O Último Jogos Vorazes

Cuidado com o que você encosta

                     Rose

O Sol mal acabou de nascer e já estávamos na ativa. Enquanto eu achava minhas flechas que íamos usar na caça da manhã, Peeta foi em busca de água e Lisa fazia uma fogueira, mas tomando cuidado para não dispersar muita fumaça.
-Lisa, vou caçar sozinha, fique aqui cuidando de tudo e esperando Peeta-comecei a dizer-Não vou demorar.
-Não vou deixar você ir sozinha, vou levar a mochila comigo e irei apagar o fogo- ela falou com um tom sério.
-Já que quer ir, então vamos logo, antes que Peeta volte.
                                ***
Já estávamos de olho em uma caça: um coelho em alguns metros na nossa frente. Minha flecha já estava apontada para ele, mas antes que eu pudesse atirar, o coelho começou a observar algo em seu lado, o que eu estranhei. Resolvir observá-lo antes, com receio dele ter visto alguma ameaça que serviria para nós três. Lisa também estava de olho e em menos de 5 segundos, o que seria nossa caça, tinha encostado a pata em algo e se eu tivesse entendido certo, levado um choque.
- Eu entendi errado, ou o coelho foi eletrocutado?- Lisa me questionou.
-Parece que sim- eu respondi- Será que dá comê-lo assim mesmo?
- Eu ach...-ela foi interrompida por um tiro de canhão e nos duas nos olhamos.
-Nâo se preocupe, não é ele- minha amiga me acalmou, sabendo que eu estava pensando em Peeta.
-Como tem certeza disso?- perguntei.
-Intuição. Vamos voltar para o coelho?
-O que será que aconteceu com ele? - eu falei em responda.
A nossa dúvida foi respondida quando o que parecia ser uma parede de energia começou a se mover em nossa direção. A única reação que tivemos foi gritarmos uma para a outra:
-Corre!- e assim fizemos.
Nós duas corriamos o mais rápido que podíamos e no meio de nossa corrida encontramos com Peeta.
-Me sigam, meninas, sei onde devemos ir.
E assim fizemos, até que finalmente a parede elétrica ficou para trás. Enquanto recuperavamos o fôlego, percebemos que não estávamos sozinho.
-Karine. John-eu lhes comprimetei.
-Você vieram correndo, o que aconteceu dessa vez? -perguntou Karine.
-Um campo de força que diminui a arena- Lisa respondeu.
-Você disse dessa vez? O que aconteceu antes? -eu quis saber.
-Ontem eu e John encontramos com Finnick e juntos vimos dois tributos brigando,o que resultou na eliminação do tributo do 7. Aí do nada as árvores ao nosso redor começaram a cair e a gente teve que correr igual vocês - nos contou ela.
-E como o Finni está? - eu perguntei preocupada.
-Ele estava bem até a gente se separar algumas horas atrás -respondeu John.
- Que bom -eu e Lisa respondemos em coro.
Peeta nos olhou, como se nos questionasse sobre uma possível aliança entre a gente e os dois. Em respostas, nós duas assentimos a cabeça.
-Vocês querem se juntar a nós? - ele convidou- Karine, eu sei que você tem um acordo com Brian, mas...
-Aceitamos -ela respondeu, interompendo-o-Já chega do Brian interferir na minha vida.
E assim, juntos os 5, fomos finalmente terminar nossa caça do dia.

                              Finnick

Deixei os meus peixes escondidos e diminui o fogo para não deixar a fumaça alta e sai a procura de ervas para usar de tempero. Não precisei andar muito até achar umas folhas, que eu recordo já ter visto no treinamento.
"Dever ser comestíveis", penso e assim pego algumas. Durante o caminho, resolvo prová-las e o gosto não me agrada de forma alguma. Porém, antes de chegar no local do meu acampamento, começo a sentir vertigens e então resolvo parar. Já parado, minhas vistas começam a escurecer e foi aí que eu me lembrei onde eu tinha visto aquela planta: na seção de plantas venenosas.
Passado alguns minutos, a Lua já tinha dado às caras e eu já estava deitado no chão, sentindo que a minha eliminação estava se aproximando. Foi aí que diante dos meus olhos,apareceu um pequeno paraquedas. Entretanto, não foi só ele que apareceu, mas também a sombra de uma pessoa pegando-o.

                            Annie

Eu era mais nova que meu filho quando participei dos jogos, o pai dele era mais novo ainda. Nunca achei que ia vê-lo em tal situação, mesmo o perigo não sendo real, porém, minutos atrás eu senti como se algo pior podesse acontecer com ele.
Finnick estava se adaptando na arena, já tinha encontrado um lugar para acampar e usado as suas habilidades de pesca. Aí a ideia das ervas. De início, eu não achei que daria em algo maior, além de acompanhamento para os peixes, até que a câmera deu um zoom em uma das suas mãos reconhecia planta: ervavenenosa. Então, o desespero tomou conta de mim e eu me senti a adolescente em uma arena cheia de outros jovens querendo me matar. A imagem de meu filho se transformou em minha mente e o rosto do tributo de meu Distrito  que foi sorteado no mesmo ano que eu.
"Tudo vai ficar bem"- uma voz surgiu em meus pensamentos e a voz do  meu falecido marido. E assim eu voltei em mim e vi meu filho perdendo a consciência por por causa da planta.
"Pense"- eu pedi a mesma. A palavra patrocínio em minha cabeça e uma luz surge na tela indicando que a um patrocinador enviou um remédio para Finni. Meu próximo passo é autorizar o envio para arena virtual.    Já sentada e mais calma, eu via o paraquedas cair em direção ao meu filho. O sol já tinha sumido no horizonte e a lua dominava o céu, quando uma sombra de uma pessoa apareceu ao lado dele. O remédio finalmente chegou no chão, porém quem recebeu ele foi Marian.