O Último Jogos Vorazes

Distrito 4

Acordamos e o sol nem tinha nascido. Meu pai decidiu que íamos mais cedo, para ele começar o processo de emancipação. Despedimos de todos e agradecemos pela hospitalidade. Já dentro da aeronave, Tia Annie perguntou para o meu pai:
-A Rose pode ficar lá em casa enquanto você resolve as coisas.
-Se ela quiser, pode.
-É claro que eu quero.
Paramos no distrito 4 e meu pai seguiu o caminho de trem. Chegamos na casa de Finni e Tia An: uma casa linda que nos faz sentir tranquilidade. Já dentro da casa, fomos para sala de TV assistir ao pronunciamento da presidente de Panem:
-Caros cidadãos e cidadãs de Panem, eu venho por meio desse pronunciamento informar que acontecerá um Último Jogos Vorazes. Não temam,será um jogo diferente,um jogo virtual. Ninguém será obrigado a participar. Agora, eu passo a palavra para Beetee, o idealizador do jogo.
Beetee,que é do distrito 3, começou a falar e explicou as regras do jogo. As inscrições começariam naquele dia mesmo.

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Os dias passaram rapidamente, Finni me ensinou a pescar durante esse tempo. Treinamos técnicas de nado e mergulho. Ele me ensinou a usar o tridente e eu o ensinei a usar o arco e flecha. Nós treinamos também luta e corrida.
Um dia antes da colheita meu pai chegou, com a notícia que eu tanto esperava:
-Rose,você está oficialmente emancipada. Juizo, viu? Eu já fiz sua inscrição, você tem apenas que assinar e enviar ainda hoje.
-Obrigada pai- eu disse e o abracei.
Peguei o formulário de inscrição e assinei. Meu pai saiu para enviar a inscrição e Tia Annie nos levou para a sala de TV:
-Fiquem ai! Eu vou buscar o que iremos assistir- ela disse e foi em direção ao seu  quarto.
Finnick e eu ficamos surpresos, mas logo ela voltou e já começou a passar um vídeo. Na tela, passava imagens dela mais jovem. Logo percebemos do que se tratava: era o jogos vorazes que ela participou. Passado o desfile e a entrevista, os jogos começaram. Ela corria amedrontada e parecia perdida. A sala se manteve em silêncio. Uma bagagem estourando mostrava o vídeo e depois a Tia An nadando. A tela ficou preta e eu e Finnick não sabíamos o que dizer. Ela nunca tinha mostrado isso para ele, eu percebi.
- Eu mostrei isso para vocês, para verem o que os jogos podem fazer com uma pessoa. Os antigos jogos faziam isso: atormentavam, traumatizavam e destruíram a vida de muita gente. Vocês vão mostrar nesse último jogo, que todos nós temos escolhas, que cada um pode fazer a diferença. Vocês têm que honrar todos os que passaram pela arena e fazer tudo de um jeito diferente: sem mortes, sem dor e sem medo.
-Sim- respondemos em coro.Não sabíamos o que dizer além disso, estávamos ainda surpresos.
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Eu estava dormindo, quando eu ouvi uma voz me chamando:era Finnick.
-Rose, acorde!
-Ainda nem amanheceu, o que aconteceu?
-Por isso mesmo que estou te chamando, a gente tem que ir antes do sol nascer.
-Para que lugar?
-Você vai ver. Vamos logo- ele disse e pegou a minha mão, para me conduzir até esse tal lugar que ele falou.
Quando dei por mim,j á estávamos em uma praia. Ele me levou até uma pedra em um ponto mais alto, para que pudéssemos observar o nascer do sol melhor.
-O nascer do sol, Rose- ele começou a falar- é como a chuva para você:me acalma.
Enquanto víamos o sol subir pelo horizonte, eu me lembrava de um certo dia que aconteceu mais de 10 anos atrás. Já tinha quase uma semana que minha mãe tinha falecido,Finnick e Tia Annie estavam em minha casa deste o dia do velório. Então, começou a chover e Finni me puxou pela mão até estarmos debaixo da chuva. Começamos a pular e a girar, até que ele falou:
-Pode apertar minha mão o tanto que você conseguir, vai que essa dor no seu coração diminui.
Eu apertei a mão dele e ele percebendo que eu estava chorando me disse:
- Não tenha vergonha de chorar. As lágrimas se misturam na chuva e ninguém vai perceber que você está chorando.
Nossos pais não se importaram que a gente estava na chuva, eles entenderam que precisávamos disso. Pegamos um resfriado por consequência, mas viramos melhores amigos depois daquele dia.
O sol já tinha nascido totalmente e fui libertado de meus devaneios com a voz de Finni dizendo:
-Será o que o meu pai ia achar da minha participação nesses jogos?
- Eu não o conheci, mas pelo o que todos falam dele, ele ia se orgulhar com certeza.
Ele começou a chorar silenciosamente olhando para a direção da praia.
-Pode apertar minha mão- eu disse e ele apertou.
Descemos da pedra e demos um mergulho. Quando íamos voltar para a aldeia dos vitoriosos, uma garota acenou para Finnick.
-Vou conversar com ela. Vai ser rápido, espere aí.
Ele conversava com a garota e eu senti uma tristeza. Ciúmes? Se fosse, eu tinha que tirar isso logo da minha cabeça e do meu coração. Sempre tive sentimentos por Finni. De amizade é claro, mas tenho um certo medo de acabarmos confundindo as coisas e isso interferir na nossa relação como amigos.Tento não pensar nisso, nossa amizade é bem valiosa para mim.
Ele volta e na caminhada até a sua casa, ele me conta sobre a conversa que teve com a tal garota(que se chama Marian):ela veio lhe avisar que se inscreveu para os jogos. Chegamos na casa e eu fui direto para o quarto em que eu estava dormindo naqueles dias. Tomei banho, me arrumei e fui para o andar de baixo para me despedir e agradecer pela estadia. Meu pai e eu fomos pegar a aeronave. Hoje é o dia da colheita, o 12 é o primeiro distrito a ter os sorteios. Resolvemos comer durante a viagem. A partir de hoje, minha vida não será mais a mesma.