Aquele sentimento, um sentimento de fogo, era aquilo que ele me causava, ao mesmo tempo que Ran Haitani era frio como a cor azul, ele era quente como o vermelho, essa colocação apenas me fazia sentir sentimentos fortes como a mistura das duas, um tom magenta.
— Ran, desculpa. — Tento me afastar.
— Eu entendo você, sua solidão... Mas...
— Não pode deixar ele não é? Eu sei, vai lá — Forço um sorriso.
— S/n! Entenda, não é por que...
Ele entra pela porta e a fecha.
— Vou te contar, vem aqui.
Subimos as escadas de novo e acabamos em um quarto que era dividido em dois, um roxo e outro azul.
— Aqui é onde eu e Ran moramos boa parte da vida, esse lugar era da nossa família, e até hoje nos pertence, no caso... A Tenjiku.
— Tenjiku a gangue de Yokohama?
— Sim.
Ele se senta na cama empoeirada.
— Eu e ele somos filhos de uma prostituta de Roppongi, nem conhecemos nossos pais, aqui foi o mais perto de uma família que tivemos, por que fomos cuidados por uma mulher muito doce....
PASSADO DOS HAITANI
— Essa peça vai aqui Ran! — Rindou dizia pegando uma peça de lego colocando no topo.
— Não mesmo! Ela fica em baixo junto com as outras amarelas. — Ran gritava.
— Brigando de ... Cof cof de novo meninos? — A dona do apartamento disse.
Rachel Cout era a dona do hotel, a pessoa que adotou os Haitani, e que decidiu manter o nome deles para que se lembrasse de onde vieram.
— Vocês são meus meninos lindos! Nada de brigar.
Ela tossia muito e já andava de cadeira de rodas, o marido dela Walter Cout era um britânico metido a besta, fez sua própria mulher mudar de nome, mesmo vivendo no Japão.
— Rachel! RACHEL! — Ele gritava.
— Já vou, já vou.
O homem apareceu.
— De novo com essas duas pragas? Anda! Tem que lavar a louça, os clientes do hotel estão chegando.
Ele a pegou pela cadeira de rodas e levou, os dois ficaram sozinhos.
Alguns meses depois a senhora Rachel que na verdade era Ryoko Madarame faleceu, o marido "cuidou dos Haitani" os fez limpar, cuidar de tudo, e de uma forma bruta, maltratava os dois, batia com cordas e até correntes, os amarrava em cadeiras e batia, até coisas quentes como sopa, jogava nos dois. Ran que sempre teve problemas com toque, era obrigado a limpar banheiros, e até mesmo limpava o próprio senhor Walter, o velho fazia Ran passar as mãos nele todos os dias, oque só piorou o medo de tocar nas coisas sem luva de Ran.
Dias atuais
— Foi isso. — Ran baixou a cabeça e eu me sentei na frente dele num banco.
— Então aqui era sua casa?
O garoto virou a cabeça para baixo, eu me aproximei mais e segurei suas mãos firmemente, tentava olhar nos olhos do mesmo que virava o rosto.
— E tem mais dessa história.
Ran se levanta e vai até a janela.
— Walter não morreu de velho... Rindou e eu o assassinamos, em um dos banhos eu mergulhei a cabeça dele na água e sai rapidamente, logo rindou veio com o ferro de passar roupa ligado na tomada e jogou na água matando ele.
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Duplo Sentido
FanfictionS/n é uma garota que ama artes, pintora, a garota veio diretamente do Brasil para o Japão, pensou que teria uma vida melhor, mas muito pelo contrário encontrou diversas dificuldades. Pouco contato com familiares ela se sente sozinha e em uma busca i...