Capitulo 28. - Fogo.

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Estava com Ethan na cozinha, enquanto minha mãe fazia o jantar.

A casa de Anna ardeu.


flashback.

— Menina, você não pode entrar! — disse um policial, me segurando. Minha mãe estava em panico e Ethan não sabia o que fazer.

Estavamos parados na frente da casa de Anna, com três carros dos bombeiros e dois carros da policia.

A casa estava ardendo.

Estava gritando, chorando, e tinha dois policiais me segurando, Anna e sua mãe ainda estavam lá dentro. O pai estava no trabalho, e provavelmente não sabia de nada do que estava acontecendo.

Fiz tudo o que podia, e ainda assim não me deixaram sair do lugar onde estava.
Anna ainda não havia saído da casa.

A casa estava pegando fogo, havia fogo por todo o lado. Ela não ia sobreviver.
Sentei-me no chão. Deixei cair todo o meu peso no chão.

Ethan se sentou do meu lado, me agarrando. Ele estava por perto. Podia agradecer por isso.

É nesse tipo de momentos, quando você está prestes a perder alguém, que você pensa em tudo o que já fez.

O que deveria estar certo?
O que deveria estar errado?
Eu podia ter feito as coisas melhores.
Talvez se eu tivesse chegado mais cedo.
Talvez se eu estivesse com ela.

Mas na verdade, não há um talvez.
É só isso.
Acabou.

Quebra de tempo.

Estavamos na esquadra da policia, esperando que falassem connosco sobre o que aconteceu na casa. Estavamos numa sala particular, esperando que alguém chegasse.

Até um homem chegar. Ele se se sentou na cadeira á minha frente, na frente da minha mãe e Ethan. Eu estava com a maquiagem desfeita, escorrendo pelas minhas bochechas, descabelada, e sem forças.

— A causa do incendio foi uma explosão de gás. Não foi culpa de ninguém. Os meus pesames, quando conseguiram apagar o fogo, já estava tudo em cinzas. — ele disse, me fazendo cair no chão de novo.

Acho que nunca tinha chorando assim, nem mesmo quando descobri que Joe me tinha traído.

Foi nesse momento que pensei, que nem o meu maior inimigo merecia aquilo.

Não tinha palavras, não conseguia falar, e chegou a um ponto que simplesmente não conseguia chorar.

Não tinha forças para fazer nada.

Semanas se passaram, Ethan aparecia lá em casa todos os dias, e o nosso relacionamento não estava nos melhores dias, mas ele entendia o que se passava. E ele entendia que eu ainda o amava.

flashback.

Quer que eu faça algo? Posso trazer algo para você comer ou... — Ethan começou, mas parou assim que viu que eu não respondi. — Eu vou deixar você sozinha.

A minha mãe tentava falar comigo, mas as palavras não me saíam da boca.

flashback.

— Quer que faça o seu prato favorito para o jantar? — sem resposta. — Já falou com sua irmã? — Sem resposta de novo. Parecia que a minha garganta tinha um botão de desligar, que quando eu carreguei simplesmente desapareceu.

Olivia me ligava todos os dias, só atendi uma vez em três semanas.

flashback.

— Finalmente me atendeu. Está melhor?

— Não.

Mel e Jessie tentavam falar comigo, me traziam comida, tentavam me animar, mas não resultava em nada.

flashback.

— Te trouxemos bolo de cenoura. O seu favorito. — Mel disse, com um bolo na mão.

— Podiamos ver um filme e comer... — Jessie deu a ideia.

— Preciso de estar sozinha. — disse, fechando a porta.

Nick me despediu. Ele lamentou, e disse que sabia que estava numa fase dificil, mas que não podia ter empregados assim.

flashback.

— Desculpa Luna, mas não posso Ter uma empregada que não trabalha. As melhoras.

As minhas notas desceram até eu sair do quadro de excelencia, já que eu não ia a escola.

Os professores mandavam inumeras mensagens a minha mãe, dizendo que entendiam a minha perda, mas que se eu não voltasse para a faculdade eles teriam que me expulsar.

Não sabia o que fazer, não queria comer, não queria falar, não queria me levantar da cama, mal tinha força para tomar banho. Simplesmente não aguentava mais.

Minha mãe tentou que eu fosse a uma psicologa. Isso também não deu certo.

flashback.

— Soube que você sofreu de uma persa, não foi? — assenti com a cabeça. — Estou aqui para ajuda-la. A sua mãe me pediu ajuda, você não come, não estuda, não coloca o pé fora de casa.. Estou aqui para ajuda-la.

— Não preciso de ajuda.

— Isso é o que todos que estão aqui dizem. Perder a melhor amiga é uma Dor inexplicavel, eu entendo isso. — a interrompi.

— Não, você não entende. Aquela garota era a merda da minha alma gemea, e você não tem nenhum direito de vir para a merda de uma sala dizer aos seus pacientes que entende as dores deles.

Acho que isso foi a unica vez que disse mais de uma frase.

As coisas não estavam bem. E eu estava pior ainda.

Namorado De Aluguel. Onde histórias criam vida. Descubra agora