Capítulo 10

8 2 0
                                    

– Ei, filhote de demônio, vem comer. – Digo entrando no quarto da minha irmã, sem bater.

– Já escutou uma coisa chamada "Educação", Lara? – ela tira o fone do ouvido, se levantando da cadeira – Parece que não aprendeu ainda.

– Vamos fingir que você não fazia isso comigo – Reviro meus olhos, enquanto saio do quarto.

Estava caminhando em direção a porta, até que escuto um som de algo caindo. Me viro e corro até Aysha, que estava se apoiando na mesa. Agacho-me diante dela, tocando em seu rosto. Estava pálida. Muito pálida.

– Aysha, me fala. O que está sentindo? – carrego ela até a cama. – Está sentindo alguma dor?

– Minha cabeça... – Ela fecha os olhos, respirando fracamente. Seu corpo estava tremendo de mais, parecendo perder cor a cada minuto.

– Merda, merda – corro até a porta, tentando manter a calma. – ANDRESSA! ANDRESSA, VEM CÁ, RÁPIDO! – volto para a cama, passando minha mão pelos cabelos ruivos – Sua cabeça, meu amor? Sua cabeça está doendo? – ela assente com a cabeça – Mais alguma dor?

– Não estou vendo nada – sua voz não passava de um sussurro – Nada...

– Cadê aquela puta? – vou até a porta novamente – ANDRESSA, CARALHO, VEM CÁ

– Lara...? – apesar de fraca, a voz de Aysha conseguiu chegar aos meus ouvidos. Corro de volta para a cama. – Eu te amo muito, maninha.

– Calma, calma. Vou te levar em um hospital. Eu tô nervosa de mais pra carregar você, Andressa te leva, se ela me ouviu. Com certeza, ela deve ter ouvido... – minhas mãos trêmulas acariciavam a cabeça de Aysha –

– Lara, presta atenção. – ela leva sua mão até a minha, apertando – Eu amo você, independente do que acontecer. Eu nunca vou te abandonar. Você é a adulta, mas na verdade, é frágil que nem um bebê.

– Até quase indo de Vasco, não cansa de me humilhar, né? – Dou uma risada.

Escuto passos se aproximarem de mim. Andressa olha pra Aysha, com o celular em seu ouvido.

– Já estamos descendo, Simon. – desliga o celular. – O que aconteceu?

– Deixa eu falar primeiro – Aysha diz em um fio de voz, mas conseguindo ser autoritária – Eu não sei se vou sair dessa viva, mas se eu tiver alguma sorte, talvez eu continue vivendo.

– Andressa, carrega essa peste. E você, dona Aysha, não é porque você está tendo um treco, que já está morrendo. Deixa de ser emocionada.

Eu e Andressa saímos do quarto, eu na frente, já com tudo nas mãos, Andressa carregando Aysha, que parecia estar se divertindo com a própria desgraça. Tinha que ser minha irmã. O pensamento faz com que eu revire meus olhos. Aysha solta uma risada fraca.

– Mas pensa em alguém que é viciada em revirar os olhos. Já tá sabendo, né, Andréia? – Olha para a mulher que estava a carregando.

– Estou sabendo sim, Aysha. Como estou sabendo..... – Andressa dirige um olhar malicioso para mim –

– Andressa, não é hora para isso. – lanço um olhar reprovador para ela. – Nicole, emergência. Vamos ter que sair agora. Se quiser, pode comer aí – eu caminho até Nicole, que estava com uma cara preocupada –

– O que aconteceu? – Nicole corre em nossa direção –

– Ela teve uma crise, eu acho, e está indo ver Jesus. Vamos levar ela no hospital – Abro a porta, deixando Andressa sair com Aysha.

– Meu Deus, eu vou ficar. Receber qualquer notícia. Me avisa qualquer coisa, tá bom, Lara? – ela põe sua mão em meu ombro – Amiga, você está muito tensa. Se acalma, sua irmã está precisando de você bem. Respira.

Faço o que ela manda. Respiro lentamente, tentando manter a calma.

– Vou tentar. Tchau, amiga. – dou um abraço nela. – Mando notícias.

– Calma, ok? Mantenha a calma. Andressa vai estar lá.

– Pronto. Já acabou minha calma. – nós rimos juntas.

Ela fica na ponta dos pés, dá um beijo fraternal em minha testa e me empurra pra ir embora. Aceno para Nicole, antes de sair correndo para piscar, pressionando a língua no céu da boca. Um truque pra segurar o choro.

Andressa estava do lado de fora, minha irmã sentada na porta do carro, falando algo, sorrindo, com a mais velha. Caminho, inspirando e expirando até o carro.

– Não estava morrendo a cinco minutos atrás? – Digo empurrando ela de leve dentro do carro, me sentando ao seu lado.

– Estávamos conversando um assunto muito interessante. Não tinha como deixar pra depois. – Aysha dá um sorriso maroto, mesmo estando fraca – Acho que aquele momento de quase ver Jesus foi breve. Estou me sentindo um pouco melhor agora.

– Mas você ainda vai pro hospital. Nem adianta. – Abro a janela, com Simon já dirigindo. – Sobre o que estavam conversando?

– Não posso contar. Segredo. – finge trancar sua boca. – Só que estávamos conversando sobre outro assunto também. O namorado do Simon.

– Já está fofocando a vida amorosa dos outros?

– Não – Aysha pareceu indignada e ofendida – Eu não sou você. Ele que começou desabafando do relacionamento dele com o Anderson. Aí ó, casal gay pra senhorita fofocar. Não gosta de viados? Não ofendendo tá, Simon? Minha irmã é ótima pra falar de relacionamento homossexuais.

– Aysha, cala a boca, pelo amor de Deus. – Puxo ela pro banco.

– Estou apenas falando a verda‐ – ela para do nada, com seu olhar fixado no nada –

– Aysha? – Ponho minha mão em seu ombro. Seus olhos fecham, junto com seu corpo caindo para o lado. – Aysha!

Meus braços puxam ela para perto de meu corpo. Sinto sua respiração instável.

Instável de mais.

*-------*

Hola, seus cornos, ¿Todo bien?
Esse capítulo é só pra dizer que eu não morri. Eu tô viva, para infelicidade de ocês :)
O próximo capítulo será por conta da minha fiel parceira de escrita, talvez tenha uma pequena diferença na escrita. Mas não vai ter erros ortográficos, pois corrijo tudo.
Apenas isso, mesmo. Adios, raparigos ;) ♡

945 palavras

O Amor Não Era Uma Opção Onde histórias criam vida. Descubra agora