CAP IV - Amor duplo

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Meu coração começou a bater mais rápido, o olhar do garoto sobre o meu me fez desviar o olhar e ficar com as bochechas vermelhas, porém do rosto dele notei com a visão periférica um sorriso.

— Rindo do que seu idiota?

Ele para e segura meu rosto delicadamente.

— Puta que pariu... Você é simplesmente a vítima mais linda que já tive...

Os olhos dele encontraram os meus, o coração acelerado observando meu rosto, a firmeza no toque, aquilo me fez ficar a mercê do momento, então para acabar logo eu tirei a mão dele e me levantei.

— E você é o pior sequestrador do mundo.

O garoto se levanta e tira as luvas colocando as mãos na cintura.

— Prefiro o termo, guarda costas forçado.

— Voce é um idiota.

Saio do banheiro e vou até o quarto fechando a porta.

A noite foi longa, não conseguia dormir, tudo estava silencioso, eu estava com medo de outra pessoa cercar a casa, ou daqueles dois que vi mais cedo, isso me atormentava, quando a porta do meu quarto se abriu lentamente eu me cobri deixando os olhos para fora.

— Tá acordada?

Senti um alívio quando vi Rindou.

— Caramba! Que susto...

Ele entra e fecha a porta delicadamente e então vem em direção a minha cama se sentando.

— Você tá melhor? — Eu pergunto o encarando até que ligo o abajur.

— Sim... Mas algo me incomoda.

Ele me encara segurando as mãos.

— Oque?

— O fato de que você teve oportunidades para fugir e não fez isso, eu posso saber o por que?

Aquilo era uma boa pergunta, afinal eles haviam me sequestrado, e me machucado de alguma forma pra que isso acontecesse, além de me acorrentar na cama.

— Sabe, não tenho resposta, mas você precisava de ajuda, no final das contas vocês estão mais me animando do que me fazendo ficar com medo... Apesar de tudo isso, a anos que não tenho tantas coisas para viver.

— Está feliz? Confortável com a situação? — Ele arqueia uma sombrancelha.

— Óbvio que não, meu pai mandou me sequestrar, me levar para um lugar onde não quero voltar, eu acho que não é como se eu estivesse feliz.

Ele me encara, e então se levanta vindo na minha direção se abaixando por cima do meu corpo me fazendo assustar e me deitar.

— Oque foi? — Pergunto com os olhos arregalados 

— Seu cheiro... Se cheiro é tão bom.

Os lábios de Rindou brilhavam na luz no abajur, eu não conseguia tirar os olhos disso, quando os vi se aproximar eu desviei a cabeça, então ele me segurou firme no pescoço, definitivamente eu não conseguia fugir, o sentimento que aquilo me causava me deixava estranha, era como se algo fosse pegar fogo dentro de mim. Rindou cheirou meu pescoço e eu ouvi o suspirar dele bem próximo do meu ouvido enquanto ele ainda pressionava meu pescoço, sem demora o mesmo sobe em meu corpo, eu segurava as mãos dele sem fazer nenhuma força.

— Rin... — Disse ofegante.

— Merda, oque você está fazendo comigo?

Ele se senta por cima de mim e trás meu pescoço e meu corpo para perto dele.

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