Capítulo II - Careless Whisper

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Certo.

Chloé Bourgeois em Nova Iorque.

Ridículo! Era só o que me faltava. Obrigado, Deus, por forçar o encontro que nenhum dos dois queria de começo. "Quando?" Foi a única coisa que eu pude falar, ainda dominado pelo choque dessa notícia preocupante.

O nervosismo inicial de Zoe não chega nem perto do que eu sinto nesse exato momento.

"Daqui a uma semana..."

"Zoe!"

"Sábado pela manhã!" Eu pisquei, tombando a minha cabeça para trás, escorando-a na parede. "Sinto muito."

"Pelo o quê, exatamente?" Perguntei, irônico. "Por me fazer de anfitrião pra sua irmã, que é a minha ex? Ou por só me avisar com uma semana de antecedência que ela 'tá vindo pra cá?" Franzi a testa, procurando contar até dez, em ordem decrescente, mentalmente a fim de não surtar. "Obrigado pela consideração, Zoe Lee."

A loira arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.

Agora pronto!

Eu me recuso a ser o errado da história.

"Você pode também ir embora, se quiser. Não foi você quem disse que ficaria só por uns meses?" Eu a encarei, surpreso. Infelizmente, eu caí no seu jogo mesmo notando que era uma armadilha contraditória. Zoe gostaria de me deixar mal por esse pequeno surto, ao passo que agiria indiferente para que eu aceitasse ficar - como já era o esperado. "Faça o que quiser, não me importo. Seria muito bom alguém que ela já conhece ajudando no tour em Nova Iorque, mas já que você não quer me ajudar a ajudar ela, eu vou tentar adiar o meu voo por três dias."

"Obrigado, enquanto isso eu vou fazer as minhas malas." Claro que eu não daria o braço a torcer de primeira, precisava tentar fugir da situação, então logo após dizer essa frase, eu pulei da escrivaninha e fui em direção ao meu guarda-roupa. "Ainda bem que eu não tenho muita bagagem, assim consigo tirar o meu rastro daqui bem antes dela chegar."

"Qual é, Luka!" A loira exclamou, se levantando. Pelo canto dos olhos, notei que havia ficado com as bochechas vermelhas. "Você tem quantos anos?"

"Vinte e três física e emocionalmente, mas dezoito de espírito." Fingi pensar antes de responder, balançando os ombros em seguida. "Qual é, Zoe! Você não pode me pedir pra vê-la." Argumentei, segurando o fecho do guarda-roupa, encarando a menor. "Ela não quer nada comigo."

Eu acho que já disse isso antes.

"Bom, e você quer?"

Engoli o seco.

"Você me pegou, espertinha." Revirei os olhos, abrindo a porta a procura de uma camiseta. "Eu não quero que a gente fique num clima estranho, nem nada do tipo."

"Então vai ficar?" Perguntou, e eu consegui ouvir um tom animado em sua frase.

Bufei, vestindo uma camisa vermelha.

"Sim, mas só até ela aprender a se virar por aqui." Que desculpa horrível.

"Ai! Obrigada, Luka, eu sabia que poderia contar com você!" Zoe deu um pulinho de alegria antes de me abraçar e sair do quarto, toda animada, para não sei aonde. Avisar a sua irmã das boas novas que não é, porque isso faria a loirinha desistir assim que ouvisse o meu nome.

Suspirei, negando com a cabeça.

Eu me joguei na cama e fiquei olhando para o teto.

"Sabe, talvez isso seja um sinal." Virei o rosto para a direita, encarando Sass com uma sobrancelha arqueada. "Vocês têm assuntos inacabados entre si." O kwami se sentou no travesseiro, que até então estava deitado dormindo, olhando para mim com a sua feição tranquila. Daquela de quem sabe das coisas. "Assuntos pendentes costumam voltar para a sua vida até que os finalize, para que os ciclos continuem... ou se encerrem de uma vez." Odeio que ele sempre esteja certo.

Naquela Manhã - Miraculous/LukloeOnde histórias criam vida. Descubra agora