CAP 6 - O início do pecado

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Aquele sentimento, um sentimento de fogo, era aquilo que ele me causava, ao mesmo tempo que Ran Haitani era frio como a cor azul, ele era quente como o vermelho, essa colocação apenas me fazia sentir sentimentos fortes como a mistura das duas, um tom magenta.

— Ran, desculpa. — Tento me afastar.

— Eu entendo você, sua solidão... Mas...

— Não pode deixar ele não é? Eu sei, vai lá — Forço um sorriso.

— S/n! Entenda, não é por que...

Ele entra pela porta e a fecha.

— Vou te contar, vem aqui.

Subimos as escadas de novo e acabamos em um quarto que era dividido em dois, um roxo e outro azul.

— Aqui é onde eu e Ran moramos boa parte da vida, esse lugar era da nossa família, e até hoje nos pertence, no caso... A Tenjiku.

— Tenjiku a gangue de Yokohama?

— Sim.

Ele se senta na cama empoeirada.

— Eu e ele somos filhos de uma prostituta de Roppongi, nem conhecemos nossos pais, aqui foi o mais perto de uma família que tivemos, por que fomos cuidados por uma mulher muito doce....

PASSADO DOS HAITANI

— Essa peça vai aqui Ran! — Rindou dizia pegando uma peça de lego colocando no topo.

— Não mesmo! Ela fica em baixo junto com as outras amarelas. — Ran gritava.

— Brigando de ... Cof cof de novo meninos? — A dona do apartamento disse.

Rachel Cout era a dona do hotel, a pessoa que adotou os Haitani, e que decidiu manter o nome deles para que se lembrasse de onde vieram.

— Vocês são meus meninos lindos! Nada de brigar.

Ela tossia muito e já andava de cadeira de rodas, o marido dela Walter Cout era um britânico metido a besta, fez sua própria mulher mudar de nome, mesmo vivendo no Japão.

— Rachel! RACHEL! — Ele gritava.

— Já vou, já vou.

O homem apareceu.

— De novo com essas duas pragas? Anda! Tem que lavar a louça, os clientes do hotel estão chegando.

Ele a pegou pela cadeira de rodas e levou, os dois ficaram sozinhos.

Alguns meses depois a senhora Rachel que na verdade era Ryoko Madarame faleceu, o marido "cuidou dos Haitani" os fez limpar, cuidar de tudo, e de uma forma bruta, maltratava os dois, batia com cordas e até correntes, os amarrava em cadeiras e batia, até coisas quentes como sopa, jogava nos dois. Ran que sempre teve problemas com toque, era obrigado a limpar banheiros, e até mesmo limpava o próprio senhor Walter, o velho fazia Ran passar as mãos nele todos os dias, oque só piorou o medo de tocar nas coisas sem luva de Ran.

Dias atuais

— Foi isso. — Ran baixou a cabeça e eu me sentei na frente dele num banco.

— Então aqui era sua casa?

O garoto virou a cabeça para baixo, eu me aproximei mais e segurei suas mãos firmemente, tentava olhar nos olhos do mesmo que virava o rosto.

— E tem mais dessa história.

Ran se levanta e vai até a janela.

— Walter não morreu de velho... Rindou e eu o assassinamos, em um dos banhos eu mergulhei a cabeça dele na água e sai rapidamente, logo rindou veio com o ferro de passar roupa ligado na tomada e jogou na água matando ele.

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