𝐁𝐮𝐧𝐧𝐲| 𝐄𝐧𝐝𝐞𝐚𝐯𝐨𝐫

8. As Chamas azuis

A patrulha pelo centro da cidade começou como qualquer outra, Endeavor estava seis passos à frente e eu e Shoto atrás, conversando enquanto observávamos ao redor. Tínhamos acabado de impedir um roubo. Bem, na verdade, Shoto impediu congelando o assaltante, enquanto eu apenas o teletransportei diretamente para a cadeia. Depois disso, nada de interessante aconteceu, e, por um lado, isso era bom, já que os civis estavam seguros. Por outro lado, era terrível, pois tornava o nosso trabalho um tanto monótono.

Literalmente, sem trabalho.

Percebi que o bicolor estava distante e me aproximei mais.

-- O que aconteceu dessa vez? -- Sussurrei, e ele piscou algumas vezes.

-- Nada tão importante assim. -- Revirou os olhos.

-- Pelo visto, você está com problemas no paraíso. -- Dei um meio sorriso, e ele olhou para frente, verificando se seu pai estava perto o suficiente para escutar.

-- A Liza quer que eu vá com ela visitar a mãe.

-- E isso é ruim?

-- Não é bem esse o problema, Yuka. A mãe dela faleceu há seis anos, e, por mais que eu esteja pronto para dar suporte emocional a ela, não acho que seja apropriado. Liza nunca conversou sobre sua família, então posso acabar sendo um intruso em um momento tão íntimo.

Respirei fundo, meu deus, esse garoto tem horas que é realmente complicado.

-- Shoto, se ela quer a sua presença, significa que você é importante. Além disso, ela deve estar contando com você. Então, seja o bom namorado de sempre e leve flores, tudo bem? Só pergunte quais eram as flores favoritas da mãe dela. -- Ele assentiu, e eu acariciei seus cabelos.

-- E você?

-- O que tem eu?

-- Não finja ser idiota. -- Dei de ombros.

-- Estou tranquila, SOLTEIRA e LIVRE. -- Falei as últimas duas palavras um pouco mais alto, só para provocar Endeavor, esse grandalhão, e Shoto revirou os olhos.

-- É sério isso Yuka? Mas que porra! -- Sussurrou.

-- Não fale palavrão, fica estranho em você, deixa essa parte pra mim. -- Pisquei e ele revirou os olhos. -- Respondendo sua pergunta eu solteira e acho que vou dar uma chance ao Yoarashi. -- Afirmei. Porra isso é mentira, eu não quero nada com ninguém além desse coroa irritante! Que nem é um coroa se for levar em conta a idade.

-- Então você vai ficar com aquele irritante? É sério? -- Ele me olhou claramente com arrogância.

-- Shoto você precisa superar essa raiva. -- Cruzei meus braços.

-- Eu não tenho raiva dele.

-- Sei. -- Antes que eu pudesse dizer algo uma criança se aproximou puxando a manga da minha camisa, olhei para Shoto que estava confuso.

-- Pode tirar uma foto comigo? -- Sorri para ela.

-- Claro meu bem. 

-- Com ele também. -- Apontou para o Shoto e nos abaixamos conforme a mãe dela se aproximou batendo a foto e agradecendo logo em seguida, rapidamente justificando que a garota quer ser uma heroína no futuro e gosta muito da nossa turma, visto que estivemos nas notícias desde o primeiro ano com a invasão do Shigaraki no centro de treinamento, fora todas as outras tentativas da liga.

Antes que pudéssemos terminar, ouvimos uma explosão seguida por gritos. Shoto agiu rapidamente, erguendo um teto de gelo acima de nós.

-- Por favor, vão para um lugar seguro -- Shoto pediu, e logo outra explosão ocorreu. Maldição! Olhei para Shoto, e juntos nos dirigimos para ajudar os outros, percebendo chamas azuis saindo pelas janelas de seis prédios consecutivos, um complexo residencial com seis andares cada.