Hue: Um brasileiro renasce como um macaco em um mundo de fantasia(ISEKAI)

Minhocas e leite de macaco

A espada do cavaleiro negro se chocou com o porrete de Tião. Ondas de choque fizeram os Pequenos Macacos tremerem.

- Tsc! Maldito - Tião foi arremessado para trás, incapaz de rivalizar com a força do cavaleiro negro. O cavaleiro se preparou para um segundo golpe

- Sai de perto dele, seu babaca! - Pipo avançou se colocando entre os dois. Suas mãos faiscaram com centelhas elétricas. Embora fosse intimidador, não pareceu assustar o cavaleiro, que seguiu em sua direção sem demonstrar nenhum sinal de preocupação.

- Acerta ele logo Pipo!!  - gritou Otto, enquanto corria para avaliar a situação de Tião.

- É agora!!!! - Pipo disparou eletricidade da ponta de seus dedos. Por estar totalmente coberto por sua armadura, era de esperar que o dano elétrico fosse intensificado, mas o cavaleiro não pareceu se abalar. - Tsc...esse cara...

- Sai da frente Pipo - Disse Tião, sendo ajudado a levantar por Otto - Eu vou matar esse puto!

Tião avançou cegamente contra o adversário, tomado pela fúria.

- Você vai conhecer a força dos pequenos macacos!!!

O robusto macaco saltou pronto para atingir o cavaleiro direto na cabeça. Seu porrete fez uma curva descendente, mas a centímetros de atingi-lo, a arma foi facilmente agarrada.

- Anh?!? - Tião não teve tempo nem mesmo para expressar sua surpresa. Logo a pesada mão o atingiu no estômago, o fazendo perder todo o ar.

- Tião!!! - gritaram seus dois companheiros, preocupados. O cavaleiro negro não se importou com seus lamentos, e continuou a socar o corpo do rechonchudo macaco, que a está altura já estava desacordado. Os dois amigos correram para salva-lo. Aproveitando-se disso o cavaleiro arremessou o corpo desacordado contra eles, atingindo Otto em cheio. Pipo por outro lado foi pego por um forte agarrao. Por mais que tentasse se desvencilhar usando corrente elétricas contra o cavaleiro ele permanecia preso.

- Isso...isso é um humano?- uma voz familiar se fez ser ouvida em meio a batalha.

- !?!? - reagindo com surpresa todos os rostos se viraram para o autor da voz.

- O que está acontecendo aqui?

******

Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece. Depois de ter meu futuro revelado por Faye, tudo que eu queria era voltar para minha árvore e refletir sobre o que vi. Sobre aquela beldade que vi e do por que eu estar tão puto a ponto de querer fazer algo, mesmo sabendo que isso a faria chorar. Eu sou meio fraco com mulheres sabe?

-- Não me diga!

GEPETO, essa manifestação da minha habilidade em forma de um macaco cartunesco permanece flutuando sobre minha cabeça. Ele nunca parece me levar a sério. Seja como for, o que eu queria era descansar,  não chegar em casa e ver minha família quase sendo morta por um esquisitão de armadura negra.

- Essa coisa não é humana. É um monstro...um perigoso.

Faye interrompe minhas divagações com uma informação importante. Bem, olhando para esse cara até que ele parece bem humano. Eu disse isso para Faye.

- Ele não é. Ele serve Vadresh. Tome cuidado.

Ela parece realmente alerta. É incomum. Quando enfrentamos os lobos ela estava ferida e exausta por ter enfrentado muitos inimigos. Eu até pensei que tínhamos níveis parecidos de poder...mas com o tempo ficou claro que ela é superior a mim. E se ela está alerta é melhor eu ficar também.

- Hum?!? - Quando menos espero o cavaleiro foca seus ataques em mim. Ele aplica golpes de espada a torto e a direito. Eu me esquivo dos golpes dele da melhor forma que posso. Mas a impressão é que sempre escapo por um triz. Ele vai acabar me acertando se isso continuar assim.

-- Continue esquivando. Vou atrasa-lo. - GePeTo diz de repente. Ele  faz com que vinhas brotem do chão e o imobilizem. Bem, ele foi contido por menos de um segundo. Mas foi tempo suficiente para que eu me afastasse o bastante para sair de sua zona de ataque. GePeTo é uma habilidade útil. É basicamente uma extensão da minha mente e tem acesso a minhas habilidades.

- É inútil. Vou matar você, seu bando, e levarei a Lumineraphox de volta para Vadresh!

Finalmente nós pudemos ouvimos a voz do cavaleiro e....

- O que diabos é essa voz?Hahahahah - Tião e o resto do bando começam a rir do estranho, a despeito do perigo que estamos passando.

-- Hue Hue Hue Hue!!! -- Até GePeTo ri.

- Pft...- Hum? - Ela tenta disfarçar, mas eu vi. Mesmo Faye ameaçou sorrir. Não é por menos. A voz  realmente distoa da figura ameaçadora de um cavaleiro de armadura negra. A voz não parece uníssona. É como se mais de uma criatura falasse ao mesmo tempo. Isso poderia até soar de forma ameaçadora, se não fosse pelo fato de parecer que cada uma dessas criaturas engoliu gás hélio. A voz era extremamente aguda.

- Nenhuma ameaça dita com essa voz estridente é capaz de assustar alguém. - eu digo. Quando alguém tenta matar você e sua família, o bullying é liberado.

- Vocês...vocês...estão rindo de mim? - o cavaleiro pareceu chateado.

- Eu..eu não! - Faye se apressou a responder. Eh!? Por que esse constrangimento? É nosso adversário. Ria sem dó.

- Eu estou! Sua voz é ridícula.

- Parece a voz de uma galinha guerreira. Sabe, não de um galo. De galinha mesmo ahahah! - Os tres idiotas...bem, eles são idiotas mesmo. Mas sabem como pegar no pé de alguém.

_ Eu vou matar cada um de voces!!!!!! - Devido a raiva, a voz soou ainda mais estridente. Até um grupo de araras vermelhas, que estavam sobrevoando nossa batalha com curiosidade riram do cavaleiro.

- Chega disso pessoal - eu intervi - Isso não se faz. Veja, eu sei como ajuda-lo com isso amigo...

-- Lá vem -- constatou GePeTo.

- Você...sabe? - Ele pareceu duvidar...mas ao mesmo tempo estava curioso.

- Claro! É um segredo que só o bando de pequenos macacos conhece. - A essa altura eu já estava preparado para ataca-lo assim que eu conseguisse faze-lo baixar a guarda.

- Me diga o segredo...e talvez eu deixe voce viver.

- O segredo é fazer gargarejo...com leite de 🐒

De repente a atmosfera mudou. Todo o bando, que observava a luta de cima das árvores fitou  o cavaleiro, esperando por sua reação.

- Leite de macaco? - ele questionou, com sua voz fina - e onde eu consigo esse 'leite de macaco'? - Nesse momento todos os macacos, inclusive eu, levamos as mãos até nossas bolas .

- AQUI ÓÓÓÓÓÓ!!!!!

O cavaleiro, até então imponente, reagiu de forma débil. Ele não entendeu a piada ou só estava incrédulo que tivemos coragem de faze-la? Sem me importar com isso, eu apenas aproveito o momento de distração. Atrás do cavaleiro faço crescer uma Flor Cuspidora. Uma espécie de planta que venho desenvolvendo a um tempo. A minha ideia era plantar algumas ao redor do nosso território para ela atacasse automaticamente nossos inimigos. Ela cospe uma rajada de ácido em direção ao cavaleiro. Ele parece despertar do seu estado e salta para o lado, mas não a tempo suficiente para evitar que seu braço direito fosse atingido. Vendo o metal de sua armadura se liquifazer ele parece não pensar duas vezes e arranca o braço inteiro do lugar.

- Que nojo Hue! - gritou Pipo - não tinha uma técnica mais limpa não?

Foi uma cena um tanto grotesca mesmo. Mas o pior ainda estava por vir. O braço caído no chão, encharcado pelo ácido e que se dissolvia a cada instante revolvia-se no chão. Que diabos está acontecendo?

- Primatas fedorentos. Eu matarei cada um de vocês. - Esse cavaleiro sem dúvida é um grande desafio. Mas essa voz estridente não contribui. Tudo que ele fala perde o impacto. Foi nesse momento que achei que a batalha estava ganha. Mas então, para minha surpresa, foi quando vi dezenas de minhocas saindo de sua armadura.