu ao lembrar do passado. Kevin ficou encantado com aquele sorriso.
— Ah, entendi de onde vem tanta paixão.
— Devo deixar ele no chão para conhecer a casa? O problema é ele fazer xixi em tudo né?
— Não tinha pensado nisso. Mas sim, pode deixar ele por aí.

Ela soltou o cachorrinho, que saiu do banheiro com o rabo entre as pernas, parecia assustado e feliz ao mesmo tempo, ele correu para a sala passando pela cozinha e indo direto para a janela ficando ao lado da estante com os bonecos de Kevin e eles seguiram o cachorrinho.
Samara agachou na frente do pequenino e ficou fazendo carinho.

Naquele AnoOnde histórias criam vida. Descubra agora