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Boa leitura!

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Minhas malas estão prontas. Respiro fundo o bastante para quase encher meu pulmão de ar e ele explodir. Será se eu estou pronta para todos dias suportar a Sofia? Não. Não estou, mas eu vou, ou todos que me verem irão saber que sou americana. A Polícia irá me parar e me deportar para os Estados Unidos, sem contar que ninguém é ruim o tempo todo e provavelmente Sofia não seja ruim o tempo todo. Talvez se eu der espaço, e tiver mente aberta consigo me adaptar a ela. Fecho a mala, ponho do lado de fora de casa à espera de Raymond ou qualquer outro que trabalhe com Sofia. Além de peças de roupas, tem meu caderno de composições e uma caneta. Papai me abraça, mamãe começa a ficar com os olhos cheios de lágrimas e Claire feliz.

-- Caralho, você vai morar e casar com a Sofia Daccarett, -- ela fala como se fosse a coisa mais feliz e incrível do mundo -- mas promete que virá assistir os jogos da copa feminina aqui em casa? 

-- Eu não irei ficar na casa de Sofia por muito tempo. Vamos casar, mas não existe amor -- digo. Não mentir, meu desejo é fazer o que é preciso e vir embora.

-- Mas e se vai que vocês se apaixonam -- Claire sorri de lado.

-- Credo, não. -- Digo, que nojo, só de imaginar. -- Eu venho assistir com vocês.

Claire me abraça, assim como papai e mamãe. Eles parecem estarem felizes, sem lembrar que deixaram claro o meu preço, eu só valho mil euros.

-- Eu coloquei uns livros na mala enquanto você estava no banheiro -- assenti, abro um sorriso para minha irmã.

Um carro preto, grande, para na frente da casa de Claire. Raymond desce, ele usa um terno preto, óculos escuros e o cabelo amarrado em um coque. Seus músculos dão para ser notados apesar de estarem de terno. Raymond é tão gostoso. 

-- Olá, novamente, srta. Hosterman. -- Ele diz, pega a mala e leva para o carro. Dá um aceno para meus pais e Claire. Os abraço novamente. Raymond abre a porta do passageiro de trás para mim.

-- Srta. Hosterman, esse é Marcos -- lembro dele, ele foi quem me mostrou o quarto no navio quando eu estava vindo para Roma. -- Eu sou Juan Carlos -- um cara que está sentado no banco do passageiro da frente, o cabelo meio curto, rosto fino, sorriso meio torto e o cabelo claro como o de Bryan -- prazer. 

-- Prazer. -- Sorriu, ele virá com um doce na mão, me oferece.

-- A Srta. Daccarett, comprou uns para a viagem -- Juan Carlos diz, nego com a cabeça, ele assente e vira para frente. Seguimos em silêncio, Raymond manda eu pôr o cinto de segurança. Ele está sentado ao meu lado esquerdo, Marcos dirigindo e Juan ao lado dele, no banco do passageiro da frente.

-- Desculpe perguntar Raymond, mas qual o nome da cidade que estamos indo?

-- Região. -- Me corrige -- Abruzo, ela mora na capital. Áquila.

-- Quanto tempo demora?

-- Pouco. Duas horas no máximo, se o trânsito estiver ótimo -- diz, por fim. 

O trânsito não está ruim. E as duas horas quase passaram voando, a assistente Google foi indicando o caminho. "Vire à direita para entrar na VIA A20" o motorista segue a rota indicada pela assistente google. Ele segue pela rota, várias lojas, cafeterias, uma "Coffé&Pane". Ele segue direto por uma avenida descrita pela assistente google como SK21. Seguimos o caminho em silêncio, me deu o trabalho de ver a paisagem até chegarmos na casa dela, mas o caminho é mais longo do que imaginei. Passamos pela casa e as feiras, entramos numa rodovia e seguimos. Para que caralho ela mora tão longe da cidade? Seguimos pela avenida por quase quarenta minutos, viramos a direita em um posto de gasolina e seguimos. Fizemos um retorno para entrar numa via, entramos numa rua meio estreita com uma placa na estrada, escrita "VIA DELLA PINETA". Seguimos em frente. 

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