Se adapte a arena

11 1 0
                                    

                Karine

Eu e John agora estavamos sãos e salvos em nosso escondeirijo.Tenho que admitir que estou gostando mais dele do que imaginava, não apenas por ele nos manter a  salvo nessa falsa caverna que ele fez escondida nos arbustos, mas também por ele ser uma boa companhia. Estavamos agora falando sobre Finnick e as árvores que cairam:
-Acho que isso só foi uma tentativa dos idealizadores de eliminarem mais tributos -eu lhe disse.
-Sim, porém a ideia que me vem a mente é que tudo isso pode seguir um padrão -John me respondeu.
-Você pode ter razão- concordei com ele- Seu tio é um dos idealizadores, certo?
-Não exatamente, meu irmão e eu somos na verdade sobrinhos da Weslee, que foi sua companheira de distrito e por isso ele nos considera da familia.
-Foi ela que morreu para salvar o Peeta no último jogo que teve, não é mesmo?
-Isso mesmo- ele confirmou com uma tristeza na voz.
-Me desculpe, tocar nesse assunto.
-Não tem problema, éramos muito novos quando ela se foi e sua partida foi por uma boa causa. Eu poderia lhe fazer uma pergunta um pouco incomoda? -meu novo amigo me perguntou.
-Claro.
-Qual é a sua relação com o Brian? Sinto que vocês são bem mais que companheiros de distrito.
- Você está certo- eu comecei a explicar- Eu e Brian praticamente nascemos em um em centro de treinamento carreirista, na época dos velhos jogos. A pouco tempo atrás a gente namorou, mas nossas cabeças seguiram rumos diferentes e a gente...-paro de falar por causa de um barulho que escutamos.
-Fique alerta- me pediu John.
Então, uma figura surgiu na nossa frente e seu rosto era idêntico ao do meu aliado.
-É você, Peter-disse John recuperando do susto.
- Eu vim ver se você está bem, quer dizer, se vocês estão bem -respondeu Peter se corrigindo.
-Como você nos encontrou? perguntei intrigada.
-Conheço bem as estratégias de meu irmão. Já vi que está tudo ok com vocês, então já vou indo -ele falou rumo a saída.
-Espera- pedi - Já vai?
-Vocês estão bem, não estão?
-Sim- respondemos juntos.
-Só queria ver isso. Mesmo jogando sozinho eu faria tudo pelo meu irmão e eu também faria por você- Peter abraçou brevemente o irmão ao falar.
-Já vou indo, se cuidem.
-Você também- eu disse e ele saiu do nosso esconderijo.
Ficamos o observando através de uma brecha entre as folhas. Observamos ele ir e Peter ainda estava ao alcance dos nossos olhos,quando o Brian chegou e o ameaçou:
-Você veio daqueles arbustos que eu vi. Tem mais alguém lá não?
-Estou jogando sozinho, esqueceu?
-Espero que você não esteja mentindo. Mas por precaução- Brian fechou o nosso refúgio como a grande pedra- agora ninguém mais vai usá-lo.
O irmão de John aproveitou a distração de Brian para ir embora, quando meu companheiro distrito o parou jogando duas facas.
-Onde você pensa que vai? -ele zombou tirando as facas que havia acabado de atirar nele.
Nesse momento John quis sair de onde estávamos e se vingar pela eliminação do irmão mas eu lhe parei sussurrando:
-Agora ele já está longe não adianta mais nada, mas eu lhe prometo que eu mesmo acabarei com Brian com minhas próprias mãos.

                 Finnick

Depois do susto me despedi de Karine e o garoto do 3, que descobri se chamar John. Fui procurar algum lugar para dormir e para me esconder ou algo para comer.
Finalmente  encontrei a melhor coisa que podia encontrar: um rio rico em vários peixes. Então fiz o que desde criança aprendi: a pescar. Com alguns galhos, cipós e o que encontrou na floresta. Fiz o que podia se chamar de um tridente, não era como estou acostumado, mas dava para o gasto. Com tudo pronto comecei a espetar os peixes, verificando sempre se nenhum deles tinha propriedades venenosas. O próximo passo foi tentar a fazer uma fogueira ou alguma coisa para assá-los, mas não obtendo sucesso resolvi comer cru.
Enfim, tinha conseguido algo para comer e ali perto do rio parecia um lugar bom para ficar. A única coisa que não saia da sua cabeça era como estaria Rose.

                    Peeta

Aqueles dois dias de Jogos me trouxeram várias recordações, como a minha aliança com os Carreiristas em meu primeiro jogo, a traição deles e eu camuflado e sendo salvo por Katniss. Agora estavam eu, Lisa e Rose em volta da fogueira e conversando, como se nada disso estivesse acontecendo e não estivéssemos no meio de uma floresta virtual de uma competição. Nesse momento, eu estava contando a história de como eu perdi uma de minhas pernas e agora usava uma prótese.
-Então foi tudo culpa da Katniss?- Rose me perguntou.
-Não- comecei a responder- se ela não tivesse feito o torniquete, talvez eu poderia ter morrido.
-Entendi- Rose falou em resposta.
-O que eu entendi, foi que nunca faça torniquete, quando você nem sabe o que está fazendo- Lisa disse em um tom sério, mas com um tom de brincadeira bem no fundo, nos fazendo rir.
Antes da minha história da perna, ela já havia nos contado como tinha perdido a língua, o que nos escutamos atentamente, mesmo o relato sendo triste.
-Agora é sua vez, Rose- eu falei.
-Bem,que eu me lembre, eu nunca perdi nenhum membro do corpo- ela explicou.
-Mas não precisa ser uma história sobre membros perdidos, fale outra coisa sobre você que queria nos contar- Lisa deu uma dica para ela.
-Deixa eu pensar- Rose fez um olhar pensativo ao falar e esse olhar em segundos se tornou triste- Eu nunca perdi um membro do corpo, mas perdi minha mãe. Porém, não é bem uma história que vocês vão querer saber.
-Fale um pouco sobre ela- pediu Lisa e eu assento com a cabeça.
-Ela era linda, até onde me lembro, e as fotos confirmam isso.Ela era bailarina e dava aulas no nosso distrito, eu aprendi um pouco com ela, mas uma coisa que eu vou levar para a vida todas são a língua de sinais, que minha mãe fez questão que eu aprendesse.Quando ela se foi eu era nova e...-antes que ela continuasse, percebemos um barulho ao redor.
A visibilidade era pouca, pois já era noite, e mesmo assim, Lisa pareceu ter visto algo. Sua reação rápida foi atirar uma das facas que havíamos conseguido na cornucópia.
-Eu vi dois olhos atrás daquele arbusto e resolvi nos defender- ela apontou para o lugar que agora tinha uma garota caída.
-Distrito 1- avisou Rose.
-Ela já está sumindo- eu percebi.
-Veneno- balbuciou Lisa, olhando para a faça que ela já tinha tirado do corpo da menina.
-Então, essas são facas especiais, que ao atingirem o alvo liberam veneno-eu descobri e falei para elas.
O som do tiro de canhão se tornou audível e em poucos minutos os rostos dos eliminados apareceram no céu.
--Pelo menos metade já foram- palpitou minha companheira de distrito.
-Sim- Lisa concordou.
E assim o segundo dia do último jogos vorazes terminou.

O Último Jogos Vorazes Onde histórias criam vida. Descubra agora