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𝒇.

Algumas semanas se passaram desde a noite na casa do Robin, e, bom, nos tornamos bons amigos. Eu ia para a casa dele ajudá-lo em matemática, e as vezes até dormia lá. Me dava muito bem com seu tio, e Robin me ajudava bastante com meus problemas de socialização.

Obviamente eu não obtive um avanço absurdo, eu ainda estava me acostumando com estas coisas de conversar com pessoas desconhecidas. Às vezes eu simplesmente não conseguia, e não havia nada que Robin, e nem eu, pudessemos fazer.

Ainda não conseguia conversar tanto com Gwen, ou meu pai, pois assim que eles diziam algo que me incomodasse, meu cérebro não conseguia prestar atenção em mais nada que saísse da boca deles. Gwen é pequena, ela não sabe muito bem oque me incomoda, então, de qualquer maneira, não a culpo.

Robin, por outro lado, me conhece tão bem em poucas semanas. Ele é praticamente a única pessoa que eu consigo conversar normalmente, e eu não gosto nenhum pouco disso.

Parece que eu dependo dele para tudo.

— Finn? — alguém me chama, e então eu saio de meus pensamentos.

— Sim? — me viro, vendo que esse alguém era Robin.

— Tudo bem com você? ficou calado de repente — sua mão pousou em meu joelho, fazendo um carinho confortável por de baixo da mesa.

— Hum... sim, desculpe. Estava longe — respondi, dando um sorriso falso.

Robin deu de ombros, prestando atenção na aula de história. Eu já não estava mais conseguindo, porque ficava pensando em coisas irrelevantes. Como meu pai, as coisas que aconteciam na escola, a saudade intensa de minha mãe.

Era um baque quando eu lembrava que ela não estava mais viva, mas faziam tantos anos. A forma em que Robin cuida de mim, me faz lembrar da forma em que ela queria que meu pai cuidasse.

O sinal do intervalo tocou, rapidamente todos os alunos começaram a sair de suas salas. Juntei meus materiais e coloquei-os dentro da minha mochila, todos saíram da sala, exceto Robin e eu.

Enquanto eu arrumava minha mochila, Robin me abraçou por trás, e colocou seu rosto em meu pescoço, dando um leve selar.

— O que há de errado? — perguntou em um tom baixo, quase em um sussurro.

— Não é nada, só estava pensando um pouco — dei de ombros.

Robin assentiu ainda desconfiado, e decidimos ficar ali na sala mesmo, já que todos ficavam no pátio e lá se tornava um lugar muito cheio e barulhento.

— O que acha de ir lá em casa assistir um filme hoje à noite? — ele disse de repente. Olhei para ele com um meio sorriso.

— Da última vez você não me deixou prestar atenção no filme — revirei os olhos, e ele arqueou uma sobrancelha.

— Eu nem fiz nada — sorriu como uma criança quando come sua sobremesa favorita.

— Hum — coloquei a mão no queixo, como se estivesse pensando — acho que você não está merecendo.

— Que? por que?

❝ 𝐌𝐔𝐓𝐈𝐒𝐌 & 𝐂𝐈𝐆𝐀𝐑𝐄𝐓𝐓𝐄𝐒. ❞Onde histórias criam vida. Descubra agora