Epílogo

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Pov Wednesday

O silêncio incomum, o qual, pairava sobre os cômodos de minha casa causou-me confusão e eu franzi o cenho, fechando a porta.

Retirei o meu casaco e depositei minha bolsa sobre uma mesa de canto, adentrando a sala de estar, contudo, não as encontrando.

Pensei em buscar no andar superior, todavia, desviei a minha atenção para a cozinha ao escutar movimentação no lugar.

- Bea! -a voz de Enid soou descrente e eu me aproximei furtivamente, sorrindo ao ouvir o riso doce e infantil.

Minha esposa e nossa pequena vestiam dolmãs, estando os mesmos manchados por molho e farinha, enquanto a minha cozinha estava uma desordem completa. Eu, por minha vez, me mantive apoiada sobre o batente, apenas observando a interação de ambas.

- A sua mama vai ficar uma fera! -Nid sussurrou com receio e meio perdida em seus pensamentos, apanhando um pano para limpar o rosto de nossa filha.

- A mamãe vai ficar de castigo? -a menor perguntou com preocupação, esperando paciente pela resposta de Enid. Bea estava sentada sobre o balcão, fitando o chão com culpa, enquanto brincava com seus dedos.

- Definitivamente, a mamãe vai ficar de castigo! -minha esposa afirmou mansa e carinhosa, escostando o seu indicador sobre a ponta do nariz de nossa filha, o que a fez sorrir envergonhada.

Eu me concentrei internamente para não rir e inspirei fundo, fingindo minha melhor expressão de espanto e irritação, revelando a minha presença.

- Sinclair! -exclamei firme, as assustando, minha mulher empalideceu e nossa pequena depositou suas mãos sobre os olhos, como quem ansiava se esconder- vocês pretendiam destruir a minha cozinha? -questionei forçando uma postura ranzinza e Enid fitou Bea, sem saber como agir.

- Não era para destruir, mamãe! Era para fazer hambúrguer! -a garotinha as defendeu, me oferencendo um sorriso fofo e comovente, o qual, funcionou muito bem.

- Quem começou esta bagunça? -perguntei com diversão, arqueando as minhas sobrancelhas e me aproximando.

- Eu -Bea respondeu com timidez, apontando para si e corando de leve.

- E quem vai arrumar essa bagunça? -eu insisti, curiosa por sua resposta.

- A mamãe Nid! -a menor sorriu satisfeita e indicou a Sinclair, a qual, a fitou com incredulidade.

- Beatrice! Sua traidorazinha! -minha americana retrucou em indignação, antes de fazer um bico ofendido.

Eu, por outro lado, dei um riso gostoso e peguei minha pequena em meu colo, deixando um beijo carinhoso sobre a sua bochecha.

- Sabe, McDonald's não me parece uma ideia ruim, o que você acha? -indaguei sugestivamente e minha filha sorriu contente, no entanto, seu sorriso morreu e ela encarou Enid com carinho.

- Mama, a gente pode esperar a mamãe? Ela adora hambúrguer! -pediu doce, estendendo seus braços para minha esposa, a qual, a recebeu de muito bom grado.

- Claro, meu amor! -assegurei com paixão, admirando os sorrisos de cumplicidade que ambas compartilharam.

De todo o modo, minha esposa conduziu Bea ao nosso quarto, buscando se limpar e vestir uma roupa descente. E eu aproveitei para guardar os ingredientes que elas usavam, contudo, me recusando a arrumar a bagunça por inteira.

Estranheia a demora de Enid e decidi seguir ao nosso quarto, para saber o que estava acontecendo.

Sorri ao encontrar minha americana utilizando roupas mais maduras, enquanto Bea vestia uma de suas camisas de banda e um de meus saltos. Era uma cena engraçada, afinal, ambos eram muito maiores que ela.

- Enid Addams Sinclair! Você não pode tomar sorvete antes do jantar! -a menor repreendeu, fingindo ser eu, e Nid riu com adoração.

- Certo mini Wednesday! Não irei tomar sorvete antes do jantar! Eu prometo! -estendeu seu mindinho para a menor, a qual, sorriu e entrelaçou seu dedo com o de sua mãe, deixando um beijinho sobre eles- vai se vestir, meu amor! A mamãe deixou sua roupa separada dentro do closet -minha esposa pediu e a menor concordou, segurando em sua mão para retirar o meu salto- você precisa de ajuda? -perguntou, recebendo uma resposta negativa.

- Eu consigo sozinha, mamãe! Obrigadu! -assegurou e Enid concordou, observando Beatrice rumar para o closet.

Eu aproveitei a deixa para me aproximar dela e a abracei, depositando um beijo em sua bochecha. Sinclair apenas sorriu ladino e retribuiu, suspirando forte.

- Ela é a sua copia! -Enid sussurrou com encanto e eu sorri, por fim, lhe roubando um selinho- eu amo os olhos castanhos dela! São idênticos aos seus! Eu sou tão apaixonada por vocês duas! -admitiu galanteadora, distribuindo diversos beijos sobre meu rosto, enquanto eu ria.

- Obrigada por me fazer tão feliz, Enid Sinclair! -agradeci com amor, intensificando nosso aperto.

Apenas nos separamos ao sentir braços finos rodearem nossas pernas, de uma Bea buscando participar do abraço.

Eu dei um riso cômico e a peguei em meu colo, seguindo consigo e minha esposa rumo ao nosso carro, par por fim, a acomodar em sua nova cadeira.

- Bea, eu irei pedir um Mc'lanche feliz com o dobro de felicidade! E muitos brinquedos! -Enid comentou partindo com o veículo e atraindo a atenção de nossa pequena, a qual, deu um sorriso que revelou suas covinhas.

- Você divide os seus brinquedos comigo, mamãe? -a garotinha de quatro anos perguntou com esperança, esperando pela resposta.

- Claro minha princesa! Iremos fazer matemática básica! Um para você e dois para mim! -a americana piscou para a menor e eu gargalhei gostosamente, negando com a cabeça, enquanto a nossa filha contava os dedinhos com confusão- Bea? -Nid chamou pela mais nova.

- Sim mamãe? -respondeu, inclinando a cabeça um pouco para direita.

- Eu te amo! -minha esposa sussurrou como se fosse um segredo e nossa filha sorriu com carinho.

- Eu te amo mais, mamãe! E amo a mama! -Beatrice afirmou e eu a fitei pelo retrovisor, admirando os seus detalhes tão parecidos com os meus, no entanto, ela ainda possuía maravilhosos traços de Enid.

- Mais uma coisa que temos em comum, Bea! Eu também amo a sua mãe! -confidenciou com paixão, posicionando sua palma sobre a minha coxa- amo muito mesmo! -concluiu, me fitando apaixonadamente, e eu sorri com carinho, entrelaçando os nossos dedos.

Uma canção infantil que Bea adorava, então, se principiou e Enid a cantarolou com vontade, contagiando a nossa filha, a qual, sorria lindamente para a mãe.

Eu as observei em silêncio, sentindo o meu peito ser preenchido por carinho e amor, e concluindo que, definitivamente, aquela proposta de casamento foi a melhor coisa que eu fiz em toda minha vida.

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Hei! Este foi o capítulo final de "A proposta"

Um romance meio confuso e repentino, mas repleto de momentos fofos, os quais, eu particularmente adorei escrever!

Obrigada por lerem e pelo apoio de sempre!

Até uma próxima fic
-D

A PropostaOnde histórias criam vida. Descubra agora