A infeliz história dos Evans

Parte 1

Bastian Miguel Evans, é filho único e mora com seus pais. Dominic, seu pai, tem 43 anos, trabalha como marceneiro na garagem de casa, onde trabalha dois dias por semana e tira os outros cinco de folga, bebe todas as noites, e não coloca nem um pedaço de pão dentro de casa. Jacqueline, sua mãe, tem 30 anos trabalha de segunda a sábado em uma fábrica de costura, é uma pessoa extremamente dócil, carinhosa, e responsável, se casou com Dominic por causa de uma gravidez indesejada, gravidez essa que nove meses mais tarde ganhou um nome, Bastian.

Bastian, é um garoto perturbado, não tem muitos amigos, e os que tem não são o tipo de companhia que você quereria para o seu filho. Pratica natação desde criança,ele e seus amigos competem nesse esporte e até são bons. Embora ele ame sua mãe incondicionalmente, guarda um rancor terrível pelo seu pai, por sempre chegar bêbado em casa, e brigar com sua mãe aparentemente todos os dias. Por isso quer aproveitar a vida antes de tudo. Antes de ter responsabilidades e antes que a vida lhe dê as costas completamente.

Na véspera de seu aniversario de 17 anos, Bastian acorda cedo como sempre e se dirige para o a cozinha, onde sua mãe deixou um bilhete, como faz todos os dias antes de ir trabalhar, desde quando Bastian nasceu.

"Querido, espero que tenha um bom dia, não falte aula hoje, recebi uma ligação do seu diretor avisando-me que suas notas estão deixando a desejar, então, por favor esforce-se um pouco mais, e conseguirá bons resultados. Tem cuecas limpas no cesto de roupas no quarto, não faça barulho para não acorda o seu pai. Deixei torradas e suco em cima da mesa. Com amor mãe."

Bem, faz exatamente nove dias que Bastian não vai à escola, ele sai de sua casa e vai se encontrar com Sophie, sua namorada, eles ficam juntos até o horário em que as aulas deveriam estar terminado e voltam para casa, e por esse motivo, suas notas estavam baixas. Porem, hoje ela lhe pediu para que se encontrassem no colégio, então provavelmente ele assistiria as aulas. Ele então subiu ao quarto do pai, que era ao lado do seu, abriu a porta vagarosamente e pegou as roupas que estavam no cesto. Seu pai roncava muito alto por isso, perceberia imediatamente se ele acordasse. Tomou banho rapidamente e tomou café, sozinho, como todos os dias. Então se preparou para ir embora, ate que ouviu o seu pai o chamar então voltou rapidamente ao quarto.

_ O que aconteceu?_ Perguntou Bastian

_ Preciso conversar com você!_ Respondeu

_ Sobre o que?

_ Precisaremos cortar suas aulas de natação!

_ Mas... por que?_ Perguntou o garoto alarmado, a única coisa boa que o pai fazia com ele, era pagar essas aulas.

_ Estamos precisando de dinheiro, e suas aulas não vai nos levar a lugar algum!

_ Então porque não corta sua bebida, que gasta mais do que qualquer outra coisa nessa casa.

_ Ora moleque, amanha você fara 17 anos, você fara o teste para a Ordem da Lua, não vai dar para ficar brincando de nadar com seus amigos.

A Ordem da Lua, é uma forca policial formada a quase mil anos atrás, para proteger os humanos não mágicos, das criaturas do submundo. Ao fazer 17 anos todos os jovens têm direito a fazer o teste da Ordem, que testa suas habilidades físicas e mentais, para depois serem aprovados na Ordem. Porem quem uma vez for reprovado não poderá fazer o teste novamente na Ordem da Lua, terá mais uma chance na Ordem do Sol que fica em outro continente, e para alguém que se sustenta pelo trabalho da mãe, essa não é uma opção. Mas o problema é que Bastian não quer ser um guerreiro, ele não quer entrar na Ordem, ele tem medo de falhar não só como pessoa, mas também como guardião.

Então pensando nisso, ele sai da porta sem dizer mais uma única palavra, e deixa seu pai aos berros chamando seu nome, sem lhe dar resposta.

Pega o cavalo da família chamado de Canhoto, e vai em direção a praia, quando chega lá, não se preocupa nem em tirar as roupas se joga no oceano e começa a nadar. A água parece ser a única no mundo que parece entendê-lo, não faz perguntas, não o questiona, não o diz o que fazer ou não, apenas o abraça, conforta-o. Na verdade a água parece ser igual a ele, não sabe pra onde ir, não sabe por que vai, mas se ha uma passagem, por mais desconhecida que seja ela vai atrás.

Depois de passar mais ou menos 40 minutos dentro da água, Bastian sai e vai para o colégio, lembrando que está muito atrasado para falar com Sophie. O colégio em que ele estuda é feito para ensinar teorias mágicas para os alunos, pois antes de fazer o teste da Ordem, eles ainda não podem usar magia na prática, é fisicamente impossível. O planeta é quem produz a magia usada pelos humanos, e esses apenas a absorvem para dentro de si, e dão as formas, como fogo, por exemplo, na magia elemental. E eles só ganham essa habilidade após participar do teste de admissão na Ordem.

Na época atual não existem automóveis, celulares, televisões, ou nada do tipo, a tecnologia ainda está em estado muito atrasado em relação a mil anos atrás. Pois foi quando a luta entre o demônio mais poderoso Zokan, contra o humano mais poderoso Alfonse, ocorreu, e nele tudo foi destruído, casas, prédios, fábricas, o mundo de uma maneira geral voltou a época em que tecnologia era coisa pra um futuro distante. Mas isso é história para um outro momento.

Quando Bastian, chegou ao colégio Sophie estava esperando sentada em um dos bancos. E não parecia estar feliz. Sophie tem olhos e cabelos claros, e menor que Bastian pouca coisa, tem o cabelo longo sempre presos por um rabo de cavalo. Bastian rapidamente pulou do Canhoto e se pôs ao seu lado. Tentou beijá-la mas ela recusou com a mão.

_ Aconteceu alguma coisa?

_ Aconteceu, lembra que, há algumas semanas nos encontramos na casa abandonada do lago e...

_ E?

_ Eu estou grávida!