Capítulo 8

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Vou pedir um favor, coloquem a música que estará no meio da história para tocar no tempo que eu pedi. É FUNDAMENTAL.

Marília POV.

Duas. Três. Quatro. Cinco da manhã. Mais uma vez eu acordava antes do nascer do Sol. Aquilo já estava me assustando, tenho que admitir. Sentei na ponta da cama e passei a mão pelo rosto. Mais um pesadelo desses e eu teria que tomar um tranquilizante de boi para dormir. Levantei calmamente e andei pelos corredores silenciosos do apartamento. Luísa, Gustavo e Diana deveriam estar no 89º sono e eu aqui, vagando pela casa feito uma zumbi. Bebi um copo de água na cozinha e decidi prosseguir com meu ritual matinal. Ver o Sol banhar Manhattan.

Subi as escadas que davam para o terraço, mas me assustei ao ver uma silhueta deitada na espreguiçadeira. Como ainda estava escuro, não pude identificar quem era. Ou tinha realmente alguém ali, ou estava ficando louca e vendo coisas. Me aproximei lentamente e reparei que Diana dormia. Ela estava de baby doll e senti meu corpo queimar na mesma hora, a desgraçada além de ser bonita, tinha um corpo absurdo.

Reparei um pouco mais em seus detalhes e realmente, ela parecia muito com Maraísa. Eu só não podia deixar aquilo subir a minha cabeça. Sentei na espreguiçadeira ao lado da dela, mas a madeira fez um rangido que despertou Diana e ela olhou para mim assustada, mas relaxou em seguida, abrindo um sorriso sem graça.

- Desculpa te acordar, não era minha intenção. - me ajeitei um pouco na espreguiçadeira e ela levantou, encostando as costas no encosto.

- Tudo bem, é que costumo ter insônia. Dai, como não conseguia dormir com Luísa roncando do meu lado, decidi vir pra cá. Parece um lugar tranquilo, apesar de ser Manhattan.

- Ela ronca? - gargalhei e Diana assentiu, rindo junto comigo. - Essa eu não vou deixar passar.

- Não fui eu quem te disse, em?!

- Nada disso, você?! Eu que passei pelo quarto e ouvi um trator lá dentro. - ela gargalhou, jogando a cabeça para trás e, por um instante, me lembrei de Maraísa. Sorri e fitei o chão.

- Alguma coisa errada?

- Não.. é que você parece com uma pessoa.

- É bonita?

- Sim, é muito linda.

- Então tudo bem pra mim. - ela deu de ombros e eu não pude deixar de achar graça em seu jeitinho.

- Deixa eu te perguntar, quantos anos tem?

- Vinte e cinco. Por que?

- Não tem cara, parece mais nova.

- E você?

- Tenho trinta.

- Trinta?! - ela arregalou os olhos e eu dei uma risada nasal. - Para de zoar, Marília.

- O que?! Estou falando sério, tenho trinta.

- Com essa cara de vinte e dois?! - cerrou os olhos em um semblante brincalhão e eu abri um sorriso pra ela.

- Você tem cara de quinze.

- Olha o exagero, né?! - ela fitou um ponto fixo à sua frente e eu observei o contorno de seu rosto. Ela era linda. Estupidamente linda. - Sempre vem aqui em cima essa hora?

- Assim como você, eu tenho muita insônia. Então criei um ritual de vir sempre nesse horário ver o sol nascer. Claro, quando não está nublado, nem nada.

- Acho que ganhou uma parceira, porque eu provavelmente farei só isso enquanto estiver aqui. Em Madrid nós não moramos na cobertura, moramos um andar abaixo, acredita?! Tentamos comprar do velho rabugento que mora em cima, mas ele não quis. - Diana fez um biquinho, que se eu tivesse mais intimidade, morderia de tão fofo.

My Biology - 2 TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora