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Após terminarmos de estudar, Finney já estava juntando suas coisas para ir para casa. Eu não queria que ele fosse embora, mas já eram quase seis da noite. Fiquei cabisbaixo só com a sensação de ter ele longe.

— Finney, você não quer ficar e assistir um filme? eu tenho alguns bem legais e...

— Robin, eu não posso, meu pai está esperando — ele me interrompeu, fechando o zíper da mochila — Eu sinto muito, ficaria se pudesse.

Sorri levemente para ele, quando a porta foi aberta. Meu tio entrou e encarou Finney como normalmente encaramos um gato filhote. Fofo, frágil e indefeso.

— Robin, achei que estava conversando sozinho — riu — Quem é seu amigo?

Finney pareceu assustado com a aparição repentina de meu tio, mas logo se tranquilizou quando percebeu o sorriso que dei ao mais velho.

— O nome dele é Finney Blake, meu colega de classe — respondi.

— Olá Finney, me chamo Alejandro. O Robin te sequestrou para você ser amigo dele? — meu tio perguntou rindo.

Finney riu baixo como resposta.

— Bom, eu tenho que ir para casa, meu pai está me esperando — colocou a mochila nas costas.

— Por que não fica para o jantar? eu posso conversar com o seu responsável, para você ficar mais — ele se ofereceu. Finney pareceu pensar um pouco.

— Mas está tarde, senhor Arellano, e...

— Só você dormir aqui. O Robin te empresta a cama dele e ele dorme no colchão, não é, Robin? — me olhou e eu arregalei os olhos.

— Bom, isso não estava nos meus planos, mas... — dei de ombros. Tudo pelo conforto dele, certo?

— Não, imagina, eu não quero incomodar.

— Não é incômodo algum! os amigos do meu filho, são meus amigos também. A gente pode descer lá embaixo e você me passa o telefone do seu pai.

Finney assentiu e nós descemos para o andar de baixo, eles foram até a cozinha ligar para o pai de Finney e eu fiquei na sala procurando algum filme para assistirmos. Obviamente só tinha terror e alguns programas que meu tio assistia, no caso, para maiores de idade.

Mas isso não me impedia de ver alguns, tinham uns até de piadas de duplo sentido, era bem engraçado e eu entendia a maioria. Mal sabe ele o sobrinho que tem.

Escolhi um que eu gosto bastante, e espero que Finney também goste. Ele não faz o tipo que gosta dessas coisas de terror, mas eu posso fazê-lo começar a gostar.

Finney e meu tio voltaram da cozinha e se sentaram no sofá.

— O que ele disse? — perguntei olhando para Finney.

— Que é para ele voltar para casa amanhã depois da aula, sem falta — meu tio respondeu e se levantou — Vou fazer pipoca e pegar uns sodas no congelador. Algum de vocês sabem fazer brigadeiro?

— Eu... eu sei — Finney disse um pouco atordoado.

— Você vai ter que ajudar o Robin então, porque ele é péssimo cozinhando — o mais velho riu e eu semicerrei os olhos para ele.

❝ 𝐌𝐔𝐓𝐈𝐒𝐌 & 𝐂𝐈𝐆𝐀𝐑𝐄𝐓𝐓𝐄𝐒. ❞Onde histórias criam vida. Descubra agora