O Amor Não Era Uma Opção

Capítulo 12

Depois de uns 15 minutos dirigindo, eu finalmente chego em casa

— Casa. Amém, Senhor. - Olho para cima, agradecendo.

Entro em casa e vejo a Nicole dormindo no sofá. Essa praga literalmente conhece minha casa melhor do que eu, e mesmo assim, sabendo que tem mais 15 quartos de hóspedes, ela ainda prefere dormir lá no sofá.

— Nicoli, acorda. - Cutuco ela

Ela não responde.

— Acorda, praga. - Balanço o corpo dela - ACORDA, FILHA DA PUTA! -Jogo ela do sofá.

— PORRA!! - ela bate a cabeça no chão -

— Decidiu acordar foi? - Vejo ela se levantar do chão com um pouco de dificuldade

— QUENGA, PRAGA!! Não dava para me acordar que nem uma pessoa normal?!- Ela olha para mim com uma cara vermelha de raiva.

— E eu sou normal por acaso?

— Puta mermo essa daí. - Ela resmunga

— O hétero do teu namorado tava te procurando.

— Ah eu não quero me estressar com essa praga agora não, depois eu falo com ele

— Vou tomar um whisky ,vai querer? - Vou em direção ao bar da minha sala.

— Tu vai beber as 2 da manhã? - Diz a Nicole olhando o horário no celular

— Não tenho horário para beber obrigada. - Sirvo dois copos de whisky.

— Aham sei. Onde está a Larinha mesmo?

— Ela tá no hospital cuidando da irmã dela. Resumidamente: a irmã dela tem um tumor na cabeça em estágio terminal, no qual pode matar ela a qualquer minuto.- Falo indiferente, tomando um gole do meu drink.

— Uau. Eu sabia que ela tava ruim, mas não nesse ponto de quase morte. - Diz a Nicole com uma expressão preocupada.

— É a vida. - Tiro uma foto do meu whisky, postando no meu Instagram

— Como assim "É a vida"?

— Assim que é a vida. Pessoas nascem, pessoas crescem, pessoas morrem.

— Caralho, Andressa. A irmã da tua esposa tá quase morrendo, e tu tá aí, postando foto no Instagram. Como se tivesse tudo ótimo para ti. - seus dedos apertam em volta do copo, deixando eles vermelhos -

— Primeiro: eu não amo ela de verdade, isso é um relacionamento de fachada. Segundo: A irmã não é minha, é dela. Não vou me preocupar com uma criança que não é minha.

— Uau, que grande amor vocês duas têm, hein. - Diz irônica

— Enfim, eu vou pagar o tratamento dela, os remédios, etc. Mas se ela morre, não tem problema, ela vai de Vasco e eu vou continuar vivendo.

— Não faz piada com a morte das pessoas, caralho - a Nicole olha para mim com uma cara completamente puta - Queria ver se fosse comigo ou com o Allan se você ia estar com esse desinteresse todo.

— Vira essa boca para lá caralho, eu hein.

— O karma te persegue queridinha, fica esperta.

— Deus, tá repreendido, em nome do Senhor.

Olho para testa da Nicole e vejo que tem um galo crescendo.

— Oh Nicole, eu acho que o chifre que o Gabriel meteu em ti já tá aparecendo. Quer um gelinho? - Digo tentando segurar minha risada

A cara da Nicole fica vermelha de raiva, ela pula no meu pescoço com tudo.

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Me ajeito pela milésima vez na cadeira, incomodada. Xinguei Fisher de diversos nomes, em diversos idiomas, mas parei logo em seguida. Ela não tem nada a ver com nós duas, o nosso "relacionamento" não passa de pura fachada.