chapter sixteen; memories

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Alex Roiall

Quando você for dormir esta noite apenas lembre que estamos deitados sob as mesmas estrelas.

Never be alone - Shawn Mendes

07 de setembro de 2020.

Eu me lembrei.

Pelo menos em parte eu me lembrei.

Em meio a corrida uma sensação de pertencimento e nostalgia tomou conta do meu peito, e no momento que vi o Liam perdendo o foco da competição eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.

E então quando coloquei as mãos no volante eu soube exatamente o que fazer e foi aí que as lembranças de uma corrida invadiram a minha mente.

A sensação de correr foi a mesma, se não melhor que a das lembranças.

A adrenalina, a excitação, toda essa mistura fez com que eu me sentisse viva pela primeira vez depois que perdi minha memória.

Em relação a lembrança do encontro com Liam, eu não sei se quero pensar muito sobre isso.

Pelo menos não no momento.

- Será que agora pode dizer para onde estamos indo? - ele pergunta pela terceira vez em um intervalo de aproximadamente quinze minutos.

- Não vou te sequestrar ou matar se é o que está pensando, nem tenho tanta cara de psicopata assim - digo o encarando rapidamente pelo retrovisor interno vendo o pequeno sorriso em seu rosto - E outra que não tem como eu te falar exatamente para onde estamos indo, por que primeiro eu não sei explicar para onde estamos indo e segundo que é surpresa, tanto para você quanto para mim.

Não faço ideia de a quanto tempo estou dirigindo mas sei que já faz um bom tempo pois já amanheceu.

- Devo dizer que isso me tranquiliza bastante, obrigado - ele diz no momento em que entro em um caminho que leva floresta a dentro - E isso mais ainda.

- Cala a boca - digo segurando o sorriso - Acho que já estamos quase chegando.

- Oh glória! Não que eu esteja reclamando, longe de mim - ele diz tirando as mãos dos meus quadris e as levantando em um sinal de rendição.

Balanço a cabeça e reviro os olhos quando de repente piso no freio abruptamente e então sinto ele passar as duas mãos pela minha cintura com firmeza em sinal de proteção.

- O que houve? Se machucou? - ele pergunta e sinto a preocupação em sua voz.

- Acho que estou bem, desculpe pela freada repentina - digo tirando as mãos do volante e colocando sobre seus braços que ainda estão em volta da minha cintura - Mas em fim acho que chegamos.

Com isso ele olha por cima do meu ombro e vejo quando ele franze as sobrancelhas e a confusão toma conta do seu rosto.

É fofo.

- Vamos - digo assim que abro a porta do motorista e pulo do seu colo.

- Ok, agora eu já posso ficar com medo de um possível assassinato - ele diz descendo do carro e me seguindo pela trilha.

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