[EM ANDAMENTO/NOVA VERSÃO]
Era uma noite como qualquer outra para Yoongi, vagando pela cidade sem rumo, enquanto mergulhava no abismo da sua mente. Ele só não esperava ter que fugir de fãs histéricas e entrar no carro de uma desconhecida que tinha u...
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Park Daeyang tinha uma lista enorme de coisas que odiava, que deixavam-na extremamente desconfortável e à beira de um colapso nervoso. Dentre elas estava: o silêncio, a cafeína, que invadissem seu espaço pessoal, e claro, as malditas celebridades. Em especial, idols. Ela tinha um ódio descomunal por esse grupo de pessoas de plástico, jurou que se algum dia encontrasse com algum, pisaria como se fosse um inseto.
Não era nada pessoal, mas era tão irritante observar aqueles rostinhos de bonecos, enfeitados por uma camada extensa de maquiagem para esconder sua verdadeira face. Eram marionetes da sociedade, brinquedos da imaginação de moças sonhadoras, personagens. Eles não eram reais, ao menos não por inteiros. A maioria dos sorrisos eram forçados, frases genéricas, programadas para gerar impacto. Eram atores em um espetáculo de fantasia da vida, e Daeyang detestava pessoas que fingiam ser o que não eram. Ela apreciava sinceridade, coisa que idols claramente não tinham.
Se tinha uma coisa que Daeyang havia aprendido com o seu trabalho é que as pessoas tendem a interpretar personagens na frente das câmeras, ou falar apenas o necessário para um gravador. Por isso tinha tanta convicção para falar de idols, já tinha conhecido um número deles o suficiente para fazê-la adquirir um certo desprezo por esses atores. Contudo, mesmo que os odiasse com todas as suas forças, e estivesse prestes a socar o nariz de um babaca que invadiu seu carro, não pôde deixar de se sentir sensibilizada ao precenciar aquele idiota arrogante prestes a ter um ataque de pânico.
Ela chamou-o tantas vezes, por tantos nomes e ofensas diferentes, que acabou perdendo a conta. Porém, ele continuava da mesma forma, com os olhos esbugalhados na direção da janela, e o peito subindo e descendo rapidamente. Daeyang estava começando a se preocupar. Principalmente quando ele ergueu a mão trêmula até o peito, e começou a hiperventilar. Droga, o que estava deixando ele tão transtornado? Ela lançou um rápido olhar para as garotas eufóricas do lado de fora e foi mais ousada ao tocar o ombro do rapaz delicadamente.
— Senhor Min? — o que deveria fazer em uma situação dessa? Não seria tão insensível em expulsá-lo do carro naquelas condições, mesmo que o desejo de pisar em seu pescoço fosse tão grande quanto a arrogância dele. Ela suspirou e chacoalhou ele. — Min Yoongi!
O rapaz pareceu despertar brevemente do seu transe, mas ainda continuava parecendo ter dificuldade para respirar. Fitou Daeyang com pesar, e a jornalista sentiu-se levemente zonza. Os olhos dele eram tão... inefáveis. Ela não conseguiu pensar em nenhuma palavra que pudesse descrevê-los, com todo aquele brilho, toda aquela escuridão convidativa, todo o caos. O olhar de Yoongi era como os milhões de guizos das estrelas descritos em O Pequeno Príncipe, eles gritavam. Contudo, pareciam perigosos. Daeyang fez uma nota mental de manter-se distante.
— Por favor... — ele murmurou, a voz quebrada, rouca. O coração de Daeyang, que era tão firme quanto gelatina, agitou-se dentro do peito. — Me tira daqui.
A moça poderia simplesmente mandá-lo ir para algum lugar nada agradável, e expulsá-lo novamente do carro. Contudo, não era do seu feitio ignorar alguém que claramente precisava de ajuda. Não seria capaz de fingir não ver o desespero estampado naquelas íris, ela não era tão durona quanto demonstrava ser. Por isso, afastou a mão do ombro do rapaz e suspirou pesadamente antes de arrancar com o carro para longe do trio maluco que não parava de socar seu precioso carro.