Purple Love - George Weasley

Destroços - VII

        Um mês e meio depois...

Um tempo se passou, e nesse tempo a loja deu uma boa movimentada, não que eu goste da desgraça dos outros, mas quando os comensais botavam fogo em casas as pessoas precisam de roupas novas, e bom, eu preciso comer e pagar contas.

Não vi tanto George neste meio tempo, nas primeiras duas semanas o movimento estava imparavel, sem tempo para que eu conseguisse respirar direito, e nas semanas seguintes a loja deles estava fechada, ele veio falar comigo e me deu um selinho que eu não esperava, disse que ia passar um tempo na casa de sua família e me aconselhou a fazer o mesmo.

Ah se eu pudesse.

Mas pirata já está um pouco maior, já aprendeu a fazer necessidades em lugares certos e é bem obediente.

Escuto três toques fortes na porta, espio pela cortina e vejo que foi o entregador do profeta, ele bate rapidamente em todas as portas, entrega o jornal e sai com pressa para a casa seguinte.

Desco e pego o jornal, lembrando de trancar bem a porta antes de voltar para casa lá em cima, sinto um cansaço só de olhar a bagunça que está a loja, o dia foi cheio, mas não vai ser hoje que vou organizar.

A guerra vai estourar? Houve rumores de que o fim da guerra está próximo. Hogwarts está mandando para casa suas crianças ficando apenas às que vão arriscar a sua vida pelo mundo bruxo. Será que o Eleito vai dar conta? E vocês vão fugir ou vão se unir? - por Rita Skeeter.

A angústia toma conta do meu peito, como eu poderia ajudar em uma guerra se não consigo consertar um dedo cortado?

Pânico.

Medo.

Em 20 minutos a minha mala está  pronta, um bilhete foi enviando a Emma dando-a férias e Pirata já está na coleira.

Apreensão.

Engulo em seco.

Deixo alguns galeões escondidos no piso de madeira do quarto, para alguma emergência. Junto todo o dinheiro da loja, e com pirata e minha mala saio para rua.

O dia está nublado e a marca negra está fiel no céu sem menção de desaparecer, tranco a porta e peço para a vizinha fazer o máximo de feitiços para segurança que ela conhece, alego estar sem varinha pois a minha quebrou.

E sem olhar para tras, segurando firmemente meus pertences. Faço a única coisa que me resta. Aparatar e sumir

Noite.

Escuridão.

Frio.

Estrondos barulhentos.

Medo.

...

Não sei exatamente quantas horas ou dias se passaram, meus olhos se acostumam com o sol que entra através da janela com cortinas bagaceiras de uma pensão trouxa.

O cheiro de café da manhã enche o quarto e minha barriga ronca, me dando fome após várias dias, observo meu corpo no espelho.

Fraca, sobrando um pouco de pele, olheiras escuras e o cabelo ressecado.

Lavo o meu rosto, escovo os dentes e após um tempo faço uma leve maquiagem. Escolho uma roupa qualquer da mala, ela fica um pouco folgada mas nada exagerado.

Despejo um pouco de ração no pote de pirata que ao contrario de mim está bem gordinho e feliz com o tempo que passamos juntos.

havia uma coruja na janela após a volta do farto café, pela primeira vez desde que estou hospedada aqui, ela traz um jornal consigo. Pego e lhe dou um petisco junto com um galeão.

O Mundo Volta ao Normal.
Sim, a guerra chegou ao fim há uma seman, embora sempre vá existir discriminação com o sangue, Voldemort finalmente fora derrotado, e sim, pelo Eleito.
Infelizmente algumas pessoas nos deixaram, mas deixaram sendo heróis, deram o seu sangue e sua vida para que acabasse o pesadelo.
A vida começa a voltar ao normal, as lojas voltam a abrir e Hogwarts começa sua reforma para o início do ano letivo, vida que segue, sejam felizes com suas famílias e agradeçam a vida e rezem pelos que se sacrificaram por ela.

Dardo allonso - novo diretor do profeta diário.

Finalmente acabou, e o sentimento que era para ser de felicidade não vem, me sinto fraca, uma inútil.

Receio várias vezes na esperança de que pudesse ousar sentir alívio e felicidade, mas o mesmo sentindo de podridão me apodera.

Não sei se vou viver para sempre com a culpa de fugir igual uma covarde, mas o dinheiro está acabando e eu preciso voltar a viver.

[...]

Ao retornar ao beco diagonal, as ruas estão novamente cheias de gente, crianças saindo alegres da sorveteria mágica como se nada tivesse afetado, nada tivesse acontecido.

Encontro a mesma vizinha, graças a Deus bem e inteira. Ela desfez os feitiços para mim e finalmente pude voltar a minha casinha.

Ela estava cheirando um pouco a mofo, devido o tempo fechada, mas ainda tinha o conforto do meu lar.

Abri a janela do andar de cima e dela pude avistar George que estava na sua, mas parecia não ter visto eu chegar na rua, pois estava estátua olhando para o céu.

O seu olhar era vago e vazio. Sua mão segurava o queixo enquanto a outra fazia uma massagem no próprio peito, como se doesse.

— Hey George - gritei sem vergonha, da janela.

Seus olhos finalmente pararam de admirar o céu. Ele parecia surpreso ao me ver, mas ao contrario de qualquer recepção que eu esperava ele apenas se afastou da janela e fechou as cortinas.

Mágoa.

💜🏞

Eai amores, oque acharam desse cap um pouco maior? E com vários acontecimentos.

Votem por favor se gostaram.

Um beijo e até breve! ♡