Capítulo 17

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- Maraísinha, eu já estou ficando sem paciência! – Henry balbuciava pela milésima vez, enquanto eu me ajeitava em frente ao espelho do meu quarto.

- Calma, criatura! Estou quase terminando.

- Você falou isso tem quinze minutos. Meu terno Armani já está todo amassado e minha bunda quadrada de te esperar sentado.

- Como se a sua bunda quadrada fosse culpa minha. – dei um olhar malicioso para ele, que revirou os olhos e sorriu. – Então, o que acha?

- Ai, está ótimo.

- Para com isso, me fala o que achou!

- Se eu falar que não gostei, você vai ficar mais quinze minutos aqui. Se eu falar que gostei, você vai querer trocar, porque vai pensar que eu falei isso só para te apressar. Vocês mulheres são todas iguais, lésbicas ou não.

- Idiota. – me olhei mais uma vez no espelho e abri um sorriso. O vestido vermelho da Prada, que Marília tinha comprado para mim, se ajustava perfeitamente no meu corpo. Uma maquiagem leve e batom vermelho para realçar os lábios. Nos pés, meu amado par de Louboutin's e deixei os cabelos ondulados caindo pelas costas. – Acho que podemos ir.

- Você acha?! Eu tenho certeza. Peter deve estar impaciente com nosso atraso e Marília, também.

- Ela sabe que eu sempre me atraso. – peguei a bolsa em cima da cama e Henry levantou-se da cadeira, ajeitado o amassado de seu belíssimo terno preto. Antes de sairmos pela porta do meu quarto, ele me puxou pelo abraço.

- Você está linda. Nem parece aquela menina tristonha, que chorava pelos quatro cantos na faculdade.

- Depois de três meses, eu tinha que melhorar.

- O tempo passou rápido mesmo. – ele abriu a porta do quarto e fez sinal para que eu passasse, me acompanhando em seguida. Giulia já tinha saído com Kayque, iriam ao cinema antes de nos encontrar.

Três meses. Três longos meses que passaram sem nem ao menos eu perceber. Marília recuperou sua antiga confiança e não demonstrava mais o medo de antes, finalmente pareceu entender. Nós reatamos depois de muita conversa e alguns objetos do nosso apartamento quebrados. Não dava para ficar longe dela, seria impossível tentar de novo. Minha mãe teve parcela de culpa nisso tudo, ela esteve de conchavo com Marília desde o início, provavelmente preparando o terreno para quando eu voltasse pra Miami. Dona Almira, mais esperta do que eu imaginava.

Gabriela comentou conosco que ela e Bárbara haviam retornado, se dizia apaixonada demais por aquela cafajeste, para simplesmente abandoná-la por conta de um plano meu. Devo admitir que me senti um pouco culpada quando Gabriela falou desse jeito, mas nada que eu não merecesse. As duas estavam morando no mesmo lugar ainda e viajariam para o Egito. Segundo Gabriela, Bárbara estava louca para conhecer as técnicas de embalsamento usadas nas múmias. Para que ela queria saber, não faço ideia.

Maiara ficou chateada quando soube que eu não ficaria em Miami definitivamente, mas sabendo que era por conta de Marília, sentiu-se aliviada. Minha melhor amiga sabia que nada me dava mais paz, do que os abraços e beijos da mulher da minha vida.

Hoje, Marília fazia trinta e um anos. Reservamos um salão enorme para dar a festa e já estava animada com todos os planos. Os pais dela viriam de Miami, a irmã e o marido de Madrid e o irmão com a noiva, do Japão. Não quis nem perguntar sobre Diana, mas tinha certeza que aquela mulher ia aparecer e, em relação a isso, eu já tinha um plano.

- Olha, Maraísa, não fica nervosa. – Henry ajeitava seu cabelo impacientemente, enquanto eu respirava tranquilamente. – Tudo vai dar certo.

- Quem precisa relaxar, é você, Fairy.

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⏰ Última atualização: Jul 30 ⏰

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