4 - Caverna

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O escudo indestrutível da federação é, na melhor das hipóteses, outro de seus testes falidos. Não o leve a mal, todos esses projetos e nada nunca vai para frente é meio patético.

Isso não significa que o escudo por qualquer razão seja falho, longe disso, ele é forte, resistente e indestrutível, consegue burlar e anular qualquer ataque, sendo uma linha de defesa, francamente, absoluta. Este, como podemos ver, é o problema.

O ponto da ilha, e todos os seus desafios, é a melhora gradual do indivíduo em seus próprios passos, ter algo dessa magnitude, que anula o perigo constante, corre o risco e inevitável problema de estagnar seu portador, afinal, querendo ou não, se não existe ameaça, não tem o porquê continuar melhorando.

O escudo, ou os escudos, que não tem nome e nenhuma outra função, foram largados espalhados em vários cantos, que apesar de seus números consideráveis ainda são limitados.

A federação possui o controle de alguns deles, assim como o conhecimento de que alguns "parasitas" da ilha o possuem também.

É por isso que estou aqui, uma sala minúscula no porão de uma casa abandonada, tecnologia o suficiente para reconhecer a existência da resistência e um forte pressentimento de um mal presságio, o cheiro de sangue no ar seca minha garganta ao mesmo tempo que enche minha boca de saliva, o que indica a rápida fuga dos antigos residentes por causa da federação provavelmente.

ElQuackity ao meu lado sorri zombeteiro reconhecendo facilmente a fome que escondo, ele acha surpreendentemente interessante minhas antigas... Como posso dizer, preferências, frequentemente me tentando com um ou outro pedaço de carne crua que ele afirma pertencer a animais, mas não estou totalmente certo disso.

— Essa parte é com você — falei apontando para os computadores já desejando uma maneira rápida de sair daqui.

— Certo — ElQuackity responde facilmente sentando em uma das cadeiras e rolando para a frente do computador, rapidamente ligando ele e fazendo números, códigos e senhas que não entendo rolarem pela tela — esse escudo é para que mesmo? Pensando em iniciar uma abordagem mais defensiva? essa não é bem a sua cara confesso.

— Jaiden quer ele — respondo facilmente não me preocupando com segredos, não dele, não existe nada que ele eventualmente não fique sabendo — se quiser mais detalhes terá que perguntar diretamente a ela.

— Entendo, entendo — ele responde enquanto coordenadas piscam na tela — pra sua sorte estamos perto do local, mas ele deve está cheio de armadilhas.

— Pra sua sorte eu estou aqui — falei já seguindo para as escadas e logo escuto passos me seguindo — o que a federação fez aqui? — pergunto sem conter a curiosidade ao avistar marcas de sangue na parede.

— Ah o de sempre — ele fala rapidamente me acompanhando — uma limpa aqui, outra ali, eventualmente, espero, eles entendam que não podem lutar contra nós.

— Igual a mim — falo abrindo a porta e gesticulando para ele sair primeiro, ele sorri pra mim e passa com um floreio dramático.

— Igual a você, cedo ou tarde todos acabam cedendo — sua caminhada é constante como uma marcha, anos de experiência de alguém que também já foi algo — a diferença entre eles e você, meu caro Cellbit, é que eles não são tão úteis, ou melhor, são úteis de maneiras diferentes.

— Posso vê.

— Na verdade, como fiz a gentileza de te ajudar nessa aventura — seguro o sorriso com essa declaração, como se ele não tivesse praticamente se voluntariado para está aqui — desejo sua ajuda em um projeto meu.

— Qual deles?

— A Baghera — ele responde me olhando de lado, o caminho para as coordenadas anunciadas no computador é surpreendentemente limpo, mas não impede ele de tropeçar em alguns buracos.

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