chapter four; i always liked the fire

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Eu amo o cheiro de gasolina
Eu acendo o fósforo para saborear o calor
Eu sempre gostei de brincar com...
Fogo.

Play with fire - Sam Tinnesz ft. Yacht Money

Boston, Massachusetts
16 de abril de 2016.

Alex Roiall

Estava com uma sensação estranha no peito desde o momento em que entrei no carro.

Talvez poderia ser o medo da reação do meu pai por eu ser suspensa?

Não, tem algo a mais, eu posso sentir.

É o medo da reação da nova versão do meu pai.

Depois que ele me deu aquele tapa eu não ó vi mais, e saber que vou ver ele exatamente nessas circunstâncias me deixa apreensiva.

Com medo do que ele pode fazer.

Se ele me deu um tapa por aumentar o tom de voz pra ele, o que ele vai fazer por eu ter agredido uma colega de classe e ainda ter tomado uma suspensão?

Ele não vai deixar passar batido esse meu comportamento, não vai deixar a preciosa Alex Roiall, filha do tão respeitado prefeito Charles Roiall, sujar a imagem dele dessa forma.

Mas por que eu sinto que há algo muito pior por vir?

(...)

- Chegamos senhorita Alex. - diz Cameron me trazendo de volta a realidade.

- Ah, sim... Obrigada Cameron e pode me chamar de Alex - tento dizer sem demostrar meu nervosismo.

- Como quiser Alex - ele diz me olhando através do retrovisor interno.

Ponho a mão na porta para abri-la mas paro quando Cameron pergunta.

- Não que seja da minha conta, e nem querendo me intrometer Alex, mas está tudo bem? - ele pergunta com um tom que acho ser, preocupação?

- Hum, sim... está sim - me forço a dizer o encarando pelo retrovisor interno.

- Hum, bem... ok... qualquer coisa pode me chamar, estarei na cozinha ou na garagem - ele diz e juro que vi um meio sorriso.

Cameron tinha em média uns 40 a 42 anos, pele bronzeada, cabelos loiros, barba baixa com olhos castanhos, em média uns 1,75 de altura, com poucas marcas de expressão considerando sua idade.

Ele era realmente bonito pra idade.

Mas a forma que ele me disse não foi em tom de flerte ou nada do tipo, foi um tom preocupado.

Assinto com a cabeça e em fim desço do carro, paro e encaro a grande porta de entrada de minha casa, sinto um arrepio estranho.

E não um arrepio bom.

Forçando minhas pernas a se movimentarem, caminho em direção a porta e a abro, entro e a fecho em seguida.

Decidida a encarar isso de uma vez, vou em direção a porta do escritório do meu pai deixando minha mochila na sala no processo, dou três batidas fracas e a abro devagar enfiando apenas minha cabeça pro lado de dentro.

ENTRANDO NO SUBMUNDOOnde histórias criam vida. Descubra agora