Capítulo 2

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Eu saí daquela sala completamente puta, primeiro ela me insulta, e depois me chama para ir no restaurante como se nada tivesse acontecido, e ainda acha que vai me convencer insultando minha comida.
Entro no banheiro e fecho a porta atrás de mim. Vejo se não há ninguém nas cabines, e realmente não há ninguém, então tranco a porta.
Me viro para um espelho e olho o meu rosto. Meus olhos estavam lacrimejando, de tanta raiva que eu sentia. Fecho os meus punhos, me segurando para não socar o espelho, e sinto minha mão arder. A abro e vejo ela vermelha, então veio como um gatilho o que aconteceu.

Eu dei um tapa nela. Eu dei um tapa na minha chefe.

Tentei me segurar, mas a gargalhada foi mais forte. A minha chance de ser demitida é enorme, só que estava cansada. Cansada de ser alvo de comentários cruéis, e sempre manter a cabeça baixa e ficar calada.

- Ela mereceu - falo sorrindo para meu próprio reflexo - Aquela vagabunda mereceu.

Enxuguei minhas lágrimas,que antes eram de raiva e agora eram de divertimento, e fui ao sanitário fazer minhas necessidades.
Pego o meu almoço e desço de elevador para o térreo. Quando chego vou direto para a porta giratória, ao sair sinto o ar congelante de inverno, um ar frio confortável, e me sento no banco em frente ao prédio.

Depois de acabar de comer, subi novamente ao escritório e voltei a trabalhar. Observo Fisher chegar e entrar em sua sala sem dizer uma palavra. Apenas revirei os olhos e volto a organizar documentos.

Poucas horas depois, finalmente deu o horário de ir para casa. Arrumo minhas coisas e vou indo embora quando ouço o telefone tocar, e atendo:

- Sim, senhorita Fisher?

- Venha em minha sala - e desliga

Inspiro e expiro três vezes e entro em sua sala.

- O que a senhorita deseja? - falo com minhas mãos em frente ao meu corpo, esperando a demissão.

- Eu quero que pegue isso - ela tira um envelope de dentro do terno e me dá - Use para comprar roupas e comidas melhores.

Abro o envelope e conto quanto tem. Minha respiração falha quando termino, tem no total US$ 5000. A olho incrédula, vejo um olhar esperançoso em seu rosto.

- Olha... Realmente é muito dinheiro - olho com um esboço de um sorriso - Porém...

Taco o envelope em seu peito

- Não posso aceitar, se me resta dignidade - vejo uma expressão de incredulidade na sua cara - Tenha uma boa noite senhorita Fisher

E saio de sua sala sem ouvir o que tinha pra falar. Eu fiz isso por nós duas, para eu não insultar ela mais do que insultei e não partir pra cima dela. Ainda mais que que meu trabalho está em risco por hoje de manhã. Fui embora para minha casa.

*-------*

- Chegamos, senhora Andressa - meu motorista me avisa.

Saio do carro sem falar nada e entro em minha mansão. Entro na minha sala, tiro meu terno e jogo em cima do sofá.

- Oiê miga, tudo bem? - olho para o sofá e vejo o Allan, meu melhor amigo, com um copo de whisky na mão - Hum... Pela sua cara, não. Tem aver com a secretária?

- Ela não deu nem chance de pedir para ser minha noiva. Me deu um tapa na cara.

Ele solta uma gargalhada alta

- Deixa eu adivinhar, você a insultou e depois ofereceu dinheiro? - não respondo nada, pois ele estava certo - Ha, isso é tão a sua cara - ele dá mais um gole em seu copo- Agora, vai tomar um banho, está cheirando a puta

O Amor Não Era Uma Opção Onde histórias criam vida. Descubra agora