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  Kevin morava num condomínio feito pela prefeitura, ele e seus pais não tinham renda alta, mas os três trabalhavam e sustentavam a casa sem problemas. Eles moravam no segundo andar, sendo este o penúltimo andar do prédio. 
Kevin abre a porta, e a primeira vista que eles vêem é, um sofá verde escuro de três acentos, com um forro preto que cobria só o meio, e almofadas também verde escuro. Ao lado um sofá menor de dois acentos, virado de lado ligado com o sofá maior, da mesma cor, forro e almofadas.
 Uma TV preta de 50 polegadas, ficava pendurada na parede, sustentada por um rack suspenso, na cor bege. Em cima do rack tinha um videogame, alguns livros e revistas, um aparelho de dvd e algumas fotos em família. Sem falar do tapete felpudo na cor preta, no meio entre os sofás e a TV. 
Ao lado esquerdo da entrada, tinha uma janela, que era para a lateral do condomínio, onde a vista era a janela de outro prédio. Ao lado da janela uma estante de livros, onde Kevin havia dado lugar a actions figures de seus heróis favoritos.
 No lado direito da entrada, ficava a cozinha, no modelo americano, que dividia espaço com a sala, sendo a divisória uma mureta com paredes de piso branco e uma bancada de mármore preta com granulados branco. Do outro lado da bancada, uma pia de centro, com armário embaixo, para colocar produtos de limpeza e guardava também algumas panelas. Em cima também tinha armários, dentro deles copos, xícaras,  pratos e talheres, outros guardavam alimentos, como pacote de arroz, feijão, etc. O fogão preto com 4 bocas, ficava ao lado direito do armário da pia, e a geladeira branca ficava  na lateral próximo à parede, quase em frente ao fogão, apesar de parecer, não era muito grande a casa, porém, bem dividida.
 Ao lado esquerdo da cozinha, havia um corredor, que no final dele tinha uma porta para o quarto de seus pais, ao lado esquerdo a porta do banheiro e do lado direito, a porta do quarto de Kevin. 

 — Gente, sejam bem-vindos! A casa é humilde, mas é igual coração de mãe. 
 — Que nada meu pivete, pra quê casa grande? É mais trabalho pra limpar. -falou Marcos entrando- Com licença. 
— Concordo com o anjinho! Licença. - confirmou Samara.- Casa legal Kevin, eu gostei. -Ela sentou no sofá colocando a mochila vermelha, com botons do homem aranha, no colo.
— Eu também amei, meu mano! -Marco tirou a mochila das  costas. - Onde eu boto isso? - falou com a mochila nas mãos. 
— Ah, é mesmo. Kevin põe no meu quarto, vem comigo. É aquele virando a direita. -Ele foi andando em direção ao seu quarto.- Sam, é.. Você vai dormir no quarto dos meus pais, tá? -ela balançou a cabeça em afirmação.-  Lá a cama é maior, tem mais espaço,  pode ficar à vontade, vem que eu vou mostrar! 
 Ela levantou e acompanhou eles. — Eu posso dormir com vocês. Não tem problema pra mim.
— Naaa. -negou com a cabeça abrindo a porta do próprio quarto- O quarto dos meus pais são maiores.
— Eu quero dormir lá também, ô seu machista! -Falou Marcos dando um murrinho no braço do Kevin. 
— Negativo, vai dormir mais eu, com quem eu vou dormir agarrado? -Os três sorriram.- Sam, esse quarto aqui, é o dos meus pais. -Ele abriu a porta para ela.

 O quarto não era tão grande assim, porém, cabia uma cama de casal, que era colocado junto à parede, um armário grande do lado oposto. Também tinha uma janela, que dava de frente para a rua, e uma cortina espessa cinza, para deixar o quarto escuro, e evitar a luz.

— Por favor, fique a vontade, se quiser se trocar, tomar banho, o banheiro fica aqui a esquerda ó, -ele apontou com o dedo indicador.- se precisar de toalha, tem na ultima gaveta ali, é só abrir. -falou Kevin. 

A garota sentou na cama e ficou olhando o quarto. 

— Tá bom meu lindo, mas só tomo banho dia de sábado. 
— Mas hoje é sábado. -respondeu Marcos sorrindo 
— Ai, eu perdi no argumento, meu consagrado. -eles caíram na risada.
— O seu é assim também Kevin? -Perguntou Marcos com um olhar desconfiado.
— Meu amigo! -Ele andou até a porta do próprio  quarto e os outros foram juntos- Bem vindo ao meu reino! -disse orgulhoso.
  
  O quarto era bem arrumado, tinha um guarda-roupa de solteiro, e uma cama box dupla, daquelas que tem outra em baixo, a parede do quarto era pintada, três delas azuis, e uma delas colorida em mosaico.

 Marcos olhou cabisbaixo para Samara e falou:
 — Por favor, deixe eu dormir com você?
— Eu deixo, eu deixo. - Falou abraçando o amigo dando tapinha nas costas.

 Kevin olhou para eles confuso. 

— O que foi gente? É feio? -Perguntou Kevin rindo.
— Não Kevin, mas, se tiver dois nesse quarto e um peidar, dá até pra sentir o gosto do cu do outro. -Brincou Marcos, e os três ficaram vermelhos de tanto rir, Kevin ficou até com falta de ar.- Brincadeira meu pivete, seu quarto é massa. -completou Marcos.
— E bem arrumado para um homem. -completou Samara. 
— Sou diferenciado. -sorriu Kevin.- Guardem as coisas, gente, vamos comer?
— Achei que não ia falar nunca. - Marcos falou levantando a camisa abaixo do peito e encolheu a barriga, fazendo um vácuo- Tô desnutrido de fome ó.
— Eu também. -Ela fez a mesma coisa.
— Caralho, vocês são muitos dramáticos, véi! - falou Kevin com a mão na testa e rindo. - Vamos logo.
 
Eles guardaram a mochila e voltaram para a sala. Kevin e Marcos sentaram juntos, no sofá maior, com as pernas abertas. 

— Enquanto vocês decidem o que comer, eu vou jogar,  he he he. -disse Marcos pegando o controle.
 
Samara sentou no outro sofá, encostada, e com uma almofada repousada na perna. Kevin notou o minino da educação da garota, ficou um pouco envergonhado e fez o mesmo, fechou a perna, e de sentou reto. Marcos não estava nem ai, só queria jogar.

— E o que pediremos? Pizza? Açaí? Askivim? - perguntou Samara 
—Askivim? - perguntaram.
— Isso, "as que vin nher" - ela sorriu.
— MEU DEEEUS QUE PIADA BOSTA! -Brincou Marcos. 
— Mulher, naaaa. -gargalhou Kevin. 
— Ao menos alguém riu. -Ela riu junto.- Pizza então? 
— Pizza! - disseram os meninos erguendo as mão. 
— Vocês querem algum sabor específico ? ‐falou olhando o número da pizzaria nos contatos. - Podem deixar que é por minha conta. 
— Vocês podem achar esquisito, -disse Samara- mas eu gosto de portuguesa.
— Eu também amo elas, quase namorei uma. - brincou o Marcos, enquanto olhava qual jogo escolheria. 
— Eu to falando de pizza, menino!- Samara jogou uma almofada nele.
— Ah tá, você também não explica. -Falou encolhido após receber a almofadada.- Frango com catupiry
— Tá certo. Eu também gosto de portuguesa. - Disse Kevin, Marcos olhou estranho pra ele.- Que foi? É verdade.-sorriu.
— Sei. Hum rum. Safado. -sussurrou baixinho.- Tem Horizon aqui? Tô doido pra jogar com a Alloy.
— Tem, mídia física, pega ali ó, em cima do dvd.- Apontou Kevin.- Algum outro sabor? Pode ser calabresa com cheddar?
— Por mim pode. -Falou Samara olhando Marcos jogar. 
— Por mim também. -Respondeu Marcos.- Olha Sam, a Alloy parece com você. 
— Que linda! -respondeu a garota. 
— Exatamente igual a você! -sussurrou Kevin. 

 Kevin fez o pedido da pizza, que demorou quase duas horas para chegar. O tempo passou relativamente rápido, pois eles estavam fissurados no jogo, eles até ensinaram a Samara a jogar, e ela jogava melhor que eles. O resto da noite, foi contando piada, jogando e conversando sobre aleatoriedade. 

Naquele AnoOnde histórias criam vida. Descubra agora